Ricardo
Vélez
O fato que salta à vista neste início de ano é a eterna cara de
pau de Lula e dos advogados e militantes do Partido dos Trabalhadores (PT). O
famigerado líder petista e seus sequazes TENTAM PEITAR A MAGISTRATURA, com o propósito de tumultuar o julgamento do réu pelo Tribunal
Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, no próximo dia 24,
tendo sido já o ex-presidente condenado pelo juiz federal Sergio Moro em
primeira instância, no âmbito da Operação Lava Jato.
A finalidade da estratégia petista sempre tem sido pescar em águas
turvas. Para Lula, só há uma alternativa: GUINDÁ-LO DE NOVO AO PODER, DO QUAL ELE E SEU PARTIDO FORAM
DESALOJADOS PELA SOCIEDADE BRASILEIRA APÓS 14 ANOS DE DESMANDOS.
Inovou Lula com essa estratégia? Definitivamente, não: essa é a
via aberta pelos totalitários desde os jacobinos e Lenin até os dias atuais.
O grande problema não resolvido pelos totalitários é que eles se
acham superiores ao restante da humanidade. O termo “DEMOCRACIA”, para o espírito totalitário, significa governo dos próprios
totalitários sem nenhuma limitação. Eles assumiram o espírito pregado por
Jean-Jacques Rousseau no seu Contrato Social: o líder e os “PUROS”, seus seguidores, têm a missão escatológica de dar origem ao “HOMEM NOVO”, aquele não conspurcado pela defesa dos interesses individuais. E
somente pode haver uma forma de governo válida: A DITADURA DO LÍDER MESSIÂNICO E DOS PUROS, A FIM DE GARANTIR A
UNANIMIDADE AO REDOR DA “VONTADE GERAL” ENCARNADA NELES.
Ora, segundo pensava o maluco filósofo de Genebra na obra citada,
o poder total a ser exercido pelo líder e seus seguidores consiste na
unanimidade de todos ao redor deles para garantir a felicidade do gênero
humano. Qualquer dissidência deve ser aniquilada como atentado contra a
felicidade geral. A infelicidade infiltra-se na sociedade em decorrência da
existência dos indivíduos e dos seus interesses privados. DEVEM SER ESMAGADOS, PORTANTO, TODOS AQUELES
QUE NÃO SE CURVAREM AO “INTERESSE PÚBLICO”, entendido como a imposição da “vontade geral”, da qual são
garantia e manifestação soteriológica, na História, o líder messiânico e os
seus seguidores imediatos, os “puros”. O ideal da nova ordem política foi bem
definido por Lenin, em O Estado e a Revolução, como “um poder não limitado por
leis”.
O espírito totalitário perversamente apregoado por Rousseau
passou, na modernidade, a encarnar nas lideranças revolucionárias radicais, que
tingiram de sangue a História desde os jacobinos na Revolução Francesa e no Terror
por eles imposto, no final do século 18, passando pelo império napoleônico
(entre 1804 e 1814) e seguindo, já nos séculos 20 e 21, com a Revolução
Bolchevique, na Rússia, em 1917, e a emergência dos totalitarismos. Em todos
eles o fantasma do “PODER TOTAL” assoma, até na mais recente manifestação de
chantagem nuclear do tresloucado líder norte-coreano, Kim Jong-un.
Essa saga do totalitarismo já se tinha manifestado em Fidel Castro
e na sua ditadura familiar, no Che Guevara, com o seu dístico “Pátria (totalitária)
ou morte”, na louca aventura nazi-fascista, com o endeusamento da minoria
ariana ao redor do Führer, ou com Mussolini apregoando o princípio do “PODER TOTAL” na célebre proposta de “TUDO DENTRO DO ESTADO, NADA FORA DELE”.
Não nos enganemos: se Lula representa alguma tradição política,
ela se filia a essa herança do totalitarismo hodierno. Não é por outra razão
que, para ele e seus cansativos militantes, só há uma alternativa para salvar o
Brasil: LULA E O
PT.
Como a tradição totalitária se encarna com as cores de cada
cultura, no Brasil Lula e os seus sequazes adotaram uma máscara: a cara de pau
do “HERÓI SEM NENHUM
CARÁTER”, Macunaíma,
genialmente descrito por Mário de Andrade no seu clássico de 1928. Vamos
convir: não é de cara de pau a feição do líder messiânico quando aparece na
televisão, ou em palanque, afirmando para a enojada audiência que não há
vivalma mais ética do que ele? Os petralhas especializaram-se em fazer da
corrupção método de ação política e em esfregar no rosto dos perplexos cidadãos
tungados por eles na roubalheira geral as “FAÇANHAS” praticadas.
Não são, aliás, de cara de pau as feições do comando petralha que
“visitou” o desembargador Thompson Flores recentemente em Porto Alegre, como se
ele e o tribunal por ele presidido fossem os meliantes, e não eles próprios? Os
seguidores de Lula entenderam bem a lição da tragicomédia montada pelo líder:
aparecer em público com ar contrito e na maior cara de pau, para dizer o
seguinte: “CORRUPTOS
SÃO VOCÊS, OTÁRIOS, QUE VOTARAM EM NÓS E FICARAM NA RUA DA AMARGURA JUNTAMENTE
COM OS 14 MILHÕES DE DESEMPREGADOS! NÓS SOMOS OS PUROS, OS RETOS, OS QUE DEVEM
PREVALECER NO COMANDO DO ESTADO. FORA DE NÓS NÃO HÁ SALVAÇÃO”. É mesmo muita cara de pau!
A SOCIEDADE BRASILEIRA TEM UM CAMINHO PARA TIRAR ESSE LIXO DA
HISTÓRIA E IMPEDIR QUE OS PETRALHAS ASSUMAM, DE NOVO, O PODER NO BRASIL, A FIM
DE DESTRUÍREM O QUE FICOU DAS NOSSAS JÁ COMBALIDAS INSTITUIÇÕES REPUBLICANAS: repetir, em alto e bom som, que sabemos de quem
se trata, conhecemos os malfeitos por eles praticados, que hoje já se situam na
casa dos bilhões de dólares roubados e ainda estão intactos em paraísos
fiscais.
Devemos repetir até o cansaço que acreditamos nas instituições,
que a Justiça fará o seu trabalho até o fim, para pôr atrás das grades todos os
que se aproveitaram da passagem pelo poder para enriquecer ilicitamente. E
devemos repetir, na cara de Lula e dos seus sequazes, que já identificamos onde
se inspira a sua retórica vazia: na tradição totalitária que deixou espalhados
pelo mundo afora milhões de vítimas.
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