Adriano Ceolin e Andreza Matais
Sobrinho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Taiguara
Rodrigues dos Santos é suspeito de ser laranja e operador do petista num
esquema de tráfico de influência no Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico Social (BNDES) para a conquista de financiamento de obras da
Odebrecht fora do País. Ele foi alvo de condução coercitiva e seus
endereços tiveram ações de busca e apreensão na Operação Janus,
deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira.
Conforme o Estado apurou com investigadores do caso, há fortes
indícios de um relacionamento entre Lula e Taiguara para recebimento de
vantagens indevidas. O ex-presidente é investigado por conseguir
financiamentos – por meio do seu prestígio político – para Odebrecht
realizar obras no exterior. Na sequência, empreiteira subcontratava
Exergia Brasil, de propriedade de Taiguara.
SEM CONDIÇÕES
Para investigadores, a empresa do sobrinho de Lula não teria
capacidade de operação e seria apenas usada para receber repasses da
Odebrecht. Investigada na Operação Lava Jato, a empreiteira baiana é
responsável por obras na República Dominicana, Cuba e Angola. Em todos
os casos, as obras foram realizadas por meio de financiamentos do BNDES.
Filho do irmão da primeira mulher de Lula, Taiguara tem residência
oficial em Santos, no litoral paulista. Ele, porém, foi detido num hotel
no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro. Ele estava acompanhado do
seu funcionário José Emmanuel de Deus Camano. Além de trabalhar para
Taiguara, Camano é procurador da empresa, assina documentos e faz
pagamentos.
Conforme o Estado apurou, foi preparado um questionário de cerca de
100 perguntas para Taiguara. Ainda não se sabe se ele permaneceu calado
durante o interrogatório prestado na Superintendência da PF do Rio de
Janeiro.
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