Por Altamir Pinheiro
Em junho deste ano foi
celebrado o centenário de nascimento de Nelson Gonçalves, um dos maiores
cantores da história da música brasileira. Sua voz poderosa chegou a ditar
padrões do que seria um verdadeiro intérprete, assim como os de Orlando Silva,
Ângela Maria, Aguinaldo Timóteo e Altemar Dutra e na década de 70, Nilton
César. O consagrado Rei do Rádio a voz de ouro
da década de 50, apesar de ter falecido em 1998, Nelson chega aos 100 anos reabilitado, embora
esquecido. Maior vendedor de discos no Brasil nos anos 1950, o gaúcho de
Santana do Livramento encarnava a fama
do macho alfa: mulherengo, valentão, beberrão, cheirador de pó e dono de
um potente vozeirão, como também um
potente soco por ter sido um lutador
amadorista de boxe.
Intérprete que cultivou uma
imagem tão extremada quanto a de suas canções — grandes sucessos da música
brasileira que tratavam de amores torturados, desejos irrefreáveis, noites de
desvario e vidas condenadas pelo pecado. Nélson Gonçalves era um extremado
bravateiro. Com o tempo, cada uma de
suas bravatas — a de que fora pugilista implacável, cafetão, malandro da Lapa,
amante que levava as mulheres a atear fogo ao próprio corpo e cantor elogiado
por Frank Sinatra — foi caindo por terra. Especialmente após a publicação, em
2002, da biografia não-autorizada “A revolta do boêmio”, de Marco Aurélio
Barroso. Mas o talento não.
Na biografia “A REVOLTA DO
BOÊMIO”, escrita por Marco Aurélio Barroso, o cantor Nelson Gonçalves é descrito
como um homem despreparado para as responsabilidades da vida: cavalos no
Jóquei, cocaína e estupro. Você já leu isso em algum lugar: Nelson Gonçalves
bateu o recorde mundial com suas 2 mil gravações, o que lhe rendeu uma viagem a
Nova York um encontro com Frank Sinatra. Antes, porém, foi lutador de boxe e
cafetão na Lapa. Madame Satã, o homossexual malandro da Lapa dos anos 40,
serviu de testemunha numa surra que Nelson deu em Miguelzinho Camisa Preta.
Você já leu todas essas
informações em muitas reportagens e algumas estão no filme Nelson Gonçalves,
que conta a vida do cantor e tem Alexandre Borges no papel principal. Pois
saiba agora: TUDO ISSO É UMA MENTIRA DESLAVADA!!! Eis a pura verdade: 1. -
Nelson gravou 869 músicas. Até Chico Alves superou este número; 2. - Jamais viu
Sinatra pela frente; 3. - Fez algumas aulas, e olhe lá, de boxe; 4. - Nunca
teve mulher na zona, muito pelo contrário,
foi explorado pelas mulheres; 5. -
Nunca bateu em Miguelzinho Camisa Preta, porque esse personagem não
existiu. Existiu Miguelzinho e existiu Camisa Preta. Invenção de Madame Satã.
E, finalmente, Nelson não era gago. Era o contrário. Taquilálico. Falava rápido
demais.
Em confessional entrevista
para os jornalistas Juarez Fonseca e Jussara Silva na edição da Revista ZH de
27 de março de 1977, Nelson afirmava:
“MINHA VIDA DARIA UM ROMANCE”. Nascido em 21 de junho de 1919, em Santana do
Livramento, a vida de Antônio Gonçalves
Sobral (seu nome de batismo) na verdade rendeu um denso romance – farto em
aventuras, desventuras, tragédias e, sobretudo, incontáveis sucessos. Seu
impávido coração foi parado por um fulminante ataque cardíaco, em 18 de abril
de 1998. Como cantor, no Brasil, em vendagem de discos, Nelson, até hoje, só
fica atrás de Roberto Carlos. Um cancioneiro que gravou 183 discos de 78 rotações, cem compactos, 200
fitas K-7 e 127 long-plays. vendeu cerca de 75 milhões de discos, ganhou 38
discos de ouro e 20 de platina. Só o registro de A VOLTA DO BOÊMIO vendeu 2
milhões de cópias. E mais: com o português Adelino Moreira(falecido em 2002 aos 84 anos)
foram mais de 300 gravações.
Ao lado de Orlando Silva e
Francisco Alves, Nelson formou a chamada suprema trindade vocal masculina da
era do rádio, nos anos 1950. Cantores cuja voz empostada conquistaram milhares
de fãs e dominaram o mundo musical com seus sambas e canções de dor de
cotovelo. Mas seriam muitos anos depois, 1966, que Nelson atravessaria o
período mais infernal de sua vida, enfrentando um pesado vício em cocaína. E,
ainda por cima, tendo sua vida pessoal escrutinada – como nunca se vira antes –
pela imprensa brasileira. Em 5 de maio de 1966, Nelson foi preso sob a acusação
de tráfico e, assim, entrava para a história do show business nacional como o
primeiro grande artista a ir para atrás das grades em razão de seu vício.
Por fim, assista ao vídeo de Antônio
Gonçalves Sobral(Nélson Gonçalves), logo abaixo, com o
seu próprio testemunho de vida e um depoimento desagradável, forte e chocante, uma verdadeira lição de vida
que foi sua cruzada para se ver livre da famosa droga conhecida como o pozinho
branco. É um testemunho impactante, contundente, sincero e marcante, o chamado
renascer das cinzas, impressionante...
Um comentário:
Veja só mais essa canalhice da esquerda, infiltrada nas universidades públicas:
http://amarretadoazarao.blogspot.com/2019/11/vestibular-pra-petista.html
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