Reinaldo Azevedo
Há verdades que são inelutáveis, que têm de ser ditas com toda a
clareza, sem subterfúgios, e que não admitem contestação. Há, entre muitas
outras, uma infinidade delas, uma diferença fundamental entre FHC e Lula. E ela
diz respeito, vamos dizer assim, AO FUTURO DA LINHAGEM. Quando o tucano chegou à Presidência, seus netos eram herdeiros
de um dos maiores bancos do país: o Nacional. Quando ele terminou seu segundo
mandato, seus netos eram como a esmagadora maioria de nós: pertenciam ao MSB, o
Movimento dos Sem-Banco.
Com Lula, a coisa é diferente.
Quando ele chegou ao poder, Lulinha, seu filho mais velho, formado em
biologia, era MONITOR DE JARDIM ZOOLÓGICO. Se alguém não achava o
caminho das zebras, das raposas e dos jumentos, ele indicava.
Logo no segundo ano de governo
do pai, em 2004, o mesmo Lulinha já podia ser considerado um milionário: RECEBEU R$ 5 MILHÕES DA EMPRESA DE TELEFONIA
TELEMAR — ATUAL OI —, da qual o BNDES era sócio.
Mais: empresas desse setor são bastante reguladas pelo poder público. Alguns
anos depois, Lulão, o pai, mudou a legislação só para permitir que a Oi
comprasse a Brasil Telecom, de Daniel Dantas.
E Lulinha não parou mais de
prosperar. Referindo-se certa feita ao talento do filho para fazer negócios —
descoberto depois que o genitor virou presidente —, LULA AFIRMOU QUE NÃO PODIA
FAZER NADA SE ERA PAI DE UM RONALDINHO DOS NEGÓCIOS…
Ocorre que a família Lula da
Silva, embora formada na cultura SOCIALISTA, se dá
muito bem no CAPITALISMO. Reportagem do Estadão evidencia que uma MP que favoreceu o setor
automobilístico em 2009, assinada por Lula — que prorrogava incentivos fiscais
até 2015 — foi objeto de um frenético lobby de alguns escritórios de advocacia
e afins, com pagamentos de R$ 36 milhões a intermediários — R$ 4 milhões teriam
sido enviados para pessoas do PT.
Um dos escritórios que atuaram
no lobby, o Marcondes & Mautoni, vejam que coincidência, pagou R$ 2,4
milhões para a LFT, a empesa de marketing esportivo de Luís Cláudio da Silva, o
irmão de Lulinha, o outro filho de Lula, o seu outro Ronaldinho — O SEU NEYMAR, QUEM SABE…
Esses repasses só vieram a
público porque a Marcondes & Mautoni está na mira da Operação Zelotes, que
apura esquema de corrupção no Carf, realizada conjuntamente pela Polícia
Federal, Receita Federal, Ministério Público Federal e Corregedoria do
Ministério da Fazenda.
O escritório, que trabalha há
muitos anos com o setor automotivo, não explicou que tipo de serviço a empresa
de marketing esportivo de Luiz Cláudio prestou, mas nega qualquer
irregularidade. Certo! A empresa tem o direito de dar a sua versão. Mas vamos
convir: em matéria de despautério, no Brasil, a realidade sempre sai ganhando
mesmo da pior versão.
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