A prisão dos criminosos que invadiram os celulares de mil pessoas — incluindo os do presidente da República e do ministro da Justiça — me fez lembrar o filme “A Vida dos Outros”. Vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2007, “A Vida dos Outros” conta a história de um casal de artistas espionado pela Stasi, famigerada polícia secreta da Alemanha Oriental.
A Stasi não conhecia limites. Em 1989, quando caiu o Muro de Berlim, a polícia secreta tinha a seu serviço 91.015 agentes especiais. Como a população da Alemanha Oriental era de 16 milhões, isso significava um espião da Stasi para cada 175 habitantes. Os “hackers” comunistas da época utilizavam todos os meios possíveis para espionar os cidadãos: escutas telefônicas, violação de correspondências, instalação de câmeras e gravadores nas residências, cooptação de familiares e amigos das vítimas. Para a Stasi, inexistia a vida privada. Tudo era interesse do Partido Comunista.
De posse das informações coletadas, a Stasi montava um perfil político e psicológico de cada cidadão. Caso a pessoa tivesse opiniões contrárias ao Partido ou aos líderes comunistas, os agentes utilizavam as mensagens pessoais em armas para transformar a vida do sujeito em um inferno. Essa técnica, que sempre envolvia a falsificação do material obtido ilegalmente, chamava-se “Zersetzung” — decomposição. É o que os Verdevaldos querem fazer com Sergio Moro.
Um dos lemas da Stasi era: “Der Aufbau des Sozialismus ist in erster Linie eine Erziehung der Menschen”. Traduzindo: A construção do socialismo é antes de tudo a educação do povo”. Sim, os comunistas achavam que espionar e atormentar as pessoas era uma forma suprema de educá-las.
Situações semelhantes ocorriam em todo o bloco socialista. Na Rússia soviética, as famílias conversavam em voz baixa para não serem denunciadas por vizinhos de apartamento (como narra o historiador Orlando Figes em “Sussurros”). Alexandr Soljnetísin foi condenado a oito de trabalhos forçado por fazer críticas a Stálin numa carta a um amigo; a poetisa Anna Akhmátova teve que memorizar centenas de poemas para que não os originais não fossem roubados pela polícia secreta; os escritores Heberto Padilla e Reinaldo Arenas tiveram suas vidas pessoais devastadas pelo regime de Fidel Castro. Multiplique tudo isso por milhões e você terá uma ideia do que aconteceu nesses países e continua acontecendo até hoje na China, em Cuba, na Coreia do Norte e na Venezuela.
O socialismo era, é e sempre será um grande “hackeamento” das pessoas — exceto dos companheiros de causa, é claro. Você considera obra do acaso o fato de que nenhum político esquerdista teve seu celular invadido pelos hackers? Você acha coincidência que os criminosos tenham procurado exatamente uma líder comunista para comercializar o produto do roubo? Tudo que eles querem é derrubar Bolsonaro, prender o Moro e voltar ao poder.
Como bem disse outro hackeado, o ministro Paulo Guedes: “O cara perdeu a eleição e fica trabalhando 24 horas pra derrubar o governo. Vai trabalhar, vagabundo!” - Fonte: Folha de Londrina. -
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