quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS DE LULA FORAM SEMPRE REVESTIDOS DE SUSPEITAS






TRÍPLEX NO GUARUJÁ E SÍTIO EM ATIBAIA NÃO SÃO PRIMEIROS CASOS

Cláudio Humberto

O provérbio "amigos, amigos, negócios à parte" não vale para a família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desde o fim dos anos 1980, ele e seus filhos se utilizam de amizades para emprestar ou adquirir imóveis. Quase sempre, nos negócios, SURGE ALGUMA RELAÇÃO QUE GERA SUSPEITA DE ÓRGÃOS DE FISCALIZAÇÃO.

Na semana passada, o Ministério Público decidiu que vai ouvir o ex-presidente sobre o NEGÓCIO ENVOLVENDO UM APARTAMENTO TRÍPLEX NO GUARUJÁ (SP) CONSTRUÍDO PELA OAS EMPREENDIMENTOS. Por meio de nota, Lula confirmou que visitou o imóvel ao lado do então presidente da empresa, Léo Pinheiro.

HÁ 18 ANOS, LULA TEVE DE EXPLICAR À POLÍCIA CIVIL E AO MP COMO COMPROU UM APARTAMENTO DE COBERTURA EM SÃO BERNARDO DO CAMPO, NO ABC PAULISTA, com a ajuda do advogado Roberto Teixeira. Compadre do ex-presidente, ele ajudou Lula a adquirir dois outros imóveis na cidade.

Em 1989, Teixeira ficou conhecido nacionalmente por EMPRESTAR UMA CASA PARA LULA MORAR QUANDO ELE DISPUTOU PELA PRIMEIRA VEZ A PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Entre 1996 e 2001, Teixeira ajudou Lula a adquirir TRÊS IMÓVEIS EM SÃO BERNARDO DO CAMPO. Em todos os casos, há o envolvimento de empresas em
SITUAÇÃO FALIMENTAR para as quais Teixeira prestou serviços advocatícios.

Moradia oficial dos Lula da Silva, o apartamento de
COBERTURA NO EDIFÍCIO GREEN HILL FOI COMPRADO POR SUGESTÃO DE TEIXEIRA. Ele trabalhava para DALMIRO LORENZONI, dono da empreiteira que fez o prédio. Em 1998, o Ministério Público abriu um inquérito para apurar um suposto CRIME DE SONEGAÇÃO FISCAL envolvendo Lula, Teixeira e a empresa. Na oportunidade, suspeitou-se que a incorporadora foi beneficiada por uma decisão da prefeitura de São Bernardo do Campo, anos antes, em 1991, quando administrada pelo PT. Então prefeito interino, Djalma Bom (PT) revogou a desapropriação de uma área de 3,3 milhões da empresa de DALMIRO.
 
Quatro anos depois, parte da área legalizada foi comprada pelo então vice-presidente nacional do PT, Luiz Eduardo Greenhalgh. Um ano depois, em 1996,
LULA COMPROU UM APARTAMENTO EM CONSTRUÇÃO PELA MESMA CONSTRUTORA DALMIRO LORENZONI CONSTRUÇÕES.

Lula comprou o imóvel de Luiz Roberto Satriani, que prestava serviços de terraplenagem para DALMIRO. Em 1997, questionado na época, Satriani afirmou que vendeu o apartamento porque não tinha dinheiro para pagar o restante das parcelas.

Aberto a pedido do Ministério Público em 1998, o INQUÉRITO POLICIAL só foi encerrado em 2003, quando Lula já havia tomado posse como presidente da República e Greenhalgh era deputado federal. Por conta disso, os autos foram remetidos para o Supremo Tribunal Federal.
 

Um ano depois, a Procuradoria-Geral da República
SOLICITOU O ARQUIVAMENTO E O STF ATENDEU AO PEDIDO. Em 2005, o caso foi arquivado. Nem Teixeira nem Lorenzoni sofreram ações. Procurados pela reportagem nesta quarta-feira, dia 3, LULA e GREENHALGH não quiseram se manifestar. Lorenzoni não foi encontrado. 

DEFESA

Procurado pela reportagem, o advogado Roberto Teixeira afirmou, por meio de nota, que "NUNCA HOUVE INTERMEDIAÇÃO" de imóveis para Lula. "ATUO COMO ADVOGADO DO PRESIDENTE E FOI NESSA CONDIÇÃO QUE O ORIENTEI NA AQUISIÇÃO DOS IMÓVEIS", disse. 



Sobre negócios com empresas em situação falimentar, Teixeira afirmou que
"NÃO HOUVE NENHUM PROBLEMA JURÍDICO NA AQUISIÇÃO DOS IMÓVEIS". O advogado disse ainda ser alvo de "um claro movimento que busca atacar" sua "honra".

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