Mary Zaidan
MORAL. Prática em desuso na política, a palavra reinou
no discurso da presidente Dilma Rousseff durante o 12º Congresso da CUT, que
recebeu também o ex Lula e toda a sua beligerância contra quem não reza por sua
cartilha. Pelo histórico de ambos e as demonstrações feitas a rodo na semana
passada, NEM
UM NEM OUTRO CONHECE O SIGNIFICADO DO VERBETE.
Dilma apontou o dedo para a oposição vociferando
contra “MORALISTAS
SEM MORAL”. Sem gaguejar – o que é raro em suas falas –, garantiu que nunca
fez “da atividade política e da vida pública meios para obter vantagem pessoal
de qualquer tipo”. É mais uma adepta do conceito torto de moral difundido por
Lula e o PT.
No código moral do petismo, tudo valia – MENTIR, BARGANHAR, VENDER A ALMA E ATÉ
ROUBAR -, desde que em nome do projeto do partido, o único capaz
de salvar os pobres e desassistidos das garras dos liberais, dos ricos. Hoje,
essa é premissa superada. Vale tudo e muito mais.
A DESFAÇATEZ E A ROUBALHEIRA GRASSAM EM TODOS OS
CANTOS. COBRAM-SE COMISSÕES E DESVIA-SE DINHEIRO PÚBLICO PARA ENCHER OS BOLSOS.
ENGORDA-SE A CONTA BANCÁRIA INTERNA E EXTERNA DE GENTE DO PT E DE ALIADOS PARA
CONTINUAR NO PODER, SEGURAR CARGOS E PRIVILÉGIOS E TENTAR BLINDAR COMPANHEIROS
METIDOS EM SUCESSIVOS ESCÂNDALOS. LULA, SEUS FILHOS E ATÉ UMA NORA SÃO ALGUNS
DOS PROTAGONISTAS.
É fato que, diferentemente do que ocorre com gente até
do primeiro escalão petista, não paira sobre Dilma a suspeita de que ela tenha
surrupiado um único tostão. Mas o seu comportamento, O QUE FEZ E FAZ, TUDO ESTÁ LONGE DA
DIGNIDADE RECLAMADA POR ELA, ANOS-LUZ DE DISTÂNCIA DA MORALIDADE.
No código que tomou de empréstimo do seu patrono, ELA NÃO CONSIDERA IMORAL MENTIR
DESLAVADAMENTE PARA ANIQUILAR ADVERSÁRIOS, COMO FEZ COM MARINA SILVA. Nem ludibriar o eleitor vendendo
o país COR-DE-ROSA e prometendo o impossível, como o trem-bala, a construção de
seis mil creches ou 800 aeroportos regionais.
Não é imoral nem aética a barganha sórdida urdida em
parceria com Lula para frear seu impedimento, entregando ministérios a quem não
tem qualquer competência para conduzi-los; permutando fartos nacos do Estado
pela garantia de seu mandato. Reveste-se de moral o ato de voltar atrás no
compromisso de acabar com três mil cargos comissionados, agora necessários para
que os aliados votem pela permanência da PRESIDENTE REJEITADA POR MAIS 70% DO PAÍS.
É TAMBÉM MORALMENTE DEFENSÁVEL NEGOCIAR E PROTEGER O
PRESIDENTE DA CÂMARA, EDUARDO CUNHA (PMDB-RJ), ENROLADO ATÉ O ÚLTIMO FIO DO
CABELO EM MILHÕES INEXPLICÁVEIS E NÃO DECLARADOS. NESSE CASO, DIGA-SE, BOA
PARTE DA OPOSIÇÃO COMETE IMORALIDADE IDÊNTICA.
Não há qualquer indício de que Dilma tenha desviado
recursos para a sua conta. MAS É DIFÍCIL CRER EM SUA INOCÊNCIA. Ainda que como
cúmplice, estava lá com poder de mando, como ministra das Minas e Energia e
presidente do Conselho, quando se institucionalizou a bilionária ladroagem na
Petrobras. Era a candidata à reeleição quando mentiu sabendo que mentia. FOI DESONESTA, IMORAL.
Moral é um conjunto de princípios e virtudes que
norteiam o comportamento. Não é blablablá para agradar plateias. MORAL NÃO
INCLUI BRAVATAS NEM TERGIVERSAÇÃO. Muito menos permite leituras singulares como
o petismo adora fazer e Dilma repete. MORAL DA HISTÓRIA: serão os brasileiros
com MORAL que pagarão a conta dos SEM-MORAL. Daqueles que se acham acima de qualquer MORAL, que protegem e compram IMORAIS.