segunda-feira, 20 de julho de 2020

SERGIO MORO CONSOLIDA-SE NA OPOSIÇÃO A JAIR BOLSONARO E RUMA FIRME E FORTE PARA SE ELEGER PRESIDENTE DA REPÚBLICA



Edmar Lyra

Símbolo do combate à corrupção como juiz da 13ª vara federal de Curitiba, Sergio Moro foi um dos principais responsáveis pelo êxito da operação Lava-Jato, que dura seis anos no país, e não só desbaratou sistemas de corrupção como devolveu milhares de recursos desviados aos cofres públicos.

Em 2018, ao término da eleição presidencial, Sergio Moro cometeu um grande equívoco ao trocar a magistratura para assumir o ministério da Justiça e Segurança Pública do governo Jair Bolsonaro. Com o passar dos meses ficou latente o desconforto da relação entre o ministro e o presidente da República, o que culminou no seu pedido de demissão em maio deste ano.

Moro, ex-juiz, não pode mais voltar para o cargo de origem, a não ser que decida prestar novamente concurso público, mas a política é um caminho sem volta, a partir do momento em que ele tomou a decisão de servir ao país como auxiliar de Bolsonaro, entrou no ringue político e qualquer decisão teria conotação política ou eleitoral.

Isso leva a crer que Sergio Moro continua sendo um player na sucessão do próprio Bolsonaro, que vislumbra um céu de brigadeiro no enfrentamento à esquerda, que não tem nome natural para 2022. A entrada de Moro no páreo toma de uma vez por todas a pauta de combate à corrupção do presidente e coloca seu ex-ministro na condição de mais competitivo antagonista na luta pela reeleição.

Sergio Moro, que hoje detém índices relevantes no Sul e Sudeste, e em estratos sociais das classes A e B, precisará aproximar-se do Nordeste, discutindo pautas para a região e naturalmente nacionalizando e popularizando sua imagem. Com isso, ele tende a chegar muito forte para enfrentar o presidente Bolsonaro em 2022, dividindo a direita e dando alguma chance de sobrevida à esquerda.

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