COM DIGNIDADE, HABILIDADE E CARISMA, MARINA SILVA CONQUISTOU O ELEITORADO JOVEM DO IAPOQUE AO CHUÍ
Por Juliana Linhares
Com seu jeito habilidoso de falar e a tranquilidade de quem só tem a ganhar numa eleição que a projetará como personalidade carismática, mesmo com os atuais 12% de preferência de votos, Marina afaga os fãs. "OS JOVENS SÃO PORTADORES NATURAIS DA ANTECIPAÇÃO DO MUNDO. ENQUANTO A GENTE VAI CONSOLIDANDO UMA EXPERIÊNCIA, ELES DESEQUILIBRAM TUDO, E BUSCAM OUTRA COISA. É ISSO QUE FAZ COM QUE O MUNDO NÃO PARE", diz. Pesquisadores políticos acompanham com interesse a campanha espontânea em favor de Marina. "Esta disputa tem dois candidatos mais velhos, que remetem ao século XX. Quem traz uma conversa nova para esses meninos é a Marina", diz Antonio Lavareda, profissional do marketing político. Um exemplo: referências à militância contra a ditadura, constantes das biografias de José Serra e Dilma Rousseff, tendem a provocar efeito zero, quando não rejeição, nessa
parcela do eleitorado. "A GENTE QUER PENSAR NO FUTURO, NÃO NO PASSADO. Eu respeito, mas para mim é só um jeito de colocar alguma qualidade na Dilma, que não tem nenhuma. A Marina é o nosso Obama, a nossa esperança", exalta Matheus Braz, 16 anos, de Ilhéus, Bahia, que se apresenta como "web ativista" da candidata. "Eu descubro pesquisas e links sobre ela e passo para os outros. Gasto duas horas por dia nisso. Mas faço de uma maneira consciente, sem entupir a caixa postal das pessoas", explica. Outras ações espontâneas têm o mesmo ar de cativante ingenuidade só permissível em candidaturas alternativas. A produtora de objetos para cinema Camila Tarifa, paulistana de 25 anos, fez uma vaquinha entre os amigos e mandou confeccionar por bordadeiras da Paraíba, claro que de uma comunidade carente, 200 bonequinhas em forma de broches. "Elas serão marininhas, e virão com coque e xalezinho, como ela", descreve Camila.
Para os marineiros, todo argumento potencialmente desvantajoso para a candidata dispara logo um contra-argumento. Marina tem poucas intenções de voto e nenhuma probabilidade de ganhar as eleições? "É porque ela só é conhecida por 25% das pessoas. Tem gente que ainda a confunde com a Heloísa Helena. Mas, quando os outros 75% a conhecerem, vão todos gostar dela", rebate Rombauer. Marina é evangélica, da Assembleia de Deus, e sabida e publicamente contrária ao casamento gay? "Ela não vai colocar sua fé acima de tudo. Vai fazer plebiscitos e, se a população for a favor dessas questões, vai aceitá-las", acredita o cineasta Victor Fisch, 25, inventor de peculiar ação de marketing pró-Marina. "Chamo de guerrilha de elevador. Se estou num com minha mulher e uma terceira pessoa entra, começo a dizer para a Camila: ‘Hoje eu vi aquela tal de Marina na televisão. Ela é boa, viu? Devemos prestar mais atenção nela’ (A manchete não faz parte do texto).
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