Claudio Humberto
O alto comando do Partido dos Trabalhadores vai passar esta
segunda-feira em estado de depressão catatônica, aparvalhado pelo certeiro
golpe que sofreu ontem na Câmara dos Deputados, pelas mãos do deputado Eduardo
Cunha, do PMDB do Rio de Janeiro. Cunha, há tempos, vinha dando bordoadas num PT
que percebia como moral e politicamente enfraquecido, pelas razões sobejamente
conhecidas da sociedade brasileira: CORRUPÇÃO NO CASO DO
MENSALÃO, CORRUPÇÃO NO CASO DA PETROBRAS, INCOMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA
GENERALIZADA E INCAPACIDADE DE ARTICULAÇÃO POLÍTICA. O
deputado fluminense partiu para o confronto direto com o PT na
eleição para a presidência da Câmara e saiu vencedor. Não conquistar a
presidência da Câmara é apenas a perda mais simbólica sofrida ontem pelo
Partido dos Trabalhadores, que deverá também ser alijado do comando das
principais comissões, uma vez que a coalizão de apoio que conseguiu constituir
ficou numericamente muito aquém daquela construída pelo PMDB. A frente de
partidos que Eduardo Cunha congregou para assegurar-lhe a vitória (PMDB, PP,
PTB, DEM, PRB, SD, PSC, PHS, PMN, PRP, PSDC, PEN, PRTB e PTN), com 218
deputados, passou a constituir a nova maioria que ditará as prioridades e o
ritmo da agenda parlamentar nos próximos dois anos. Cabe salientar que gente de
outros partidos, com outros candidatos, aproveitou-se do voto secreto para
reforçar a posição do pemedebista, que ontem recebeu 267 votos, 49 a mais do
que a dos deputados que integram sua base de apoio. A turma do PT (que reúne
também o PSD, o PR, o PROS e o PcdoB) conta teoricamente com 160 deputados, mas
apenas 136 depositaram voto para o candidato Arlindo Chinaglia. O que significa
que 24 TRAIDORES ESCONDEM-SE NAS LEGENDAS QUE FORMALMENTE O APOIARAM. Para
o Planalto, Eduardo Cunha é SINÔNIMO DE
SATANÁS, é o DEMO PERSONIFICADO. A presidente Dilma
Rousseff nutre-lhe verdadeiro ódio e no passado, diante de respeitáveis
senadores do PMDB, já se referiu ao novo presidente da Câmara dos Deputados com
nomes e impropérios impublicáveis. Foi recentemente publicado que a presidente
teme que Eduardo Cunha promova uma ação de impeachment contra ela. Uma coisa
parece certa. O PT PODE TER CONSEGUIDO REELEGER DILMA ROUSSEFF COMO PRESIDENTE
DA REPÚBLICA, MAS ELA, PARA GOVERNAR, NÃO PODERÁ DAR UM PASSO SEM ANTES PEDIR A
BENÇÃO DO PMDB. As eleições de ontem marcaram o fim do predomínio do PT no
cenário político brasileiro. Mais do que nunca, os destinos do Brasil passarão
às mãos do PMDB. Resta saber como o partido irá atuar no presente cenário
político: se como um gigante destemido, ou (como tem preferido fazer desde
2003) como um gnomo temeroso e claudicante. (As
imagens e a manchete não fazem parte do texto original)
Um comentário:
Tomara que não demore muito,nesse dia vou comprar todos os fogos em Garanhuns
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