A missão da
“meninada” – como os procuradores da força-tarefa são chamados carinhosamente
pelos colegas mais velhos – é enfiar a primeira estaca no coração da grande
corrupção do país. O que o Brasil chama de petrolão é, para eles, apenas uma
parte, embora uma parte mastodôntica da corrupção institucionalizada do país. É
claro que os méritos da Lava Jato não se devem apenas ao trabalho da
força-tarefa. Trata-se de um tripé (quase sempre) harmonioso: A MENINADA, OS DELEGADOS DA POLÍCIA
FEDERAL E O JUIZ SERGIO MORO. “Nós somos
apartidários e não temos qualquer agenda oculta”, diz um dos procuradores.
“Queremos desmontar todos os esquemas que forem descobertos no decorrer desta
investigação, punindo todos os tipos de envolvidos de forma exemplar.” A MENINADA AGE UNIDA. ELES QUEREM IR MUITO MAIS LONGE: “Vamos desmontar esse cartel em todas as obras públicas em que eles
atuaram, não interessa em qual órgão”. Ainda virarão muitas noites no Patriarca.
E não faltam procuradores e delegados que se inspiram no trabalho feito no
Paraná. Esse modelo de atuação tende a se multiplicar pelo país e se
prevalecer, terá um impacto político, judicial e cultural ainda difícil de
imaginar. A MENINADA ESTÁ TÃO
ANIMADA QUE PRETENDE DIVULGAR, EM BREVE, SUGESTÕES DE NOVAS LEIS PARA
APERFEIÇOAR O COMBATE À CORRUPÇÃO NO BRASIL. COM ESSA TURMA, NÃO HÁ CHANCE DE
ACORDO. Ao contrário: quanto
mais se fala em Brasília em poupar as empreiteiras, mais determinados eles ficam.
Em novembro, no dia anterior à prisão dos maiores empreiteiros do país, uma
equipe da Advocacia-Geral da União e do Banco do Brasil esteve no Patriarca. A
pedido da presidente Dilma, eles haviam calculado o que aconteceria, na
economia do país, se as maiores empreiteiras do Brasil quebrassem. Apresentaram
o já velho argumento de que o país pararia. Quase foram enxotados. “PARECIA UMA CHANTAGEM”, diz um dos procuradores. A mesma apresentação fora feita em
Brasília, ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e sua equipe. Janot
e seus assessores ficaram mudos – e deram de ombros. “O DESTINO DAS EMPREITEIRAS SERÁ DECIDIDO NO PARANÁ. ELAS NÃO
TÊM FORO NO SUPREMO”, diz um dos
procuradores que estiveram na reunião. Com as delações de Paulo Roberto e Youssef,
Janot montou uma força-tarefa própria, numa sala de guerra contígua a seu
gabinete. A sala é menos acanhada que a da meninada. Tem uma bela vista para o
Lago Paranoá. Entre baias espaçosas e computadores de última geração, há uma
longa mesa oval de madeira, para reuniões. Há três alegres quadros na parede,
que contrastam com um pesado cofre cinza. É ali que ficam os HDs
criptografados, que contêm os vídeos das delações premiadas e os extratos de
contas secretas em paraísos fiscais. Quando o cofre for aberto, nas próximas semanas, o
Brasil terá mudado!
Fonte: Reportagem publicada na Revista Época.
PITACO DO BLOG CHUMBO GROSSO: - SE DEPENDER DESSA “MENINADA”,
LULA PRECISA IR TREINANDO PARA NEGOCIAR E VENDER BALAS JUQUINHA NA PAPUDA NOS DIAS DE VISITAS…
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