Por
Altamir Pinheiro
Desde
o dia primeiro de janeiro de 2003, sentaram-se naquela poltrona exuberante,
porém, contaminada e amaldiçoada do Ministério da Saúde, lá na esplanada dos
ministérios, 7(sete) ministros. Eis as personalidades que desfilaram
garbosamente, todas de jalecos brancos e gravatas de sedas com tonalidades
azuis: Humberto Costa, Saraiva Felipe, Agenor Álvares, José Gomes Temporão,
Alexandre Padilha, Arthur Chioro e, ultimamente, Marcelo Castro do meu
queridíssimo piauuuuuiiiií, como dizia o ex-senador Mão Santa.
Pois
bem!!! Há males, no entanto, que vêm para bem. O último ministro, Marcelo
Castro, saiu-se com essa em sua recente declaração reconhecendo que o Brasil “PERDEU
FEIO” a batalha contra o mosquito Aedes aegypti ao menos trata com
transparência um problema sério, que até agora a presidente Dilma Rousseff não
enfrentou nem dá mostras de querer enfrentar com a devida severidade. Apesar
de, acertadamente, deu de garra de 200
mil samangos das forças armadas para
fazer deles, agentes de endemias(ou epidemias), mais conhecidos como guardas da
peste. Em que pese eu ser do tempo em que, milico verde oliva caçava comunista
e não mosquito da dengue. Apesar de muito preocupante, de um certo modo, o
brasileiro leva na gozação e se sai com essa: "O exército foi para as ruas para
combater o mosquito aedes aegypti, mas se o mosquito voa, então quem deveria ir
é a aeronáutica...".
É urgente
combater eficazmente o mosquito Aedes aegypti. As palavras do Ministro da
Saúde, que tanta irritação causaram na suscetível presidente, mostram a
dimensão do problema. “Nós temos 30 anos de convivência com o Aedes aegypti
aqui no Brasil. Disse e vou repetir, sem querer culpar ninguém: acho que houve
uma certa contemporização com o mosquito. Mas agora a situação é completamente
diferente. Além da dengue, o mosquito está transmitindo chikungunya e zika”,
afirmou o ministro da Saúde, após reunião com a presidente Dilma.
Para
confirmar o descaso que as autoridades governamentais sempre tiveram com o
saneamento básico que assola negativamente o país, recentemente, o Dr. Drauzio
Varella escreveu um artigo muito didático e esclarecedor sobre o VÍRUS ZIKA, e
a certa altura diz ele: "Estamos no
epicentro de uma epidemia de consequências gravíssimas que exige mobilização
popular, ações governamentais ágeis e eficazes e recursos financeiros. Num país
com baixa escolaridade, em crise econômica, com níveis vergonhosos de saneamento
básico e serviços de saúde que lidam com a falta crônica de financiamento e
dificuldades gerenciais não há uma razão sequer para otimismo”.
Desde que entramos no Século XXI, por
irresponsabilidade governamental, esse desastrado “CONTROLE” da
dengue passou a ser uma responsabilidade
quase exclusiva dos falidos municípios e o país paga um preço excessivo por
tamanho equívoco. Para o caso da dengue, e para toda a atividade de vigilância
em saúde, a estratégia da descentralização após a Constituição Federal de 1988
tem se mostrado um desastre. A título de
informação para os senhores leitores do Blog Chumbo Grosso, o primeiro emprego deste escriba que ora
vos fala ou escreve foi a Superintendência de Campanhas de Saúde
Pública(SUCAM), trabalhei nela dos meus 18 aos 21 anos, meados da década de 70.
Ainda hoje, sou um crítico ferrenho do sucateamento daquela entidade e,
consequentemente a extinção da SUCAM, em 1990, pelo Presidente Collor,
marcou o fim dos programas verticais do governo federal no controle de
endemias. Desde então, o Ministério da Saúde tem se mantido na zona do conforto
da omissão operacional na vigilância em saúde. Daí, como laboratorista que fui da Sucam tenho plena convicção que, é de
caráter de urgência urgentíssima a
abertura de um debate consequente sobre a responsabilidade organizacional do
Ministério da Saúde nesta área de controle das endemias e combate as epidemias
propriamente ditas..
Mesmo
abatido ou com suspeita pela picada do mosquito, mas ainda respirando por um buraco da venta e suspirando pelo canto da boca, afirmo com todas as letras que, diante de tão grave
problema de saúde pública, torna-se extremamente necessário fazer mais, muito
mais mesmo e fazer melhor. Afinal, está em risco a saúde da população e, como disse o ministro do Piauí,
Marcelo Castro, até agora o país está PERDENDO FEIO. Quer dizer, nesse Surto de “BOM SENSO”, o
Brasil que estava dengoso, agora está zikado...
PITACO DO BLOG CHUMBO GROSSO: - O MUNDO SÓ CONSEGUIRÁ SE LIVRAR DO
ZIKA VÍRUS COM UMA VACINA EFICIENTE. NA VISÃO DOS ESPECIALISTAS EM DOENÇAS
TROPICAIS, CABE AOS GOVERNOS BUSCAREM A SOLUÇÃO, JÁ QUE VACINA É UM PRODUTO ECONOMICAMENTE
INVIÁVEL PARA A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA, E SERIA OBRIGAÇÃO DO GOVERNO BRASILEIRO
LIBERAR OS RECURSOS NECESSÁRIOS PARA AS PESQUISAS. É MELHOR O MUNDO NÃO TER UM FIO DE ESPERANÇA SEQUER NESSE DESASTRADO
GOVERNO DILMA DO PT, PRINCIPALMENTE NO CAMPO
DAS PESQUISAS... A NÃO SER QUE SEJA PESQUISAR COMO ROUBAR MUITO E SER MAIS
RÁPIDO, DISCRETO E EFICIENTE...
P.S1.: - Recordar é viver: na
campanha eleitoral de 2002, a máquina de propaganda dos bandidos barbudos
do PT apelidava o melhor ministro da
saúde do mundo, Zé Serra, de
"PRESIDENGUE"...
P.S2.: - Diga-se de passagem, eu fiz parte desse coro!!! Nasci e
me criei na esquerda. Isso mesmo, ESQUERDA: cicatriz profunda que eu mesmo tenho e
reconheço...
P.S3.: - 13 anos depois, a sofisticada organização criminosa
pratica o terrorismo sanitário bombardeando o
saneamento básico negativo que chega a ser vergonhoso nas periferias das grandes
metrópoles brasileiras. Estatisticamente, em comparação, perdemos até para países africanos dos “NEGÃO” ditadores. Na
América latina, só superamos, em saneamento, o Haiti, Guatemala e Honduras...
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