domingo, 10 de janeiro de 2016

O DIA A DIA DE DOIS CORRUPTOS NO PAVILHÃO 6 NA CADEIA DE PINHAIS NO PARANÁ...





Para MARCELO ODEBRECHT, é mais um de seus 205 dias em prisão cautelar, situação em que aguarda o desenrolar do processo a que responde por corrupção, fraude e lavagem de dinheiro no escândalo do petrolão. Ele e os outros presos da Lava-­Jato são as estrelas do Pavilhão 6, com suas celas, em geral de 12 metros quadrados, ocupadas por três pessoas. São, portanto, 4 metros quadrados para cada uma - metragem acima dos padrões humanitários da União Europeia e aceitos no Brasil, sem os quais eles estariam sendo submetidos a tratamento degradante. CANECA DE PLÁSTICO NUMA MÃO, TUBO DE PASTA NA OUTRA, O INTERNO 118065 tem apenas mais dois colegas de cela. Ele escova os dentes enquanto os outros dois se levantam para usar o "boi" – mictório - como é chamada no dialeto da cadeia a latrina rente ao chão que fica ao lado do tanque, separada das camas por uma meia parede. Antes que o ralo café da prisão seja servido, o interno 118065 planeja seu dia: exercícios físicos, leitura e anotações. Desde que a Operação Lava-Jato eclodiu, revelando aos brasileiros o maior esquema de corrupção da história, dezenas de empresários poderosos e alguns dos políticos mais influentes da República enfrentam uma realidade incomum. A TRADIÇÃO DE IMPUNIDADE FOI TRANCAFIADA. É UMA REALIDADE SEM PRECEDENTES. MARCELO ODEBRECHT está em companhia de outros catorze presos em sete celas de uma galeria antes reservada apenas a policiais que cometeram crimes. São grandes empresários como ele, executivos, ex-­diretores da Petrobras, lobistas, dirigentes partidários e políticos. Corruptos e corruptores. Tubarões e peixes pequenos envolvidos nos bilionários desvios de dinheiro da Petrobras durante os governos do EX-­PRESIDENTE LULA E DA PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF dividindo o mesmo espaço e compartilhando a mesma rotina. O EX-MINISTRO DA CASA CIVIL JOSÉ DIRCEU  É O INTERNO NÚMERO 119526. Ele divide a cela 602 com o ex-deputado Luiz Argôlo. Preso há 160 dias, Dirceu fez fortuna traficando influência no petrolão. Já Argôlo era um cliente contumaz do esquema. DIRCEU PASSA AS HORAS MERGULHADO EM LIVROS, SENDO O MAIS RECENTE A OBRA QUE RETRATA OS PRIMEIROS ANOS DE GOVERNO DO EX-­PRESIDENTE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO. Seus amigos explicam que a leitura de Diários da Presidência é uma forma de estudar os adversários tucanos. Pode até ajudar na formação de caráter, mas a motivação intelectual do ex-­ministro é outra. Dirceu lê e produz resenhas para abater os dias de pena. Condenado a sete anos e onze meses de prisão no escândalo do mensalão, ele sabe que se avizinha uma nova e pesada condenação. AOS 69 ANOS, O "CAPITÃO DO TIME" DE LULA INTUI QUE SUAS CHANCES DE ABSOLVIÇÃO SÃO REMOTAS. DEVE PASSAR MAIS UM BOM TEMPO ATRÁS DAS GRADES. Acusado de corrupção e lavagem de dinheiro, "O CADEIEIRO", como ele mesmo se define, embolsou 39 MILHÕES DE REAIS EM PROPINAS. – Texto da Revista Veja – A manchete e as imagens não fazem parte da reportagem original -










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