quarta-feira, 27 de abril de 2011

“Não nego a necessidade objetiva do ESTÍMULO MATERIAL, mas sou contrário a utilizá-lo como ALAVANCA IMPULSORA FUNDAMENTAL. Porque então ela termina por impor sua força às relações entre os HOMENS.” --Ernesto Che Guevara—


“Acabar com a  libreta  é cometer um genocídio”, diz cubana.

EXTINÇÃO DE CADERNETA DE ABASTECIMENTO - QUE FORA DISCUTIDA EM CONGRESSO DO PARTIDO COMUNISTA – APAVORA A  POPULAÇÃO DA ILHA
Ricardo Galhardo
De todas as propostas que foram apreciadas nos  três dias pelos mil delegados do 6º Congresso do Partido Comunista de Cuba, a extinção da “LIBRETA DE ABASTECIMENTO” é a que mais apavora os cubanos. Trata-se de uma caderneta com a qual todos os chefes de família do país têm direito a retirar gratuitamente em postos do governo uma cota pré-estabelecida de gêneros de primeira necessidade como pão, açúcar, arroz, óleo, leite em pó, absorventes íntimos e sabonete. A QUANTIDADE É INSUFICIENTE PARA SUPRIR AS NECESSIDADES BÁSICAS, MAS SERVE COMO COMPLEMENTO AOS SALÁRIOS MINGUADOS (ENTRE US$ 15 E US$25) E PARA AQUELES QUE NÃO FAZEM PARTE DOS VÁRIOS RAMOS DE MERCADO INFORMAL SIGNIFICA O LIMITE ENTRE A POBREZA E A FOME. “Demitir trabalhadores ociosos, fechar empresas, criar novos impostos, incentivar o trabalho por conta própria, tudo isso é discutível. Pode ser bom ou pode ser ruim. Ninguém sabe. Agora, se o governo realmente acabar com a “LIBRETA” estará cometendo um genocídio, disse  a médica Ivany Valdés, de 52 anos, enquanto aguardava sua vez na fila de uma padaria estatal no bairro Vedado, próximo ao centro de Havana. “Infelizmente a “LIBRETA” é para a maioria das pessoas a única garantia de comida na mesa. Sem ela muita gente, principalmente os velhos, vão morrer de fome”, completou Ivany. No item 162, página 21, o documento “PROJETO DE DIRETRIZES DA POLÍTICA ECONÔMICA E SOCIAL”, em avaliação pelos delegados do 6º Congresso do Partido Comunista Cubano, sugere “implementar a eliminação ordenada da LIBRETA de abastecimento como forma de distribuição normatizada, igualitária e a preços subsidiados, que favorece tanto ao cidadão necessitado como ao não necessitado, induz as pessoas a práticas de troca e revenda e propicia um mercado subterrâneo”. Se aprovado, o documento vai nortear toda a política econômica de Cuba para os próximos anos. “O governo está correto. A culpa de todos os males de Cuba é da “LIBRETA”, não é dos políticos”, ironizou o agricultor aposentado José Escobedo, 82 anos, enquanto caminhava a passos lentos rumo à fila com um saco de plástico vazio em uma mão e a “LIBRETA” na outra.

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