Por Altamir Pinheiro
Cerca de
meia dúzia de igrejas protestantes em Garanhuns participou da desenfreada
corrida da criatura demoníaca “besta-fera”, ou quem sabe: corrida “abençoada”
para eleger os seus candidatos ao Conselho Tutelar somente no interesse em
ocupar um espaço estratégico na arena política sobre crianças e adolescentes,
em razão disto, aconteceu essa desembestada correria. Entre os temas que
mobilizaram as entidades evangélicas
insinua-se essa conversa mole ou
papo furado por parte dos religiosos
sobre o controle da abordagem de
questões de gênero e sexualidade nas escolas. Fazendo-se uma busca no
“Feicibuque” constata-se candidatos que se apresentam como pastores evangélicos
— a maioria de igrejas localizadas nos longínquos bairros, favelas ou ponta de rua. Alguns citam passagens
bíblicas no material de campanha e o compromisso que o eleitor tem com Deus.
Durma-se com uma ladainha dessa!!!
Uma das
engrenagens evangélicas envolvidas nas eleições para os conselhos é a Igreja
Universal do Reino de Deus daquele Bispo pobretão, amigo de Bolsonaro, um tal
de Macedo. No último dia 15, a igreja
publicou em seu site um artigo que tinha a seguinte manchete "CONSELHO
TUTELAR: É NOSSO DEVER PARTICIPAR". "Talvez nunca na história da
humanidade crianças e adolescentes tenham precisado tanto de quem defenda seus
direitos, que dia a dia são desrespeitados pela mídia que expõe material
inapropriado, pelos maiores de idade que os agridem de alguma forma e até pelas
próprias famílias que não suprem suas necessidades básicas", diz a
Universal. O texto exorta os fiéis a votar em candidatos "que, acima de
tudo, tenham compromisso com Deus".
Recentemente, numa reportagem apresentada pelo jornalista da BBC NEWS, João Fellet, ele
entrevistou um especialistas em direitos de crianças e adolescentes quando o
profissional afirmou que, “Conselheiros
movidos pela fé ou por interesses políticos podem causar mais danos por
OMISSÕES do que por AÇÕES de sua autoria. Isso porque várias de suas decisões
precisam do aval do Ministério Público e da Justiça para serem concretizadas, o
que limita o poder dos conselheiros. Por outro lado, caso deixem de agir em
casos que avaliem contrariar suas crenças religiosas — como o de crianças
vítimas de homofobia nas escolas —, eles podem perpetuar cenários de violação
de direitos. Nessas situações, caso se comprove que descumpriram as funções, os
conselheiros podem sofrer sanções e até perder o cargo”. Aliás, já houve um
caso semelhante, aqui em Garanhuns, e o tal Conselheiro respondeu processo, mas
não sei afirmar se foi punido ou absolvido.
E pra acabar
de lascar a tampa do tabaqueiro, além da “praga” da religiosidade há também o “flagelo”
da política entranhadas nos porões dos Conselhos e andando de braços dados ou
lado a lado para se elegerem eternos protetores das crianças e adolescentes. O
conluio e a semelhança são fatos tão gritantes que, em vários aspectos, a campanha para conselheiro
tutelar se assemelha a uma disputa por cargos legislativos. Candidatos criam
páginas em redes sociais para pedir votos, divulgar atividades de campanha e
exibir vídeos com apoiadores ilustres. Muitos que se elegem como conselheiros
posteriormente concorrem a vereadores, e é comum que esses parlamentares
municipais recompensem cabos eleitorais apoiando-os na disputa para
conselheiros. As práticas não são ilegais, mas são imorais e descompromissadas
com ou no seio da sociedade.
Em todo este
cenário ora visto, Garanhuns não se faz de rogada nem muito menos é diferente de outras plagas, pois a disputa está permeada por batalhas
ideológicas entre evangélicos e também católicos, além de algumas entidades
progressistas e a poluição dos cerca de 20
partidos políticos em atividades no município. Aqui em Garanhuns, embora
organizações religiosas tenham sempre participado dos pleitos, o fenômeno vem
se intensificando nas últimas duas eleições do Conselho Tutelar, à medida que igrejas expandem assustadoramente
sua atuação política e ocupam espaços em órgãos públicos. São diversos ou
inúmeros os candidatos que se apresentam como pastores, padres, beatas e fiéis
que citam passagens bíblicas nas redes
sociais.
Em termos de
Brasil e por razão de sua esposa ser
evangélica praticante e fanática declarada, o atual presidente tem um amancebo
com esse povo. Aliás, o Bolsonaro não tem a mínima ideia, mas é primordial a separação ESTADO e IGREJA. A
propósito, o que essa gente de templos
religiosos, seja qual for, tem que meter o bedelho nos Conselhos
Tutelares?!?!?! Sinceramente, a poluição de candidatos piedosos e temente a
Deus são tantos que não está no gibi!!! Isso é um perigo, e precisa ser
acompanhado com olhos de lupa esses MORALISTAS RETRÓGRADOS nos conselhos
tutelares. A quem diga que a mobilização
começada na internet nas últimas
semanas, foi chamada por alguns votantes de “efeito Bolsonaro”: a polarização
do país chegou até os Conselhos Tutelares, com campanhas para eleger
conselheiros conservadores e fanáticos religiosos.
O blogueiro
Ronaldo César da cidade de Garanhuns foi
de uma felicidade extrema ao afirmar que Conselheiro Tutelar deveria ser cargo
conquistado através de concurso público e não em eleição e ainda por
cima foi mais além: “Acredito que
deveria ser um cargo para o qual as pessoas deveriam se preparar devidamente,
com formação superior em áreas como psicologia, serviço social, direito,
pedagogia e outras mais”. Lucidamente, o
blogueiro foi bastante taxativo quando afirmou o seguinte: “O processo
eleitoral acaba politizando a escolha, podendo até se sobrepor ao real objetivo
que é a escolha de um grupo de cinco conselheiros capacitados para proteção das
crianças e adolescentes”. Concordo
plenamente em número gênero e grau com o
blogueiro Ronaldo César. Sua ideia
coaduna com a minha em cheio. Acertou no alvo!!!
Prendendo-se
ao caso específico de Garanhuns, o Conselho Tutelar precisa de AGENTES TÉCNICOS
CONCURSADOS e não de IGREJEIROS, a prova é tanta que nos foi apresentada uma
chapa composta por 20 candidatos, donde
três são pastores, uma outra, mulher
de pastor e cinco frequentam assiduamente
igrejas protestantes. Não é à toa
que no pleito de ontem, domingo(6), elegemos cinco pessoas(resultado
extra-oficial ou não oficial), dentre elas apenas duas não pertencem as igrejas
evangélicas. Quer dizer, 60% dos eleitos
saíram dos preciosos votos de cabrestos dos protestantes.
Um comentário:
CORRIGINDO: Há quem diga e não A quem diga.
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