J. R. Guzzo
Onde teria ido parar, a esta altura dos acontecimentos, a imensa
questão da saída ou da permanência de Michel Temer na Presidência da República,
esse drama de quinta categoria em que todos representaram o papel de palhaços,
a começar pelo público pagante? Tirar Temer para colocar em seu emprego o
presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, ou algum outro gigante da
política nacional, sempre foi uma das piadas mais prodigiosas que a vida
pública brasileira já conseguiu produzir em toda a sua história de país
subdesenvolvido. Ninguém, em nenhum momento, conseguiu encontrar um único fato,
por mais miserável que fosse, capaz de mostrar alguma diferença para melhor
entre o cidadão que queriam enfiar no Palácio do Planalto e o cidadão que
queriam despejar de lá. RODRIGO MAIA? NESSE CASO, POR QUE NÃO O EMPRESÁRIO
JOESLEY BATISTA? EM TERMOS DE QUALIFICAÇÃO, SERIA TUDO A MESMA COISA; aliás, seria a mesma coisa com praticamente qualquer homem público
brasileiro hoje em atividade. Muito se falou, também, sobre “eleições diretas”
e outros disparates. Mas no mundo real nunca aconteceu nada. Lula, o PT e a
“esquerda” gritam “fora Temer” em nome da honestidade ─ e como alguém poderia
levar a sério uma coisa dessas? É uma oposição subnutrida em números, sem gente
nas ruas e em estado de coma moral. Não derruba nem um síndico de prédio.
Tem sido um sinal de realismo, a propósito, que todo o monumental
terremoto armado em torno dessa história esteja preso até agora no cercadinho
dos políticos, comunicadores e elites em geral ─ mais, naturalmente, as
multidões de parasitas que se organizam para tirar dinheiro do Erário. NA POPULAÇÃO, AO LONGO DESSE TEMPO
TODO, A ÚNICA REAÇÃO NOTADA É UMA QUASE COMPLETA INDIFERENÇA ─ OU O DESPREZO
POR TODOS OS ENVOLVIDOS. É O QUE MERECEM. O assunto todo, no momento, só sobrevive através de espasmos de
cachorro atropelado, como descreveria Nelson Rodrigues ─ o procurador vai fazer
mais isso, o procurador vai tentar mais aquilo, o relator vai, o delator não
vai, a presidenta do STF vai e não vai. E a comissão? E o plenário? E o quórum?
A mídia acha tudo isso importantíssimo. Os cientistas políticos garantem o fim
do mundo a cada quinze minutos. Michel Temer, enfim, continua sendo o
ex-presidente que já é há tempos. Paga pelo que fez. Há quinze anos, ou sabe-se
lá quantos, vive para servir o ex-presidente Lula e o PT, e para servir-se de
ambos. Os grandes amigos de ontem e inimigos de hoje lhe deram de presente o
cargo de vice. Em compensação, deram-lhe também o desastre que vinham
construindo desde que assumiram o comando do país, em 2003 ─ O GOVERNO TEMER, NO FIM DAS CONTAS, É
APENAS A SEGUNDA PARTE DA CALAMIDADE QUE FOI O GOVERNO DILMA ROUSSEFF. A VIDA É
DURA. NÃO DÁ PARA SER VICE DE DILMA E ACABAR BEM.
O fato é que, com Temer, Maia ou o rei da Bessarábia, não há a mais
remota possibilidade de melhorar coisa nenhuma em qualquer dos 100 principais
problemas NA VIDA PRÁTICA DO
CIDADÃO deste país. Como seria
possível, se as disputas na política brasileira continuam sendo apenas uma
briga interna de quadrilhas cujo propósito comum é saquear o Tesouro Nacional?
Brigam unicamente porque querem uma parte maior que a parte do inimigo. A
aprovação das reformas propostas pelo governo tem sido um avanço, sem dúvida, e
a administração da economia passou a fazer sentido após treze anos e tanto de
demagogia, rapina e demência. Mas isso tudo, até agora e sabe-se lá por quanto
tempo ainda, é muito mais uma tentativa de sobrevivência do que um progresso
real, consistente e duradouro. No dia a dia, e no mundo das coisas como elas
são, o que se tem é a guerra pelo controle dos pontos de tráfico ─ a exemplo do
que acontece nos morros, onde os bandidos brigam pelos pontos de droga, os
políticos brigam pelos pontos de poder. No momento, aliás, muitos brigam apenas
para sobreviver. Enquanto se falava no fim de Temer, a realidade trouxe a
primeira sentença de condenação para Lula; FICAR FORA DA CADEIA, DESDE ENTÃO, PASSOU A SER O
SEU OBJETIVO MÁXIMO, E PARA O PT, QUE NÃO VIVE SEM ELE, TORNOU-SE UMA QUESTÃO
DE VIDA OU MORTE. Se ficarem vivos, seu
“projeto político” mais precioso será lutar pelo “financiamento público” das
campanhas eleitorais, talvez o maior ato de escroqueria já tentado na história
do Brasil. Aí se poderá ver, precisamente, o buraco em que estamos: OS MAIORES ALIADOS DO PT NESSE GOLPE SÃO
SEUS MAIORES INIMIGOS. É onde todos, do extremo
Lula ao extremo Temer, vão se encontrar: no“fundo partidário”. O resto é
conversa. (Via Augusto Nunes).
Um comentário:
olha o homem vindo feito um vulcao em erupçao atropelando todos os politicoszinhhhhhhho de merda que esta na sua frente.
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