quinta-feira, 30 de maio de 2013

PARA OS PETRALHAS OS INOCENTES ERAM CULPADOS, MAS OS CULPADOS SÃO INOCENTES.



EIS A FÁBULA DOS PETISTAS: “OS INOCENTES, SE NOSSOS INIMIGOS, SÃO CRIMINOSOS; OS CULPADOS, SE NOSSOS ALIADOS, SÃO VIRTUOSOS”. OU AINDA: “OS ADVERSÁRIOS SÃO SEMPRE CULPADOS, MESMO QUANDO INOCENTES; OS ALIADOS SÃO SEMPRE INOCENTES, MESMO QUANDO CULPADOS.”

 

Por Reinaldo Azevedo

 
O ridículo, no caso que envolve a Caixa Econômica Federal e a bagunça gerada pelo pagamento dos benefícios do Bolsa Família, parece não ter fim. Nesta quarta, a presidente Dilma Rousseff, imaginem vocês!, emitiu uma nota oficial para afirmar que nada muda na direção da instituição financeira e que a “a diretoria é formada por técnicos íntegros e comprometidos com as diretrizes da CEF, com seus clientes e com os beneficiários de programas tão importantes para o Brasil, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida”. Ah, bom, se é assim… Façamos, pois, uma síntese da história, à qual Dilma, finalmente, empresta, então, uma moral. E a moral da história é a seguinte: quando não se conhecia a origem da confusão, a ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) houve por bem culpar a oposição, com aquela clarividência que, a gente nota, ela traz, de hábito, estampada na testa. Já o ministro José Eduardo Cardozo, o Garboso, e a presidente Dilma preferiram apontar uma conspirata. Para a governanta, o responsável, além de “desumano”, era também “criminoso”. Muito bem! Agora já se sabe — embora seja frenética a busca de um bode expiatório — que foi a própria CEF a responsável pela confusão. Menos do que o boato do fim do benefício, o que pegou mesmo foi a informação — e se tratava de um fato parcialmente verdadeiro — de que havia um “dinheiro a mais” na conta… E havia: a antecipação do pagamento de maio. Com a informação em mãos — apurada pela imprensa (reportagem da Folha), não pelo governo ou pela própria CEF —, os “desumanos” e “criminosos” de antes viram heróis. E não pode haver, convenham, melhor síntese do petismo do que essa. Esse episódio, já que tem uma moral da história, assume mesmo o tom de uma fábula — do subgênero perverso. E sua síntese é esta: “OS INOCENTES, SE NOSSOS INIMIGOS, SÃO CRIMINOSOS; OS CULPADOS, SE NOSSOS ALIADOS, SÃO VIRTUOSOS”. OU AINDA: “OS ADVERSÁRIOS SÃO SEMPRE CULPADOS, MESMO QUANDO INOCENTES; OS ALIADOS SÃO SEMPRE INOCENTES, MESMO QUANDO CULPADOS.” Quem estranha? Voltemos ao caso do mensalão e dos mensaleiros, que estão por aí, para escândalo do bom senso, atacando o Supremo Tribunal Federal. A impressão que se tem é que o país não foi vítima do maior escândalo da história republicana; os protagonistas dos atos criminosos é que teriam sido vítimas, coitados!, de um tribunal de exceção. Se bem que, convenham, a coisa faz sentido: aqueles que, no fundo, odeiam o processo democrático acabam se sentido perseguidos por suas regras e por suas leis. É um vexame!

 

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