A senadora Gleisi Hoffmann, presidente
nacional do PT, ameaçou a Justiça com a perspectiva de uma TRAGÉDIA COM MORTES, caso o TRF-4
confirme na próxima quarta-feira a sentença do juiz Sérgio Moro que condenou o
ex-presidente Lula por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Gleisi
Hoffmann disse textualmente que para prender Luiz Inácio Lula da Silva as
autoridades vão ter que matar muita gente.
Reportagem de Jussara Soares, Cleide
Carvalho, Bela Megali e Roberto Maltekit, O Globo desta quarta-feira, destaca
firmemente o assunto. A senadora, nitidamente, INCITOU À VIOLÊNCIA e tentou pressionar
o Poder Judiciário de forma irreversível. O episódio revela o mais dramático
ultimatum dirigido aos desembargadores do Tribunal Regional Federal 4. Aliás, o
maior ultimatum que se conhece no país ao poder constituído.
INCITAÇÃO – A senadora, frisa a
reportagem, praticou o crime de incitação à violência. Disse ela textualmente: ”Para
prender o Lula vai ter que prender e matar muita gente”. Foi um acontecimento
inédito.
Ao invés de ajudar Lula, como ela
pretendia, na realidade o complicou ainda mais, principalmente porque sua
declaração teve como objetivo INTIMIDAR O TRIBUNAL. Assim, o TRF4 foi
colocado politicamente diante de um dilema: se fosse absolver o acusado,
derraparia para uma situação covarde. Se fosse condenar por dois votos a um, o
que possibilitaria recurso capaz de produzir efeito suspensivo, pareceria um
recuo diante da ameaça. Gleisi Hoffmann, de fato, em vez de ajudar, ENCURRALOU LULA NUM
BECO DE DIFÍCIL SAÍDA.
IGNORÂNCIA – A senadora não leu
a legislação. Esta legislação foi exposta de forma cristalina por Sérgio Ruck
Bueno e Cristiane Agostini, na edição também de ontem do Valor. Traçaram todas
as alternativas. Uma delas a de ser condenado por 2X1, tal decisão permitirá ao
réu recorrer, até dois dias depois da sentença à instância superior, buscando o
efeito suspensivo. Se perder por 3X0, o recurso não poderá ser encaminhado, mas
os advogados poderão usar a estratégia de formular embargos declaratórios.
Na imensa maioria dos casos, Embargos de
Declaração servem apenas para adiar a decisão, pedindo esclarecimentos em torno
da sentença. Se condenado por unanimidade Lula
poderá dirigir-se ao STJ ou ao
Supremo Tribunal Federal, porém neste caso o recurso não causará efeito
suspensivo quanto à sua prisão. Entretanto os advogados do ex-presidente
admitem a hipótese de o STF alterar a jurisprudência sobre a prisão em segunda
instância. Lembram que a primeira resolução foi aprovada por seis votos a cinco
e assim o Supremo poderá alterar a regra, sobretudo porque ela foi estabelecida
apenas pela maioria de um voto.
Mas todas essas hipóteses são conjecturas, podendo ocorrer num sentido
ou outro de acordo com a direção dos ventos. Entretanto, uma coisa é certa: GLEISI HOFFMANN
PREJUDICOU A SI MESMA E, MAIS AINDA, PREJUDICOU O PRÓPRIO LULA E A LEGENDA DO PT NO CONTEXTO DAS URNAS
DE OUTUBRO.
Um comentário:
MP vai desmontar as imposturas de Lula
Durante o julgamento de Lula no TRF-4, o procurador Maurício Gerum terá 30 minutos de tempo para desmontar as imposturas propagadas pela ORCRIM.
Segundo o Estadão, ele “vai atacar a tese de que Sergio Moro não é o juiz natural do caso”.
Em seu parecer, o procurador já demonstrou que “há nexo causal entre a conduta do réu e os crimes praticados em detrimento da Petrobras”, citando as provas da Lava Jato.
“Gerum entende que os contratos da OAS com a Petrobras nas obras da Repar e Rnest configuraram crimes de corrupção (…). A OAS pagou R$ 87,6 milhões em propinas, sendo R$ 16 milhões a agentes do PT e ao partido.
Desse ‘caixa geral’ aos petistas – como chamou o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, em colaboração espontânea no processo – R$ 2,2 milhões foram usados para reformar e equipar o apartamento 164-A, do Edifício Salina, Condomínio Solaris, do Guarujá, para Lula.”
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