quarta-feira, 18 de setembro de 2013

NÃO MELLA, MELLO!!!



ZEUS NOS LIVRE DA INFRINGÊNCIA!!!


 


José Adalberto Ribeiro


 


É hoje! Tô ligado na infringência. E um passaralho me contou que no meio do caminho tem uns SAPOS VERMELHOS mensaleiros. Ladies e gentlemen, o cientista político The Gaulle aflorou no recinto, direto da Frejolândia, para assistir à novela dos mensaleiros. Ele é o autor da big tese de que o Brasil é um País muito sério, tão sério quanto o carnaval, ziriguidum, as escolas de samba, os campeonatos de futebol e o programa big brother da macacada. Então, sigam-me os que forem brasileiros ou desordeiros, assim falava o Duque de Caxias na baixada do fluminense futebol clube. -- The Gaulle, qual o seu prognóstico sobre o julgamento das infringências? perguntei ao meu guru. -- Prognóstico só depois do jogo, respondeu-me com sua proverbial sabedoria. Os mensaleiros vão para a cadeia? Interpelei o sábio mais uma vez. Ele lembrou uma frase talvez profética do ex-tesoureiro Delúbio Soares, aquele do sorriso Colgate, de que NO FUTURO O MENSALÃO VAI VIRAR PIADA DE SALÃO. Se não vão para as grades, quando nada os SAPOS VERMELHOS irão brilhar em cadeia nacional de rádio, televisão, jornais e internet. Estudioso do idioma português, The Gaulle descobriu a existência dos “SUBSTANTIVOS DEFECTIVOS”. Será que o sábio está ficando doido e confundiu “VERBOS DEFECTIVOS” com “SUBSTANTIVOS DEFECTIVOS”? Ele me explicou que não está pirado e assim como os verbos defectivos não podem ser conjugados em todos os modos, os “SUBSTANTIVOS DEFECTIVOS” também não se aplicam a determinados grupos ou pessoas. CADEIA, POR EXEMPLO, NÃO SE APLICA AOS RICOS E PODEROSOS, MESMO QUE SEJAM LADRÕES. ROUBAR E ACEITAR TAMBÉM SÃO VERBOS DEFECTIVOS. É PROIBIDO DIZER, POR EXEMPLO, “O MILIONÁRIO FULANO ASSALTOU OU ROUBOU OS RECURSOS DO BNDES”. POR QUESTÃO DE DELICADEZA NUNCA DEVEMOS CHAMAR UM RICO DE LADRÃO. SERIA UM CACÓFATO, COISA FEIA. Jurista afamado e conhecedor de vários idiomas, The Gaulle nunca tinha ouvido falar na expressão “EMBARGO DE INFRINGÊNCIA”. Significa a possibilidade de o cara ser condenado e absolvido ao mesmo tempo, o ser e o não ser. Nas leis da física, é impossível um corpo ocupar ao mesmo tempo dois lugares no espaço, ou dois corpos ocuparem o mesmo lugar no espaço. Na linguagem popular, existe aquele ditado: “VAI VER SE EU ESTOU ALI NA ESQUINA”. Os mensaleiros tão ficando nus com a mão no bolso, aqui, acolá e ali na esquina. Os “EMBARGOS DE INFRINGÊNCIA” são uma jabuticaba jurídica brasileira. Só existem nesta pátria mãe gentil. Existem também “PÉROLAS JURÍDICAS” tipo “PROGRESSÃO DA PENA” e “REGIME SEMIABERTO”. “Progressão” é regressão e semiaberto” é regime escancarado. “RECORRER EM LIBERDADE” é sinônimo de impunidade, no caso, uma “liberdade” defectiva, porque somente pode ser aplicada às elites políticas e econômicas. O CARA QUE ROUBOU MILHÕES DE DENÁRIOS DOS COFRES PÚBLICOS É O QUE? APENAS SUSPEITO. SOMENTE PODERÁ SER ACUSADO DEPOIS DO FESTIVAL DE EMBARGOS E INFRINGÊNCIAS E DA SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO NO DIA DO JUÍZO FINAL. O SAPO VERMELHO  já disse que nunca acreditou na existência do mensalão. E então, ó sábio The Gaulle? Eu também não acredito na existência dos SAPOS VERMELHOS, mas que eles existem, existem. Eles, os SAPOS VERMELHOS e seus discípulos, estão alegando que no reino da infringência não haverá novo julgamento. Pior. Mesmo sem novo julgamento, é dada como certa a revisão/redução de penas, os bichos não vão para as grades e o crime de formação de quadrilha poderá prescrever. Coração dos homens é terra onde ninguém anda, diz o ditado. Coração dos mensaleiros é campo minado. O coração do ministro Celso de Melo tem o condão de fazer rir ou de fazer chorar hoje milhões de corações brasileiros. O futuro a Zeus pertence, e ao ministro Celso de Mello também. Entonces, Zeus nos livre da infringência! (A primeira manchete de autoria de Manoel Santos e a imagem não fazem partes do texto original).

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