Por Altamir Pinheiro
Elegância, charme e talento são as palavras certas
para definir o famoso ator CARY GRANNT(1904 -1986), que se afastou do cinema em 1966. No
entanto, a partir dos anos 1930, por 12 anos o ator, solteiro e um dos mais cobiçados da época,
vivia numa mansão em Santa Monica, em Los Angeles, com RANDOLPH SCOTT, estrela
de filmes faroestes. A residência ficou conhecida como a “MANSÃO DOS
SOLTEIRÕES”. Em 1932, a Paramount fez 30 fotos deles dois para divulgar a alegria da vida de solteiro
que levavam. As imagens ambíguas da dupla, tratados pela imprensa como “O CASAL
FELIZ”, os mostram na piscina, levantando pesos, fazendo cooper, jogando dama ou jantando à
luz de velas...
Antigamente ser VIADO era dose pra elefante. Numa época em que os
direitos dos homossexuais não eram sequer discutidos, alguns atores foram
obrigados a casar, como foram os casos de GRANNT &
SCOTT passando a imagem de pessoas “ADEQUADAS” a uma sociedade religiosa
e heterossexual (pelo menos diante dos holofotes). Os homossexuais envolvidos
com o cinema na época áurea dos grandes estúdios viviam em pânico. O amor entre si desses dois grandes astros de hollywood
era tamanho que, mesmo
depois de casados com mulheres mantiveram diversos encontros. Ao saber do
falecimento de Cary Grant, em 1986, o velho RANDOLPH SCOTT (com 88 anos de
idade) compareceu ao velório antes da cremação, dirigiu-se ao caixão, pegou nas
mãos do amado, beijou-as, colocou-as sobre sua cabeça, e chorou copiosamente.
Em seguida retirou-se em silêncio sepulcral sem falar com a imprensa.
Do seu lado
artístico, apesar de suas qualidades, RANDOLPH SCOTT foi um ator mediano em comédias,
dramas e em aventuras ocasionais, até se projetar nos WESTERNS, onde
decididamente se consagrou como um dos maiores ícones americanos, entre 1940
até 1962, quando se despediu das telas com o filme “PISTOLEIROS DO ENTARDECER”,
uma obra-prima com que fechou sua magnífica carreira. Sua personalidade
artística alterou-se da figura calma para uma figura austera, de homem
resistente, imponente, e duro como uma rocha. Conhecido pela virilidade que
mostrava em seus filmes de velho-oeste, relacionou-se por um longo tempo com
Cary Grant, mesmo depois de casado.
Quando
o assunto são os westerns de Randolph Scott é inevitável lembrar “SANTA FÉ”, faroeste
de 1951. Santa Fé conta a história da construção de uma ferrovia que tenta ligar o território
do Kansas até a fronteira com o Estado do Colorado, num total de 300 milhas
(480 quilômetros). Randolph Scott, apelidado de ‘’Rosto de Granito’’, nesse
filme, tem uma atuação que dele se
espera, isto é, sóbria e convincente. Como diz o pesquisador de filmes de bang
bang, Darci Fonseca: “Santa Fé” é um western que vale mesmo pela boa história,
pelos cenários naturais bonitos, pela movimentação e pela presença de Randolph
Scott, sempre motivo de satisfação num faroeste.
Quando
se trata de películas cinematográficas estreladas por RANDY, apelido carinhoso
que se dava ao cawboy Randolph Scott, só
revendo seus filmes. Pegar na
prateleira, tirar o pó e curti-los!!! Nostalgicamente falando, Somente quem tem
acima de 50 anos pode falar da esfuziante alegria que era frequentar as matinês
domingueiras e nelas assistir faroestes
de Rocky Lane, Giuliano Gemma(Ringo),
Roy Rogers, Franco Nero(Django), além de Kirk
Douglas e John Wayne e, como não poderia ser diferente, trocar gibis e figurinhas na porta do
cinema ou então, no término do filme, correr para o cartaz e ver se as cenas
conferiam. Quem nunca bateu os pés no chão nas cenas de emoção não sabe o que
perdeu!!! O cinema parecia que iria cair
e o pobre do guarda-civil e os vagalumes (lanterninhas) tentavam inutilmente
acalmar a rapaziada. Na verdade, a TV nunca conseguiu substituir a emoção de ir
ao cinema nas Jovens tardes de domingo; tantas alegrias; velhos tempos;
belos dias...
Voltando
ao tema da homossexualidade de Randolph Scott, a história é
conhecida, mas não cansa recordá-la.
Dois homens cheios de charme, em início de carreira, pretendidos por todas as
mulheres e acabados de chegar à terra de todos os sonhos. HOLLYWOOD, 1932. Cary
Grant tem 28 anos e Randolph Scott 34. Dá-se a coincidência de começarem a
trabalhar quase ao mesmo tempo. Ficam amigos. Tão amigos que se tornam mais do
que amigos e decidem ir viver juntos. Cary Grant, considerado um dos melhores atores
da história do cinema americano, e Randolph Scott, que ficou conhecido por
protagonizar westerns realizados por Budd Boetticher no fim dos anos 50.
aparecem unidos pela extremosa intimidade que em público sempre negaram.
Não há como negar que continua sendo um acontecimento quando um astro de
Hollywood decide proclamar sua homossexualidade. Mesmo que o assumido não seja
da primeira grandeza de estrelas. Além disso, revistas de celebridades, colunas
de fofoca, jornais, livros e filmes parece que decidiram tirar definitivamente
do armário veteranos astros gays. Muitos deles surpreendem, como o
próprio CARY GRANT (1904 -
1986) - JAMES DEAN (1931 - 1955) - ROCK HUDSON (1925 - 1985) - RUDOLPH
VALENTINO (1895 - 1926) – BURT LANCASTER (1913 - 1994) - RICHARD CHAMBERLAIN e RANDOLPH
SCOTT (1898 - 1987).
Assista
ao vídeo de 4 minutos mostrando a "AMIZADE" do formidável Cary Grant com o devastadoramente bonito
Randolph Scott que foi notadamente bastante sincera, porém, perigosamente
oprimida. Tanto antes, durante e depois dos sete casamentos que os dois tiveram
com mulheres. As fotos usadas neste
vídeo são apenas algumas das muitas que existem, onde é tão claro que eram
muito mais do que apenas "COLEGAS DE QUARTO". É óbvio que eles
compartilharam um grande amor e chegaram a ser o casal mais fisicamente lindo
na história de Hollywood"...
https://www.youtube.com/watch?v=AO386zSHHMM
Um comentário:
Na lista antiga, Cary Grant, Fred Astaire, Randolph Scott, Paul Newman, Marlon Brando, provavelmente, Robert Redford e Henry Fonda. Na nova lista, que sairá em breve: Tom Cruiser, Leonardo DiCaprio, Brad Pitt, River Phoenix, Val Kilmer, Rob Lowe...
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