Até
o final do regime militar, a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco - Chesf,
era inacessível aos políticos. Pelo menos diretamente. Havia, em 1985, 2
coronéis na diretoria da Chesf. Egmont Bastos (financeiro) e Gabriel Duarte
(administrativo). Com a eleição de Tancredo/Sarney, os políticos 'OCUPARAM' a
Chesf. E Não saíram mais de lá. O último presidente sob os militares foi Rubens
Vaz da Costa, governo João Figueiredo.
(Parêntese:
Delfim Netto, ministro de Figueiredo, mandou Rubens Vaz paralisar as obras de
Itaparica, sob pretexto de que não havia dinheiro. Vaz pediu a ele que mandasse
a ordem por escrito. Nunca mandou e o presidente Vaz negociou com a Mendes
Júnior a continuação das obras. Técnico sério e competente, encarou a ditadura.
Fosse presidente da Chesf um politico, haveria questionamento a Brasília?)
A
mudança começou com Oliveira Britto, nomeado por Tancredo. Britto havia sido
ministro da Educação e de Minas e Energia no governo João
Goulart/parlamentarismo com Tancredo. Aos longo da 'redemocratização', a Chesf
teve em sua diretoria gente de Sarney, ACM, Renan, Arraes, Eduardo Campos...
tutti buona gente.
No
primeiro governo FHC começaram as privatizações em vários setores. Por pressões
de políticos, hoje, sem exceção, envolvidos no Petrolão e outros escândalos,
Chesf e Furnas foram retiradas da 'lista'. Do PT ao PFL, passando pelo PSDB e
PSB, a estatal sempre esteve nas mãos dessas 'legendas'. Até o PP de Saverino
Cavalcanti - aquele dos poços da Petrobras - chegou a indicar um presidente da
Chesf. ERA A CONSUMAÇÃO DA DEGRADAÇÃO DA ESTATAL. CHAMA A
ATENÇÃO HOJE O FATO DE RENAN, AGORA
ADVERSÁRIO DE TEMER, AINDA 'MANTER' UMA DIRETORIA DA CHESF.
O
ex-presidente da Chesf, José Carlos Miranda, antigo funcionário da estatal, e
que estava na Empresa de Pesquisa Energética, foi escolha pessoal de Dilma
Rousseff. Com o impeachment da presidenta, caiu. O lugar foi ocupado por Sinval
Zaidan Gama, do grupo de Sarney, que há muito 'opera' no setor elétrico.
Ministério de Minas e Energia, Eletrobras, Eletronorte, Chesf...
Com
a retomada do debate sobre privatizações, que devem ocorrer independente do
governo de plantão, voltaram os questionamentos por parte de políticos dos
Nordeste. A única coisa certa é que o Estado Brasileiro precisa se livrar
dessas estatais. São mais de 150 em todo o país. Petrobras, Eletrobras, BB,
Caixa Econômica, Correios... Chesf.
Como
disse Gil Castelle Branco do 'Contas Abertas', as estatais são a Disney dos
políticos. Corruptos, claro. Os custos delas são amazônicos. Os salários,
comparados aos da iniciativa privada, gigantescos. A ineficiência abunda.
Aos
que contestam, vale lembrar como eram as telefônicas, a Vale, a CSN... A Vale
sequer pagava impostos. Nós a sustentávamos. E as 'outras empresas do governo',
também. Não custa lembrar que o modelo sonhado pela dupla Lula-Dilma era o da
Venezuela, onde, segundo Lula, 'há democracia demais'...
O
que foi feito à Petrobras nos governos Lula e Dilma tem explicação. Quem se
locupletou da bandalheira tem horror à palavra privatização. Governo deve
regular. Não ser empresário. Além de incompetente, invariavelmente é corrupto. ALGUÉM TEM SAUDADE DAS ESTATAIS DE
TELEFONIA? - Título original: A Chesf e a privatização -
RUBENS VAZ DA COSTA, A CHESF E OS MILITARES. (Via Blog de Rafael Brasil)
Nenhum comentário:
Postar um comentário