Reinaldo
Azevedo
Michel Temer, vice-presidente da República, e Dilma Rousseff, a
presidente, se encontraram por 50 minutos na noite desta quarta. Ele disse o
que acertaram: “COMBINAMOS, EU A PRESIDENTE DILMA, QUE NÓS TEREMOS UMA RELAÇÃO
PESSOAL, INSTITUCIONAL, QUE SEJA A MAIS FÉRTIL POSSÍVEL”. Ela preferiu emitir
uma nota: “Na nossa conversa, eu e o vice-presidente Michel Temer decidimos que
teremos uma relação extremamente profícua, tanto pessoal quanto
institucionalmente, sempre considerando os maiores interesses do País”. Ele
escolhe a palavra FÉRTIL, que quer dizer
fecundo, farto, produtivo. Com uma restrição: tudo isso dentro do “POSSÍVEL”. Ela
diz que a relação será “profícua”, que quer dizer frutífera, proveitosa. Não
falou do “POSSÍVEL”.
Preferiu
um advérbio de intensidade: “Extremamente”. Com alguma frequência, advérbios
não querem dizer nada na boca ou na pena de políticos. Depois das pressões
absurdas de que ele foi alvo e da CARTA em que deu um chega pra lá, até que a coisa ficou de bom
tamanho. É claro que ele venceu esse pequeno braço de ferro. Aposto que não
haverá mais ministros dando declarações em seu nome e que o vice não mais será
compelido a dizer o que não pensa, porque sabe ser falso: que um eventual
impeachment é golpe. Temer pode agora ficar onde estava, o que lhe assegura a
Constituição. Caso Dilma seja impedida, ele assume. E ponto. – A manchete e a imagem
não fazem parte do texto original -
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