Deu no “The Piauí Herald”: após a prisão do traficante El Chapo, manifestantes pedem a Sean Penn que entreviste Lula. Seria de fato uma providência oportuna — considerando-se as dificuldades encontradas pelas instituições convencionais para livrar o país de um governo criminoso. Vai uma dica para o astro de Hollywood e herói dos picaretas terceiro-mundistas iniciar a entrevista com Lula: “Venerável presidente, me fale da sua gratidão ao grande Nestor Cerveró”.
Segundo Cerveró, Lula o indicou para a diretoria da BR Distribuidora em 2008 “por reconhecimento”. É o tipo de solidariedade que comove Sean Penn e toda a esquerda festiva planetária. Vamos explicar esse gesto nobre àqueles que não estão familiarizados com uma certa Operação Lava-Jato (essa denunciada por um manifesto dos advogados dos honoráveis bandidos): como diretor internacional da Petrobras protegido pelo PT, Cerveró fechou um contrato de R$ 1,3 bilhão com o Grupo Schahin para operar um navio-sonda — operação que rendeu um pixuleco de R$ 12 milhões adivinhe para quem, Sean Penn? Acertou, seu danado: para o PT, como confirmou o dono do Schahin em delação premiada.
O intermediário dessa operação progressista foi o companheiro Bumlai, que também vale uma bela entrevista — no caso, já sendo feita pelos investigadores golpistas que o prenderam. José Carlos Bumlai é o amigo de Lula que tinha escritório com os filhos de Lula e aparece como facilitador das montagens e reformas das propriedades de Lula que não são de Lula. São dinheiros que vêm de empreiteiras e se aninham sob a titularidade de laranjas — porque socialista que é socialista não tem nada de valor em seu nome, companheiro Sean Penn.
Bumlai foi aquele que montou reunião sobre o navio-sonda com Lula, por indicação do lobista do petrolão Fernando Baiano, e passou a reunião toda vendo um livro do Corinthians. Os R$ 12 milhões do pixuleco petista vieram através de um empréstimo falso a Bumlai (a consagrada tecnologia do mensalão), que depois fingiu que pagou em sêmen de boi fictício. É um enredo eletrizante — e esse boi imaginário também renderia uma bela entrevista. Não se sabe exatamente quanto desses R$ 12 milhões foi para a campanha de Lula em 2006 e quanto foi usado para acalmar um chantagista do caso Celso Daniel, mas isso é questão de foro íntimo. Perguntando com jeitinho, Sean Penn, quem sabe o Lula te conta.
Cerveró, coitado, está lá tendo que decidir o que diz e o que desdiz. Tudo depende, claro, do futuro que lhe for oferecido pelos amigos de fé. O líder do governo Dilma no Senado foi direto para a cadeia depois de oferecer ao companheiro Nestor um futuro arriscado. É muita falta de sensibilidade mesmo oferecer uma vida de fugitivo a um homem que tem a gratidão de Luiz Inácio da Silva. Essa gente parece que bebe.
Felizmente, o Brasil é uma mãe gentil: pela primeira vez na história, um senador com mandato é preso — sendo que esse senador, que estava negociando com a máfia do petrolão, era apenas e tão somente o líder do governo Dilma. Vários comentaristas e analistas continuam se referindo a Delcídio Amaral como ex-líder do PT — mostrando que brasileiro anistia até sem querer. O companheiro Delcídio não liderava Rui Falcão e companhia, caros colegas: liderava o Palácio do Planalto e a companheira presidenta — inclusive nas tratativas com os assaltantes da Petrobras.
Nada disso é suficiente para o Brasil providenciar o impeachment. Só você mesmo, Sean Penn. Mas, pelo amor de Deus, não mostre a sua reportagem sobre o reinado de Lula ao companheiro El Chapo. Ele teria uma violenta crise de autoestima.
Se o ex-marido de Madonna fosse só ex-marido de Madonna, nem valeria citá-lo. Mas Sean Penn é um ator extraordinário, um artista realmente importante. Entre outras ações impressionantes, usou essa importância para apoiar Hugo Chávez e a ascensão de Maduro — que ameaça transformar a ditadura branca do chavismo em ditadura assumida, com um golpe no Congresso. Aliás, essencial para isso tem sido a Suprema Corte venezuelana, que virou arma palaciana para atropelar o Poder Legislativo. Sim, você já viu esse filme — num cinema bem pertinho de você.
Esse negócio de usar o prestígio artístico ou intelectual para defender governos devastadores como o da Venezuela e o do Brasil, por alguma razão obscura, ainda não foi desmascarado. A lenda do coitado continua rendendo dividendos seguros no mercado da notoriedade, ainda que esses gestos solidários sejam tão genuínos quanto o sêmen do boi de Bumlai. Essa lenda vagabunda é hoje, por incrível que pareça, o principal sustentáculo do governo delinquente de Dilma Rousseff. E segue o baile: Lula contrata Nilo Batista, para ter a defesa de um advogado de esquerda. O filão é inesgotável.
Enquanto isso, Dilma quase triplica a verba do fundo partidário, aproximando-a do bilhão de reais — em plena e grave recessão. Eles continuarão comprando tudo e todos com o seu dinheiro, na sua cara. A não ser que você comece a vender um pouco mais caro a sua tolerância.
Guilherme Fiuza é jornalista
3 comentários:
EU NÃO SEI POR QUE OS COMENTÁRIO FEITO EM UM BLOG.QUANDO FALA ALGO DE ERRADO. E O QUE REALMENTE ACONTECE DE ERRADO EM CAETÉS .NÃO SÃO DIVULGADOS.
VOU COMEÇAR A DETONAR CERTOS BLOG SEM CREDIBILIDADE NAS REDES SOCIAIS.FALANDO O QUE SE PASSA COM OS BLOG.QUE NÃO PUBLICA CONTRA UM GESTOR PUBLICO.SEJA ELE QUAL FOUR.PRINCIPALMENTE ESTE DO SR ROBERTO ALMEIDA.
OU TALVEZ EU FAÇA UMA DENUNCIA EM OUTRO LUGAR.POR NEPOTISMO.CONTRA CERTO GESTOR PUBLICO DE CAETÉS.
ESTE MESMO COMENTÁRIO ESTARÁ NO BLOG CHUMBO GROSSO.POR ENQUANTO.SE NO BLOG DO SR ROBERTO ALMEIDA ESTE COMENTÁRIO.NÃO FOUR PUBLICADO AS COISAS VÃO MUDAR DE FIGURA.
roberto é um vendido é um petralha. junior villa do quartel.
MSN...Notícias ao Minuto.5 horas atrás.
Cerveró relata propina de R$ 50 mi na campanha de Lula em 2006.
O ex-diretor da área Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró refere, em documentação entregue à Procuradoria-Geral da República, anterior ao acerto de sua delação premiada, que a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, recebeu R$ 50 milhões em propina.
Segundo informações do jornal Valor Econômico, o dinheiro teria saído de uma negociação para a compra de US$ 300 milhões em blocos de petróleo na África em 2005.
Cerveró atribui a informação a Manuel Domingos Vicente, que presidiu o Conselho de Administração da Sonangol, estatal petrolífera angolana. “Manoel (sic) Vicente foi explícito em afirmar que desses US$ 300 milhões pagos pela Petrobrás a Sonangol, companhia estatal de petróleo de Angola, retornaram ao Brasil como propina para financiamento da campanha presidencial do PT valores entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões.”
O delator afirma ainda que a negociação foi conduzida ‘pelos altos escalões do governo brasileiro e angolano, sendo o representante brasileiro o ministro da Fazenda [Antonio] Palocci”.
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