Ricardo Noblat
O QUE DILMA DEVE A TEMER
“Entretanto, sempre tive ciência da absoluta
desconfiança da senhora e do seu entorno em relação a mim e ao PMDB.
Desconfiança incompatível com o que fizemos para manter o apoio pessoal e
partidário ao seu governo. Basta ressaltar que na última convenção apenas 59,9%
votaram pela aliança. E só o fizeram, ouso registrar, porque era eu o candidato
à reeleição a Vice.
UM
VICE DECORATIVO
“Jamais eu ou o PMDB fomos chamados para discutir
formulações econômicas ou políticas do país; éramos meros acessórios,
secundários, subsidiários.”
DESVALORIZADO
“A senhora, no segundo mandato, à última hora, não
renovou o Ministério da Aviação Civil onde o Moreira Franco fez belíssimo
trabalho elogiado durante a Copa do Mundo. Sabia que ele era uma indicação
minha. Quis, portanto, desvalorizar-me. Cheguei a registrar este fato no dia
seguinte, ao telefone.
No episódio Eliseu Padilha, mais recente, ele
deixou o Ministério em razão de muitas ‘desfeitas’, culminando com o que o
governo fez a ele, Ministro, retirando sem nenhum aviso prévio, nome com perfil
técnico que ele, Ministro da área, indicara para a ANAC. Alardeou-se a) que
fora retaliação a mim; b) que ele saiu porque faz parte de uma suposta
‘conspiração’.”
INGRATIDÃO
"Quando a senhora fez um apelo para que eu
assumisse a coordenação política, no momento em que o governo estava muito
desprestigiado, atendi e fizemos, eu e o Padilha, aprovar o ajuste fiscal. Tema
difícil porque dizia respeito aos trabalhadores e aos empresários. Não
titubeamos. Estava em jogo o país. Quando se aprovou o ajuste, nada mais do que
fazíamos tinha sequência no governo. Os acordos assumidos no Parlamento não
foram cumpridos."
HUMILHAÇÃO
“De qualquer forma, sou Presidente do PMDB e a
senhora resolveu ignorar-me chamando o líder Picciani e seu pai para fazer um
acordo sem nenhuma comunicação ao seu Vice e Presidente do Partido.”
“Recordo, ainda, que a senhora, na posse, manteve
reunião de duas horas com o Vice-Presidente Joe Biden — com quem construí boa
amizade — sem convidar-me, o que gerou em seus assessores a pergunta: o que é
que houve que, numa reunião com o Vice-Presidente dos Estados Unidos, o do
Brasil não se faz presente?”
ROMPIMENTO
“O PMDB tem ciência de que o governo busca promover
a sua divisão, o que já tentou no passado, sem sucesso. A senhora sabe que,
como Presidente do PMDB, devo manter cauteloso silêncio com o objetivo de
procurar o que sempre fiz: a unidade partidária.
Passados estes momentos críticos, tenho certeza de
que o País terá tranquilidade para crescer e consolidar as conquistas sociais.
Finalmente, sei que a senhora não tem confiança em mim e no PMDB, hoje, e não
terá amanhã. Lamento, mas esta é a minha convicção.” –
As imagens e a manchete não fazem parte do texto original -
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