segunda-feira, 13 de junho de 2016

O CERCO TÁ SE FECHANDO: QUEREM COLOCAR A CORDA NO PESCOÇO DA DILMA...





Carlos Newton
A força-tarefa da Lava Jato ainda não pode investigar a presidente Dilma Rousseff, mas já começa a apertar a corda em volta do pescoço dela, que daqui a alguns meses perderá o foro privilegiado e cairá na malha fina da República de Curitiba, que está passando o país a limpo. No ano  passado, Dilma já havia sido arrolada como testemunha por Nestor Cerveró, ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, mas na época ele foi muito pressionando e acabou tirando o nome dela. Agora, não teve jeito e a 13ª Vara Federal Criminal já enviou a intimação ao Palácio da Alvorada, para que Dilma deponha a favor de Marcelo Odebrecht.
DILMA TEM OPÇÕES – Para responder as perguntas do juiz Moro, Dilma pode preferir testemunhar por escrito, na forma da lei, ou até mesmo não dar resposta alguma. Nada lhe acontecerá, mas pegará muito mal se ela não prestar depoimento. Seja como for, a presidente Dilma agora passa a ter certeza de que seu encontro frente a frente com Moro é apenas uma questão de tempo.
Dentro de poucos meses, Dilma Rousseff acabará deixando a condição de testemunha, para se tornar indiciada e depois incriminada. Por enquanto, tudo depende do Supremo, que costuma sentar em cima desses autos, mas em Curitiba as investigações, os inquéritos e os processos andam em alta velocidade, num contraponto à majoritária parcela da Justiça brasileira, que prefere seguir devagar, quase parando, quando não engata marchá a ré.
OPERAÇÃO XEPA –  Dilma será ouvida no desdobramento da Operação Xepa, a 26ª fase da Lava Jato, detonada em março, quando a força-tarefa saiu em campo para buscar provas referentes ao chamado Departamento de Propinas da Odebrecht, descoberto na delação premiada da secretária Maria Lúcia Guimarães Tavares, presa em 22 de fevereiro. Ela trabalhava desde 2009 organizando pagamentos para esquemas de corrupção e suas revelações já trouxeram indícios contra dezenas de políticos.
Maria Lúcia desconhecia os beneficiários finais. Mas sabia quem era “Feira”, apelido do marqueteiro João Santana, por ter nascido próximo à cidade de Feira de Santana. E nas anotações de Maria Lúcia, havia o contato da mulher de Santana, Mônica Moura, que mandava um intermediário retirar propinas em dinheiro diretamente na sede da Odebrecht em Salvador.
DILMA ARROLADA – A presidente Dilma está sendo arrolada para depor como testemunha por Marcelo Odebrecht, que já entregou à força-tarefa como funcionava o esquema e revelou também as contribuições que o PT exigiu para a última campanha de Dilma, em 2014: primeiro via Edinho Silva (R$ 14 milhões) e depois via João Vaccari (12 milhões).
O empreiteira relatou à força-tarefa que estranhou o segundo pedido, foi a Brasília conferir com a própria presidente Dilma Rousseff, e ela lhe ordenou que fizesse a contribuição. “É para pagar!” – ela determinou a Marcelo Odebrecht, segundo o depoimento em empreiteiro, que revelou também o funcionamento do caixa 2 da campanha eleitoral no exterior.
Já se sabe que a presidente vai exigir as perguntas do juiz Sergio Moro por escrito, para serem respondidas pelo ex-ministro José Eduardo Cardozo. Dilma pode até mesmo não responder, repita-se. Mas não adianta nada, porque a força-tarefa está apertando o cerco a ela, as provas estão se acumulando e agora é apenas uma questão de tempo.
ATÉ NO EXTERIOR – Os problemas de Dilma se avolumam. Já está citada em várias delações premiadas. Seu ex-amigo Nestor Cerveró, que denunciou a participação dela na compra de Pasadena, está fazendo acordo na Justiça dos Estados Unidos e vai depor sobre o caso da refinaria. Outro importante personagem, o ex-diretor Paulo Roberto Costa também pode fazer acordo nos EUA e entregar Dilma, com quem se relacionava diretamente nos governos de Lula, quando ela ocupou  o Ministério de Minas e Energia e depois a Casa Civil.
A grande dúvida é saber se a presidente Dilma tem conhecimento desses fatos. Por recomendação médica, para não se estressar, ela não lê jornais nem revistas, também não assiste aos telejornais. É informada por meio de uma sinopse feita pela assessoria, que destaca as poucas notícias positivas e ameniza as muitas notícias negativas. Ela vive num mundo virtual, mas um dia terá de cair na realidade. E ainda há quem defenda que ele volte ao poder.

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