Cláudio Humberto
Uma QUITINETE em Brasília era usada para estocar dinheiro vivo, arrecadado para a o caixa dois de campanha, de onde era retirado para abastecer a campanha de Fernando Pimentel (PT) ao governo de Minas Gerais, em 2014, segundo revelou em depoimento sob delação premiada o empresário Benedito de Oliveira Neto, o Bené, o principal “operador” do candidato petista.
Em sua delação na Operação Acrônimo, Bené contou que chegou a estocar R$12 milhões em dinheiro vivo na QUITINETE, segundo a revista Época. Foi assim, por exemplo, com o esquema relatado no aeroporto da empresa JHSF, em São Roque. Além dos R$ 3,2 milhões para o PT, Bené disse que pegou R$ 250 mil em dinheiro vivo. “Esses valores foram transportados pelo colaborador para Brasília e mantidos guardados na QUITINETE que utilizava para estocar os valores que seriam empregados na campanha eleitoral de Fernando Pimentel.”
A delação de Bené afirma ainda que a JHSF pagou caixa dois de campanha, simulando um contrato com o instituto de pesquisas Vox Populi. “Cerca de R$ 750 mil foram pagos mediante a quitação de despesas da campanha eleitoral de Pimentel junto ao Instituto Vox Populi. E, para viabilizar esse pagamento ao Instituto Vox Populi, o colaborador conversou com Humberto e com um diretor comercial do instituto, Marcio Hiran, para que eles ajustassem a emissão da nota fiscal e a efetivação do pagamento. Os serviços declarados na nota fiscal não foram efetivamente prestados ao grupo JHSF, mas sim à campanha eleitoral de 2014 de Fernando Pimentel.”
Em nota, o advogado de Pimentel, Eugênio Pacelli, desqualifica a delação de Bené. "É preciso lembrar que a delação por si só não é elemento de prova e a divulgação de parte de seu suposto conteúdo, ainda na fase do primeiro depoimento, além de ilegal, o que pode invalidá-la, não tem outro sentido senão o de influenciar a opinião pública e promover a antecipação da condenação do investigado", diz.
A JHSF afirmou que recebeu "com surpresa a notícia de que foi mencionada em delação premiada" de Bené. A empresa afirma que "não cometeu qualquer ilícito, tendo feito apenas contribuições na forma da lei". O Vox Populi diz que não comenta delações.
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