Por Altamir Pinheiro
Foi
na “BOTA” da Europa que alguns dos melhores artistas de todos os tempos
emergiram, tais como os renascentistas Leonardo da Vinci, Michelangelo ou
Rafael. Séculos decorridos, a tendência
para a produção artística de grande valor prevaleceu e a Itália orgulha-se de
um filho pródigo voltado para a música. Com um currículo repleto de bandas
sonoras dos mais diversos filmes, Ennio Morricone é um colosso no que toca à
associação do mundo da música com o do universo do cinema. Com o “TOQUE DE
MIDAS” da composição, o europeu tem o condão de conceder o complemento
necessário para que nenhum detalhe impregnado num filme passe despercebido.
Como afirma o ótimo cinéfilo de Caruaru-PE, Joaílton, Ennio Morricone esgotou
todos os adjetivos para qualificá-lo...
O
escritor Lucas Brandão que escreve para
a revista eletrônica Comunidade Cultura e Arte
é taxativo em afirmar quando nos
relata que o legado do maestro, hoje com
90 anos, se estende por mais de 6
décadas e de 500 composições para filmes.
Ennio Morricone é um SATÉLITE QUE ORBITA TANTO NO PLANETA DA MÚSICA COMO
NO DO CINEMA, fazendo a conexão fantasiosa entre os mesmos. Com um legado quase
impossível de ser descrito num finito número de parágrafos, importa reforçar o
caráter fascinante e unificador das composições musicais que reforçam já a aura
única que cada filme transporta. Se já não bastasse que, pelo seu enredo e
personagens, nos maravilhasse, a varinha mágica de Morricone dá uma fragrância de musicalidade
etérea à história transmitida.
Um
fato curioso e diferenciado na vida do maestro ou uma interessante
peculiaridade da sua carreira é a de que nunca abandonou a cidade que o viu
nascer (Roma) para fazer as suas composições e nunca aprendeu a falar inglês,
passando esta evidência despercebida com a sua versatilidade tanto como
compositor para diversos tipos de trabalhos artísticos como nas funções de
maestro e nas de diretor dos mesmos. Abdicando de viajar o máximo possível, o
italiano é também conhecido pela originalidade das suas composições musicais,
elaborando-as sempre do zero e abdicando de usar elementos predefinidos e já
existentes. Atualmente, no mundo do cinema, destaca-se a reciclagem do
norte-americano Quentin Tarantino de vários êxitos do compositor em filmes
dirigidos pelo cineasta, como por exemplo, em 2013, Django Livre.
Em
janeiro de 2018, na cidade São Paulo,
aconteceu uma mostra no Centro Cultural
Banco do Brasil, dedicada ao trabalho do maestro e compositor Ennio Morricone,
provavelmente o maior de todos os compositores de trilhas sonoras para o
cinema, que em novembro de 2019 completa
91 anos. “SONORA: ENNIO MORRICONE“ exibiu 22 filmes de gêneros e diretores
diferentes, mas com algo em comum: a trilha marcante do maestro. Para todo o fã
de cinema, é impossível medir a importância do SIGNORE MORRICONE para a história. Desde os spaghetti Westerns de
Sergio Leone, até Os Oito Odiados, pelo qual finalmente recebeu um Oscar de
trilha sonora, Morricone escreveu trilhas fantásticas. As preferidas, recentemente, são as de Os Intocáveis e a simplesmente perfeita de Cinema Paradiso
– impossível não se emocionar com todas essas
cenas….
A
propósito do filme Era Uma Vez no Oeste
que é um majestoso faroeste dirigido por Sergio Leone, muito da beleza
visual desse filme deve-se ao maestro e compositor Ennio Morricone pois como é
sabido, Leone pediu a Morricone que compusesse os temas musicais do filme, o
que o compositor fez a partir da leitura do roteiro e de suas conversas com o
diretor. Para as sequências e personagens principais, Morricone criou
composições específicas e Leone executava essas peças durante as filmagens.
Isso não só ajudou os atores, mas despertou nele, diretor, uma transcendente
inspiração. Como diz o estudioso de faroeste Darci Fonseca: “Ennio Morricone já
havia criado admiráveis e inovadoras trilhas sonoras para westerns spaghetti.
Nenhuma delas, porém, atingiu a perfeição das peças musicais composta para “Era
Uma Vez no Oeste”, especialmente o tema principal que tem o mesmo título do
filme”.
Sob
encomenda do cineasta SERGIO LEONE, Ennio Morricone escreveu as trilhas sonoras
de quatro dos 10 principais filmes de Western Spaghetti: Por um Punhado de
Dólares) (1964), Por Uns Dólares a
Mais)(1965), Três Homens em Conflito (1966) e Era uma Vez no Oeste) (1968).
Aliás, No filme Era Uma Vez no Oeste, a
música conjugada com as imagens é uma das coisas mais bonitas que o cinema já
proporcionou. Mas como nem só de um estilo vive a obra de um gênio, o maestro
também assinou a trilha de obras de comédia, horror e drama. Os filmes Exterminação 2000 (1977), de Alberto De
Martino; Áta-me! (1990), de Pedro Almodóvar e Reviravolta(1997), de Oliver
Stone são alguns dos destaques da vida musical de Morricone fora do velho
oeste. Pelo conjunto da obra, a indústria cultural assume que um gênio do
calibre de Ennio Morricone surge uma vez a cada nunca mais.
A
seguir, para os apreciadores da boa música,
clic no endereço abaixo para ouvir por uma hora esta coleção de músicas
originais comandada pelo maestro Ennio Morricone,
todas fazem referência aos filmes Spaghetti Westerns.
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