segunda-feira, 19 de outubro de 2015

OS IMORAIS


Mary Zaidan
MORAL. Prática em desuso na política, a palavra reinou no discurso da presidente Dilma Rousseff durante o 12º Congresso da CUT, que recebeu também o ex Lula e toda a sua beligerância contra quem não reza por sua cartilha. Pelo histórico de ambos e as demonstrações feitas a rodo na semana passada, NEM UM NEM OUTRO CONHECE O SIGNIFICADO DO VERBETE.
Dilma apontou o dedo para a oposição vociferando contra “MORALISTAS SEM MORAL”. Sem gaguejar – o que é raro em suas falas –, garantiu que nunca fez “da atividade política e da vida pública meios para obter vantagem pessoal de qualquer tipo”. É mais uma adepta do conceito torto de moral difundido por Lula e o PT.
No código moral do petismo, tudo valia – MENTIR, BARGANHAR, VENDER A ALMA E ATÉ ROUBAR -, desde que em nome do projeto do partido, o único capaz de salvar os pobres e desassistidos das garras dos liberais, dos ricos. Hoje, essa é premissa superada.  Vale tudo e muito mais.
A DESFAÇATEZ E A ROUBALHEIRA GRASSAM EM TODOS OS CANTOS. COBRAM-SE COMISSÕES E DESVIA-SE DINHEIRO PÚBLICO PARA ENCHER OS BOLSOS. ENGORDA-SE A CONTA BANCÁRIA INTERNA E EXTERNA DE GENTE DO PT E DE ALIADOS PARA CONTINUAR NO PODER, SEGURAR CARGOS E PRIVILÉGIOS E TENTAR BLINDAR COMPANHEIROS METIDOS EM SUCESSIVOS ESCÂNDALOS. LULA, SEUS FILHOS E ATÉ UMA NORA SÃO ALGUNS DOS PROTAGONISTAS.
É fato que, diferentemente do que ocorre com gente até do primeiro escalão petista, não paira sobre Dilma a suspeita de que ela tenha surrupiado um único tostão. Mas o seu comportamento, O QUE FEZ E FAZ, TUDO ESTÁ LONGE DA DIGNIDADE RECLAMADA POR ELA, ANOS-LUZ DE DISTÂNCIA DA MORALIDADE.
No código que tomou de empréstimo do seu patrono, ELA NÃO CONSIDERA IMORAL MENTIR DESLAVADAMENTE PARA ANIQUILAR ADVERSÁRIOS, COMO FEZ COM MARINA SILVA. Nem ludibriar o eleitor vendendo o país COR-DE-ROSA e prometendo o impossível, como o trem-bala, a construção de seis mil creches ou 800 aeroportos regionais.
Não é imoral nem aética a barganha sórdida urdida em parceria com Lula para frear seu impedimento, entregando ministérios a quem não tem qualquer competência para conduzi-los; permutando fartos nacos do Estado pela garantia de seu mandato. Reveste-se de moral o ato de voltar atrás no compromisso de acabar com três mil cargos comissionados, agora necessários para que os aliados votem pela permanência da PRESIDENTE REJEITADA POR MAIS 70% DO PAÍS. 
É TAMBÉM MORALMENTE DEFENSÁVEL NEGOCIAR E PROTEGER O PRESIDENTE DA CÂMARA, EDUARDO CUNHA (PMDB-RJ), ENROLADO ATÉ O ÚLTIMO FIO DO CABELO EM MILHÕES INEXPLICÁVEIS E NÃO DECLARADOS. NESSE CASO, DIGA-SE, BOA PARTE DA OPOSIÇÃO COMETE IMORALIDADE IDÊNTICA.
Não há qualquer indício de que Dilma tenha desviado recursos para a sua conta. MAS É DIFÍCIL CRER EM SUA INOCÊNCIA. Ainda que como cúmplice, estava lá com poder de mando, como ministra das Minas e Energia e presidente do Conselho, quando se institucionalizou a bilionária ladroagem na Petrobras. Era a candidata à reeleição quando mentiu sabendo que mentia. FOI DESONESTA, IMORAL.

Moral é um conjunto de princípios e virtudes que norteiam o comportamento. Não é blablablá para agradar plateias. MORAL NÃO INCLUI BRAVATAS NEM TERGIVERSAÇÃO. Muito menos permite leituras singulares como o petismo adora fazer e Dilma repete. MORAL DA HISTÓRIA: serão os brasileiros com MORAL que pagarão a conta dos SEM-MORAL. Daqueles que se acham acima de qualquer MORAL, que protegem e compram IMORAIS.