Josias de Souza
Nos últimos quatro anos, a empresa LILS,
que traz na logomarca as iniciais do dono, Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu
da Odebrecht, sua principal cliente, cerca de R$ 4 milhões. No papel, o
dinheiro remunerou palestras de Lula. Na prática, informam os repórteres Thiago
Bronzatto, Ana Clara Costa e Alana Rizzo na revista Época, a verba
destinou-se a alavancar negócios da construtora no exterior. AFORA AS PALESTRAS, A ODEBRECHT BANCOU R$ 3 MILHÕES EM
CUSTOS DE VIAGENS DE LULA PARA PAÍSES ONDE MANTÉM OBRAS FINANCIADAS PELO BOM E
VELHO BNDES.
A notícia demonstra que o investimento da Odebrecht, empresa
enrolada na Lava Jato, revelou-se providencial. O morubixaba do PT EXIBIU
NOTÁVEL TALENTO PARA DESATAR OS NÓS QUE TRAVAVAM CONTRATOS DA CONSTRUTORA. Mencionam-se
episódios ocorridos na Venezuela, em Angola, na República Dominicana e em Cuba.
Juntos, converteram Lula em protagonista de um inquérito da Procuradoria da
República, em Brasília, por suspeita da prática de crime de tráfico de
influência.
A certa altura, a notícia da revista
Época anota: “Em alguns casos, as viagens de Lula eram sucedidas por concessões
de empréstimos do BNDES para obras de infraestrutura no país. Angola é um
exemplo disso. Desde 2011, a Odebrecht foi a que mais recebeu financiamentos do
BNDES no país africano, que está no topo da lista de recursos destinados pelo
banco para exportação. ENTRE ABRIL DE 2011 E ABRIL DE
2014, FORAM LIBERADOS US$
3,1 BILHÕES DOS COFRES DO BNDES PARA A
ODEBRECHT.”
O texto prossegue: “Nos dias 30 de junho
e 1º de julho de 2011, Lula foi contratado pela Odebrecht para dar uma palestra
na Assembleia Nacional em Luanda, capital da Angola, sobre ‘O DESENVOLVIMENTO
DO BRASIL – MODELO POSSÍVEL PARA A ÁFRICA’. Em seguida, Lula se reuniu por 40
minutos com o presidente do país, José Eduardo dos Santos. Após a conversa,
Lula se encontrou com Emílio Odebrecht e com diretores das empreiteiras Queiroz
Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.”
A reportagem acrescenta: “Lula
aterrissou em São Paulo no dia 2 de julho, à 0h30. No dia 28 de julho de 2011,
o BNDES liberou um empréstimo de US$ 281 milhões (R$ 455 milhões, em valores da
época), tão aguardado pela Odebrecht, para a construção de 3 mil unidades
habitacionais e desenvolvimento de infraestrutura para 20 mil residências em
Angola. No dia 6 de maio de 2014, Lula e Emílio Odebrecht voltaram a se
encontrar em Angola. O ex-presidente viajou, numa aeronave cedida pelo governo
angolano, de Luanda para a província de Malanje, onde visitou a usina de açúcar
e etanol Biocom, sociedade entre a Odebrecht Angola e a Sonangol.”
Súbito, o caso de Angola conectou-se à
Operação Lava Jato. “Em depoimento de sua delação premiada, o lobista Fernando
Soares, o Baiano, disse que se associou ao empresário José Carlos Bumlai, amigo
de Lula, para viabilizar a palestra do ex-presidente em Angola”, informa Época.
“Baiano atendia a um pedido de um general angolano, interessado no negócio.
Lula estava a todo momento acompanhado por Emílio Odebrecht, pela ex-ministra
do Desenvolvimento Social Márcia Lopes e pelo ex-deputado federal Sigmaringa
Seixas, além de autoridades angolanas.”
“Na manhã do dia seguinte”, prossegue o
texto, Lula “teve uma reunião de cerca de uma hora com o presidente de Angola,
José Eduardo dos Santos. Nesse encontro, discutiram, entre outros assuntos, a
linha de crédito do BNDES para a construção da hidrelétrica de Laúca, segundo
telegramas do Itamaraty. Em dezembro do ano passado, sete meses após a
visita de Lula, o ministro de finanças de Angola, Armando Manuel, assinou o
acordo de financiamento com o BNDES. EM MAIO DESTE ANO, O
PRESIDENTE DO BANCO, LUCIANO COUTINHO, DEU O ÚLTIMO AVAL PARA A LIBERAÇÃO DE UM
EMPRÉSTIMO QUE PODE CHEGAR A US$ 500 MILHÕES (R$ 1,5 BILHÃO).”
Na última quarta-feira, Lula esteve em
Brasília para prestar depoimento no inquérito que apura a suspeita de tráfico
de influência internacional. Questionado sobre o negócio de Angola, disse que
“nada foi referido sobre o financiamento do BNDES para a construção da
hidrelétrica de Laúca e que o presidente José Eduardo nunca tratou desses
temas.” O DIABO É QUE DOCUMENTOS OFICIAIS DO ITAMARATY, JÁ OBTIDOS
PELA PROCURADORIA, REVELAM O CONTRÁRIO. Lula não se deu por achado. “Não passa de uma ilação, porque
o comunicante (do Itamaraty) não teria participado da reunião”, disse Lula.
Na semana passada, o ministro Teori
Zavascki, do STF, mandou soltar um dos presos da Lava Jato recolhidos à
carceragem em Curitiba. Chama-se Alexandrino Alencar. Atuava como diretor de
relações institucionais da Odebrecht. Acompanhava Lula em suas viagem a soldo
da construtora. Alexandrino tornou-se amigo de Lula. Porém, no seu depoimento à
Procuradoria, Lula cuidou de distanciar-se do personagem tóxico: “ALEXANDRINO
ERA REPRESENTANTE DA ODEBRECHT, NÃO SABENDO PRECISAR O CARGO; QUE SÓ TINHA
RELAÇÃO PROFISSIONAL COM ALEXANDRINO”, anota a transcrição do depoimento.
Ouvida sobre suas relações com Lula, a
Odebrecht classificou-a como “INSTITUCIONAL E
TRANSPARENTE”. Ecoando o depoimento de Lula, a construtora negou que o
ex-presidente tenha feito lobby em seu favor junto a governos estrangeiros. O
Ministério Público ainda não se convenceu. Cogita formar uma força-tarefa de
procuradores para investigar o caso. REQUISITOU
ACESSO A DOCUMENTOS COLECIONADAS PELA OPERAÇÃO LAVA JATO QUE FAÇAM REFERÊNCIA A
LULA, ODECRECHT E BNDES.
PITACO DO BLOG CHUMBO GROSSO: - O EX-PRESIDENTE DIZ O TEMPO TODO QUE
SAIU DO POVO. DE FATO, SAIU – MAS DEPOIS
QUE SAIU NÃO VOLTOU NUNCA MAIS. ANDA COM BILIONÁRIOS, EXIGE JATO PARTICULAR
PARA IR ÀS SUAS CONFERÊNCIAS E JOHNNIE WALKER RÓTULO AZUL NO CARDÁPIO DE BORDO.
COMO DIZ O JORNALISTA R.J.GUZZO: “NINGUÉM CONSEGUE VIVER TODOS OS DIAS COMO
RICO, VIAJAR COMO RICO, TRATAR-SE EM HOSPITAL DE RICO, GANHAR COMO RICO (200
000 REAIS POR PALESTRA(?), E JÁ HOUVE PAGAMENTOS MAIORES), COMER E BEBER COMO
RICO, HOSPEDAR-SE EM HOTEL DE RICO E, COM TUDO ISSO, QUERER QUE OS OUTROS
ACREDITEM QUE NÃO É RICO”.