Claudio Humberto
Em fevereiro deste ano, os advogados do ex-ministro Antonio Palocci, preso em Curitiba, viajaram a São Paulo para negociar um segundo acordo de delação premiada para o ex-ministro. Eles afirmaram à força-tarefa da Operação Lava Jato no Ministério Público Federal de São Paulo que Palocci pode apresentar casos inéditos de corrupção vinculados à empresa do ex-ministro da Fazenda.
A consultoria Projeto foi montada por Palocci no mesmo período em que o ex-ministro ficou milionário, quando exercia o mandato de deputado federal e coordenava a campanha presidencial de Dilma Rousseff. Entre 2007 e 2015, a consultoria de Palocci recebeu R$ 81 milhões de 47 clientes, segundo a Receita Federal.
Em relação à empresa, os advogados de Palocci afirmam ter diversos episódios envolvendo clientes da consultoria e casos que implicam outras empresas e operadores do mercado financeiro. Entre os clientes da consultoria de Palocci, que depois se transformou em uma administradora de bens imóveis, estão a gestora de shopping centers Multiplan, a empreiteira WTorre, a companhia de planos de saúde Amil.
Em breve, os advogados do ex-ministro devem enviar um documento aos procuradores de São Paulo para formalizar o acordo de delação premiada. A defesa entregaria ainda anexos contendo denúncias de condutas criminosas.
Palocci já tem um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal do Paraná, fechado em abril deste ano. Para passar a valer, o trato ainda precisa ser homologado pelo juiz João Pedro Gebran Neto, do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
O ex-ministro petista foi condenado a mais de 12 anos de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo o juiz Sérgio Moro, Palocci negociou propinas com a Odebrecht em troca de benefícios para a construtora em contratos com a Petrobras
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