PF TORNA O MENSALÃO
INDESMENTÍVEL
Ao ser denunciado, em 2005, por um de seus beneficiários, o petebista fluminense Roberto Jefferson, o MENSALÃO explodiu sem dar chances a petistas e ao governo Lula de desmenti-lo de forma convincente. O escândalo cresceu a ponto de, no final daquele ano, o próprio presidente declarar que HAVIA SIDO TRAÍDO. Era o reconhecimento de que estrelas do partido e autoridades bem situadas no governo haviam participado, de alguma forma, de um ESQUEMA DE CORRUPÇÃO POLÍTICA.
Veio, então, a CPI dos Correios, em que surgiram provas e mais evidências do esquema de lavagem de dinheiro montado pelo PT e o lobista mineiro Marcos Valério, para AZEITAR a bancada governista no Congresso e financiar campanhas de aliados. Naquela comissão houve a confissão do marqueteiro da campanha de 2002, DUDA MENDONÇA, de que recebera pelos serviços prestados em DINHEIRO ILEGAL, NO EXTERIOR. No dia, petistas choraram no Congresso. Alguns abandonaram a legenda. Parecia o fundo do poço, quando petistas teriam arquitetado trocar o compromisso da não tentativa de reeleição de Lula pela permanência dele no cargo até o fim do mandato. O desfecho deste capítulo do escândalo ocorreu com o encaminhamento ao Supremo, pelo Ministério Público Federal, do pedido de denúncia da “ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA” do mensalão, à frente da qual estava, segundo o MP, O EX-MINISTRO-CHEFE DA CASA CIVIL, JOSÉ DIRCEU, ÀQUELA ALTURA JÁ CASSADO PELA CÂMARA DOS DEPUTADOS, ASSIM COMO O DENUNCIANTE ROBERTO JEFFERSON. Denúncia aceita, o tempo passou, os ventos na economia passaram a soprar a favor de Lula e PT.
Vitorioso em 2006, o presidente mudou o discurso do final de 2005. O mensalão virou uma “FARSA”, engendrada, segundo a militância, pela “MÍDIA GOLPISTA” — tese fantasiosa lapidada por alguns intelectuais orgânicos. Lançou-se, inclusive, campanha para anistiar Dirceu na Câmara. Mas a Polícia Federal, a pedido do ministro relator do processo no STF, Joaquim Barbosa, fez investigações do caso, cujas conclusões foram reveladas pela revista “Época”. Não só o esquema do VALERIODUTO foi confirmado, como acabaram as dúvidas sobre um ponto relevante: FOI, SIM, DESVIADO DINHEIRO PÚBLICO DO BANCO DO BRASIL, POR MEIO DA VISANET, EMPRESA DE CARTÕES DE CRÉDITO NA QUAL O BB TINHA PARTICIPAÇÃO. Entre as novidades encontradas pela PF — numa atuação à altura de um organismo de Estado, como deve ser, e não do governo de turno — está o elo entre pessoa do círculo de amizades do ex-presidente Lula, o segurança Freud Godoy, e o valerioduto. Ele recebeu do esquema R$ 98 mil, por serviços de segurança prestados a Lula na campanha de 2002 e na fase de transição para a posse. Fechou-se mais um circuito entre a cúpula LULOPETISTA e o ESQUEMA. Pelas 332 páginas do relatório da PF desfilam, entre muitos outros, o atual ministro Fernando Pimental — ajudado na campanha de 2004 em BH —, o indefectível senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o empresário Daniel Dantas. Aparece até o tucano PIMENTA DA VEIGA, remunerado por serviços advocatícios.
A investigação não será anexada ao processo, pois reabriria todos os prazos, para satisfação dos MENSALEIROS. Mas pode justificar novas denúncias. E DEVE TORNAR MENOS FACTÍVEL A PREVISÃO DE DELÚBIO SOARES, MENSALEIRO, TESOUREIRO PETISTA NA ÉPOCA DA OPERAÇÃO DE LAVANDERIA FINANCEIRA, DE QUE TUDO ACABARIA COMO UMA “PIADA DE SALÃO”. ESPERA-SE QUE NÃO. (Este editorial foi roubado na calada do dia das páginas do Jornal O Globo)
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