terça-feira, 23 de setembro de 2014
NA IMUNDÍCIE QUE CHOCA O PAÍS DO “PETROLÃO”, DILMA É PARTE DO PROBLEMA, NÃO A SOLUÇÃO...
Sob
a alegação de que precisa de “informações oficiais” para tomar providências,
Dilma Rousseff exige receber uma cópia dos depoimentos do delator Paulo Roberto
Costa. Requereu os papeis à Polícia Federal. Nada feito. Reiterou o pedido ao
procurador-geral da República Rodrigo Janot. Nem pensar. Anunciou que baterá à
porta do gabinete do ministro Teori Zavascki, que cuida do caso no STF.
Qualquer resposta diferente de um categórico indeferimento será absurda. COMO
PRESIDENTE DA REPÚBLICA, DILMA É PARTE DO PROBLEMA, NÃO DA SOLUÇÃO.
Como candidata à reeleição, ELA É DEVEDORA DE EXPLICAÇÕES, NÃO
CREDORA DE INFORMAÇÕES. Pode começar explicando à plateia por que fala em adotar
agora, sob pressão, providências que não adotou antes por opção. Ninguém
imagina Dilma e Lula com os pés em cima da mesa —ela com uma taça de champanhe,
ele com um charuto entre os dedos— combinando os termos da transição: “NA
PETROBRAS, NÃO MEXA NO PAULINHO E NOS OUTROS DIRETORES SEM COMBINAR COM A TURMA
DO CONGRESSO. VOCÊ SABE: A GOVERNABILIDADE TEM SEU PREÇO.” Do
mesmo modo, é difícil imaginar que a Petrobras tenha sido entregue a
saqueadores SEM o conhecimento de Dilma. Embora não seja a gerentona que
Lula inventara em 2010, Dilma mantém a bolsa limpa, até prova em contrário. Mas
o fato é que, por seu estilo e seu discurso, não pode alegar desconhecimento e
transferir responsabilidades. Ex-presidente do Conselho de Administração da
Petrobras, sempre jactou-se das maravilhas do setor petrolífero. Se a estatal
virou essa bomba que ameaça explodir no seu colo, Dilma só pode culpar o
antecessor e a si mesma. Ou a quem colocou ou permitiu que ficasse no comando.
Abalroada pelo escândalo em plena campanha eleitoral, Dilma decidiu seguir duas
linhas de defesa: a linha “NÃO SABIA” e a linha “me dêem as provas que eu passo a vassoura.” Às
vezes exagera no teatro. Como na entrevista em que ela se irritou ao ser
indagada, na semana passada, sobre a propina de R$ 1,5 milhão que Paulo Roberto
Costa teria mordido na compra da refinaria de Pasadena. “…Sou a favor de
investigar, nada de colocar para debaixo do tapete”, disse Dilma. “Acho que o
maior mal atual é a impunidade. Investiga-se, descobre-se o malfeito e não condena,
cria a sensação de que não teve pena nenhuma. Sabe por que protege com a
impunidade? Porque você não prende, não pune e só tem um jeito: tem que punir.
Por isso é que se diz: tolerância zero.” CONVERSA MOLE.
Se Dilma fechasse as usinas de escândalos, haveria menos matéria-prima para
investigações. Desde que a cúpula do PT foi enviada para a Papuda, a impunidade
deixou de ser o maior mal. Ficou demonstrado que já é possível julgar, condenar
e prender. O QUE ATRAPALHA É A INCLUSÃO DOS PRESIDIÁRIOS NO ROL DOS HEROIS
DO PT. E A ILIMITADA TOLERÂNCIA COM O APADRINHAMENTO DE BANDIDOS PARA POSTOS DE
COMANDO. Entre os beneficiários do petrolão, Paulo Roberto Costa
teria mencionado o ministro Edison Lobão. Dilma alega que não pode afastar o
afilhado de José Sarney sem que lhe sejam providas as “INFORMAÇÕES OFICIAIS”. A
questão é outra: por que nomeou um neófito? Com uma biografia tão precária no
comando da pasta de Minas e Energia e a Petrobras de ponta-cabeça, uma coisa é
certa: O PEDIDO DE DILMA PARA TER ACESSO AO TEOR DA DELAÇÃO, POR TEATRAL,
NÃO MERECE SER LEVADO A SÉRIO (As
imagens e a manchete não fazem parte do texto original).
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