sexta-feira, 20 de maio de 2016

POLÍCIA FEDERAL DEFLAGRA OPERAÇÃO 'JANUS' E LEVA SOBRINHO DE LULA PARA PRESTAR DEPOIMENTO



O empresário Taiguara Rodrigues: para funcionários do governo e
 executivos de empreiteiras, ele é ‘o sobrinho do Lula’.
Na manhã desta sexta-feira, a Polícia Federal deflagrou a operação Janus baseada em um inquérito que investiga o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por crime de tráfico de influência internacional em favor da construtora Odebrecht. O principal alvo das buscas e apreensões desta manhã é o sobrinho de Lula, Taiguara Rodrigues dos Santos, que foi conduzido coercitivamente para prestar esclarecimentos à PF em Santos, no litoral paulista. Apesar de ser investigado na operação, o ex-presidente Lula não foi alvo de mandados nesta sexta-feira.
Taiguara é filho de Jacinto Ribeiro dos Santos, o Lambari, amigo de Lula na juventude e irmão da primeira mulher do ex-presidente. Funcionários do governo e executivos de empreiteiras costumam identificá-lo como "o sobrinho do Lula". Em 2012, uma de suas empresas de engenharia, a Exergia Brasil, foi contratada pela Odebrecht para trabalhar na obra de ampliação e modernização da hidrelétrica de Cambambe, em Angola. O acerto entre as partes foi formalizado no mesmo ano em que a Odebrecht conseguiu no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) um financiamento para realizar esse projeto na África.
O 'DEUS' DE DUAS FACES
A investigação tem como objeto a suspeita de que Lula, após deixar a presidência em 2011, tornou-se uma espécie de operador da Odebrecht. As apurações apontam que ele usava sua influência política para agir em duas frentes: ajudando a liberar financiamentos do BNDES e na interlocução com ditadores e presidentes amigos que contratavam os serviços da empreiteira. Apesar de ser investigado na operação, o ex-presidente Lula não foi alvo de mandados nesta sexta-feira.
As apurações, iniciadas no ano passado pelo Ministério Público Federal, ganharam robustez neste ano após o recolhimento de documentos das empresas de Lula, da Odebrecht e do BNDES. Alguns deles foram compartilhados pela força-tarefa da Lava Jato. O nome da operação se refere ao deus romano Janus, cuja representação é feita por um homem de duas faces, uma de ancião e outra de jovem. Do site de Veja

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