José Nêumane
Caminhoneiros autônomos,
transportadoras de cargas e empresas que possuem frotas movidas a diesel
sequestraram o Brasil, recorrendo apenas a bloqueios rodoviários para impedir a
distribuição de combustíveis e alimentos . E o débil e inerme desgoverno lhes doará
R$ 13,5 bilhões em sete meses, sacados dos impotentes cidadãos. Mas esse não é
o preço mais alto a ser cobrado da Nação pelas carretas paralisadas: HÁ UM GOLPE EM PLENO CURSO POR DITADURAS ACALENTADAS POR BANDOS
IRRESPONSÁVEIS DA DIREITA BÁRBARA E DA ESQUERDA CÍNICA. A PRIMEIRA EXIGE INTERVENÇÃO MILITAR E A SEGUNDA, LULA LIVRE E
PRESIDENTE DE NOVO. Quem vai ganhar? Melhor não apostar.
O prezado leitor certamente perderá, no mínimo, o valor da aposta.
O apressadinho de cotovelos apoiados
na janela da frente de casa pode até imaginar: “A culpa é do Temer, então, que
ele se dane”. É mesmo? Vamos aos fatos. O autor destas linhas tem 67 anos de
idade e é do tempo do trem de ferro e das eclusas permitindo a navegação de
balsas e barcaças pelas inúmeras bacias hidrográficas brasileiras. Tinha 4 anos
quando o mineiro Juscelino Kubitschek, descendente de checos e telegrafista de
origem profissional, apostou todas as nossas fichas no modal rodoviário. Desde
que o simpático pé de valsa de Diamantina deixou o governo, HÁ 57 ANOS, AS FERROVIAS ENFERRUJARAM-SE, O TRANSPORTE
HIDROVIÁRIO É UM SONHO DISTANTE E AS RODOVIAS SÃO UM IMENSO BURACO COM BORDAS
ASFALTADAS, À EXCEÇÃO DAS PRIVATIZADAS A CUSTO DE PEDÁGIO.
Durante a ditadura militar, que
cassou os direitos políticos de Juscelino, Jânio e Jango, o general Ernesto
Geisel teve a oportunidade de aprender, com a crise da Organização dos Países
Produtores de Petróleo (Opep), que a opção do inventor dos “50 anos em 5” tinha
sido uma roubada. Mas nem os catalogados no Almanaque do Exército nem
os civis da Nova República ou eleitos pelo povo, tucanos e petistas,
recuperaram trilhos e vias navegáveis. Alguns preferiram encher os bolsos,
saqueando todas as “burras” da República.
Os cobradores da fragilidade do
desgoverno abúlico, incompetente e inconsequente de Temer apontam-no como o
responsável pelo caos. As ratazanas que roeram os cofres da viúva sob desmandos
de Lula e Dilma, do PT, sejam os da esquerda populista ou os da velha
cleptocracia herdeira dos coronéis da Guarda Nacional do Império convocados à
rapina, votaram no constitucionalista de Tietê vice da tatibitate Dilma
Rousseff, que nasceu em Minas e se criou nos pampas de Getúlio e Brizola. Em
2014 o “mercado” financeiro sufragou Aécio Neves, ora acusado de ter cobrado propina
para se fingir de oposição, e com o impeachment de Dilma, em 2016, afagou as
mãos de Temer, em que antes escarrava.
A posse do legítimo sucessor da
rainha da quebra do decoro vernacular permitiu o paradoxo a que a Nação se
submete há dois anos: sem forças para “estancar a sangria”, meta que o
presidente do MDB, Romero Jucá, esperava atingir assim que Temer pusesse as
mãos no leme da embarcação à deriva, o grupo no poder não consegue usá-lo como
teria de fazê-lo.
E não há como. O “quadrilhão do PMDB”,
ainda com P, de que foi acusado o grupo ora no poder pelo ex-procurador-geral
da República Rodrigo Janot, caiu na rede da devassa da maior roubalheira da
História. Metade dos acusados e investigados está na cadeia e em simulacros
para os quais é enviado quem goza das graças dos mui generosos ministros do
Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello: Eduardo
Cunha, Henriquinho Alves, Rodrigo Loures e Geddel Vieira Lima, o petiz chorão
de mãinha Marluce.
A outra metade, o trio desesperança
Temer, Eliseu e Moreira, ficou no palácio e no poder por cumplicidade da Câmara
dos Deputados e mercê da farta distribuição de merendas orçamentárias a
suspeitos do Centrão. E da debilitação do que só se chama de governo por falta
de nome adequado.
O desempenho do desgoverno foi muito
abaixo de medíocre no caso. O chefe da Agência Brasileira de Inteligência
(???), general Sérgio Etchegoyen, nada informou sobre a encrenca a vir. No
quarto dia o presidente entregou carros que não rodam por falta de gasolina e
comemorou a noite da indústria, paralisada por não dispor de combustível. O
ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, sumiu e ressurgiu falando grosso.
E Padilha fez um acordo com líderes que nem os caminhoneiros reconhecem.
No sétimo dia, o chefe do Executivo
mentiu. Disse que o governo negociou “desde o início”. De quê? Gabou-se dos
“sacrifícios” do cidadão, como se fossem do governo, que não anunciou corte de
gastos ou privilégios de partidos e políticos, mas, sim, privilégios para
transportadoras e autônomos. Buzinas e sons de panelas vazias evitaram que
fosse ouvido. Ninguém perdeu: a redução de 46 centavos no preço do diesel não
chega às bombas, segundo disse o presidente do Sincopetro, José Gouveia, em
entrevista à Rádio Eldorado.
Temer tinha ameaçado, antes, usar a
força, mas exibiu um revólver de brinquedo. O ministro da Defesa, general Silva
e Luna, apelou para o bom senso dos chantagistas. O Comando Militar do Sul usou
um tom de entregador de flores, não de garantia da lei. O ministro da Segurança
Pública, Raul Jungmann, pôs a Polícia Federal à caça dos mandantes do locaute,
mas o que disse, pelo visto, não assustou ninguém.
Com o Legislativo agindo como clube
privado de parlamentares, e não um Poder que representa o povo, como de hábito,
e o STF embuçado na retórica vazia da presidente Cármen Lúcia, as vivandeiras
de quartéis, de que falava Castelo Branco em 1964, ressurgiram munidas de
bandeiras e besteiras. AO LADO DELAS ROSNARAM “VALENTINHOS”
DE ESQUERDA, CASO DO PRESO MAIS FAMOSO DO BRASIL, LULA, que se manifesta pela voz sem eco do líder do partido na Câmara,
José Guimarães. NO PAÍS DO QUEM PODE GRITA MAIS E
CHORA MENOS, ESTAMOS NO MATO ACUADOS PELA MATILHA.
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