Dr. Ednei Freitas
psiquiatra/psicanalista
psiquiatra/psicanalista
Que se trata de uma psicose grave, nós já havíamos advertido aqui
logo após a reportagem da revista IstoÉ. Que as únicas indicações
clínicas para o uso de Olanzapina são a mania furiosa, ou a
esquizofrenia, também já havíamos dito. Também a Quetiapina só é
indicada para os mesmos fins, embora seja menos eficaz do que a
Olanzapina, mas pode ser tentada em casos que a Olanzapina não está
surtindo o devido efeito.
Ocorre que não basta utilizar antipsicóticos, que aliás precisam ser
bem dosados pessoa a pessoa. É necessária a intervenção ao menos semanal
de um psiquiatra para acompanhar a evolução e mostrar, na medida do
possível, através do diálogo, a realidade para um paciente que está
delirante. Em muitos casos, quando não respondem bem a esses cuidados,
só mesmo a internação com cuidados intensivos de equipe
multiprofissional, até porque há risco do paciente em doença franca
cometer atos impensados que põem em risco a própria vida e a de
terceiros, além de atitudes vexatórias, que acabam derrubando mais a
autoestima do paciente, que apesar de doente, sempre está lúcido.
REMÉDIO PERIGOSO
Mais grave disso tudo é a indicação de Midazolan para a presidente
Dilma. Midazolan é um medicamento derivado do grupo do Diazepam, mas é
um medicamento extremamente perigoso porque provoca DEPENDÊNCIA (como
todos os medicamentos do grupo do Diazepam). Também causa tolerância, o
que significa que há sempre necessidade de aumentar a dose para fazer
efeito, podendo chegar à intoxicação ou provocar, dado sua vida curta,
mesmo em pacientes que tomam altas doses, uma síndrome de abstinência,
com convulsões incessantes, perda da consciência, necessidade de
cuidados neurológicos em CTI.
E, se recuperado o paciente, terá esse a maior dificuldade de usar
outro medicamento do grupo para que faça efeito porque os demais
medicamentos são muito mais fracos na indução do sono.
CONTRAINDICAÇÃO
O pior é que, em tratamento de psicose, que é o caso, os medicamentos
benzodiazepínicos (derivados do diazepam) não são indicados para
induzir o sono, porque têm eficácia duvidosa em psicóticos, podem
provocar DELÍRIOS.
Os medicamentos para induzir o sono em psicóticos são os derivados
fenotiazínicos, o mais comum e pioneiro é a Clorpromazina (Amplictil),
em doses que variam de 50 a 150 mg. tomados à noite, e outros dos seus
derivados, como a Levomepromazina (Neozine), Pipotiazina (Piportil), Tioridazina, que é excelente (Melleril), em
doses de 50 a 200 mg. por dia tomados à noite, entre outros do mesmo
grupo. Jamais o MIDAZOLAN(DORMONID).
Para que os tribunários tenham uma compreensão de quão perigoso é o
Dormonid, eu tenho na praça e pode ser comprado pela internet, três
edições do meu livro “Psicofarmacologia Aplicada à Clínica”. As
livrarias oferecem à venda tanto a segunda edição quanto a terceira, que
foi publicada em 2000 – o que fica sem sentido comprar a segunda
edição.
Pois bem. O Dormonid (Midazolan) é tão perigoso que resolvi, apesar
de esgotar o estudo de todas as drogas psiquiátricas em meu livro,
suprimir qualquer informação sobre o Midazolan (Dormonid). Simplesmente
bani este medicamento de meu livro. Escrevi como se o Dormonid
(Midazolan) não existisse, para evitar que psiquiatras meus leitores
receitem este perigoso e até mortal medicamento.
SONAMBULISMO
O Midazolan pode provocar, e é muito comum, um tipo de sonambulismo,
onde o indivíduo levanta da cama, come coisas bizarras que acordado ele
repudiaria (COMER MERDA, POR EXEMPLO!!! -GRIFO NOSSO...), sai de casa para beber bebidas alcoólicas e volta para a
cama e no outro dia não se lembra de nada, e há caso na literatura de
uma senhora, usuária de Dormonid (Midazolan), amorosa com seu esposo e
dona de casa exemplar, com o uso de Dormonid (Midazolan) tinha estes
episódios similares ao sonambulismo e levantava à noite, com a
consciência entorpecida, e passava a manter relações sexuais com
vaqueiros, empregados de seu marido, do que não se lembrava de ter feito
pela manhã ao acordar. Foi com o auxílio de alguém que uma vez
presenciou o fato que estes atos foram descobertos. - A manchete não faz parte do texto original -
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