terça-feira, 8 de agosto de 2017

EU NUNCA VI TANTO MEDO DO DORIA, POR PARTE DOS PETRALHAS.

Reinaldo de Azevedo
 Se a vida lhe der uma chuva de ovos, faça uma omelete.

Agiu assim o prefeito de São Paulo, João Doria, em sua passagem por Salvador nesta segunda. Vândalos de esquerda o acertaram com um ovo, e ele organizou um comício em favor de sua candidatura à Presidência da República.

Jamais subestime a ajuda que a extrema direita pode dar à esquerda. Jamais subestime a ajuda que a esquerda pode dar aos conservadores. Em suma: com um pouco de jeito (seu), o adversário pode ser seu maior aliado, assim como o aliado desastrado ou desleal pode ser seu pior inimigo. Não vou citar a “Arte da Guerra”, de Sun Tsu. Cito a arte da vida, a dialética das coisas. Ao ponto.

Doria foi a Salvador receber o título de Cidadão Soteropolitano. Antes, esteve com ACM Neto (DEM), prefeito reeleito da capital e virtual candidato a governador do Estado no ano que vem. Os dois se dirigiram, a pé para a Câmara, e vândalos de esquerda resolveram atacar a dupla e aqueles que a acompanhavam com uma chuva de ovos. O protesto já estava anunciado. Seguranças portavam guarda-chuvas abertos para proteger os alvos, mas não adiantou. Tanto Dória como Neto foram atingidos.

O prefeito de Salvador chamou os manifestantes de “bandidos” e disse que todos sabiam a serviço de quem agiam. Referia-se ao governador Rui Costa (PT), que certamente será seu adversário na eleição do ano que vem. Ainda antes da solenidade, Doria começou a untar a frigideira. Em vídeo divulgado nas redes sociais com a agilidade de sempre, afirmou: “Não é esse o caminho que desejamos para o Brasil. Esse é o caminho do Lula, o caminho do PT, das esquerdas que querem isso. A intransigência, a agressividade e a tentativa de amedrontar. A mim não intimida”.

Mas esse era o político contido de sempre, que parece transformar toda ofensa que lhe fazem numa mera gafe de salão.

Aí João Doria resolveu mostrar a versão, vamos dizer, coxinha com dendê e malagueta.

Ao receber o título, elevou o tom e serviu a omelete aos presentes, que o aplaudiram de pé:

“Em São Paulo, eu venci o PT no primeiro turno, no primeiro turno!, impondo uma derrota ao PT da qual não vão se esquecer tão cedo. Com Lula, com Dilma e todos que apoiavam Fernando Haddad. Foram derrotados em São Paulo. E serão derrotados novamente. Em Salvador, em São Paulo e em todo o Brasil”.

Sua fala era interrompida por aplausos e gritos de apoio. Ele subiu o som e o tom:
“Não me colocam medo. Não há petista, não há esquerdista, pecebista ou comunista que me coloquem medo. Porque eu tenho sangue baiano. E coragem não me falta. Coragem não vai me faltar (e tome mais aplausos e gritos de apoio) para enfrentar o que for necessário para defender o Brasil, para defender a minha terra…”.

João Doia, pai do prefeito de São Paulo, era, com efeito, baiano. Em tom de comício que não se viu na disputa em São Paulo,  o Doria Filho se referiu a ACM Neto, prefeito de Salvador, aludindo ao avô e ao pai do evocado:

“… como seu avô defendeu com coragem, como seu pai soube fazer isso no Senado e como você faz à frente da Prefeitura de Salvador. Não há ovo, não há agressão, não há palavrão que me intimidem. Ao contrário, ACM Neto, saio daqui revigorado. Com coragem de lutar pelo Brasil, com vontade de lutar pelo povo. Com vontade de lutar pela Bahia, pela minha terra…”

Ele é o político novo. Mas, no Brasil, convém ser reverente à tradição das famílias.

Plateia e mesa já o aplaudiam, sem interrupção, de pé, com vivas de apoio. E Doria elevou os decibéis ao topo:

“E nós vamos fazer isso juntos. Para fazer um Brasil melhor. Viva a Bahia! Viva Salvador! E viva o Brasil! O Brasil dos brasileiros! E tenho dito!”

Foi recebido com ovada. Saiu mais pré-candidato do que antes. Mas e Alckmin? Trato do assunto no próximo post. A omelete tem uma outra referência importante em política.

Como já contei aqui, atribui-se a Stálin a frase “Não se faz omelete sem quebrar ovos”. Huuummm… Não foi o bigodudo homicida que disse isso, mas Nadejda Mándelstam, mulher do poeta Ossip Mándelstam. Ela empregou a metáfora para definir os métodos do tirano. Queria dizer com isso que, para ele, não havia limites quando se tratava de fazer o que queria. No contexto, referia-se à sem-cerimônia com que ele mandava matar — sempre “com a desculpa de que construíamos um notável mundo novo”. Coisa de comuna, vocês sabem. Ossip estava entre os 35 milhões (!!!) de mortos.
Evidentemente, os ovos desta segunda não têm essa dramaticidade. Mas todos sabem que não se faz omelete sem quebrar… ovos!

PITACO DO BLOG CHUMBO GROSSO: - É O QUE SOBROU PARA OS MORTADELAS: COMEMORAR QUE TACARAM UM OVO NO DORIA. QUE FASE.... ALIÁS PARA OS MORTADELAS ISSO É MOTIVO DE ORGULHO...

2 comentários:

Anônimo disse...

este coitado nao assombra nem o bolsonaro que dira lula que estar com quase cem por cento nas pesquisa e o brasil se prepara para recebe-lo em sua visita,com grande alegria prazer e orgulho.afinal nao era para ele estar preso ja que o moral é tampa e condeno-lo.kkkkkkk,que ilusao de alguns bestao que achou que iria ver o homem atraz das grades.

Altamir Pinheiro disse...

ANÔNIMO, POR FAVOR!!! VÁ LER UMA GRAMÁTICA DE PORTUGUÊS, ANALFABETO DE PAI, MÃE E PARTEIRA...