Sérgio Siqueira
A coisa é a seguinte: um dia, Dirceu disse sobre Lula: “ele não
tem amigos, só companheiros”; outro dia, Lula disse sobre Dirceu: “Zé Dirceu
não tem amigos”. Quem quiser ficar com a verdade, basta entender que, até que
enfim, ambos têm razão. Voltemos aos seus bons tempos de colégio, meu preclaro
leitor. Como é mesmo que você escolhia os seus “melhores amigos”? Elementar, né
não?... PELA
LEALDADE. Lealdade era o ponto de referência. Você escolhia aquele que,
quando você tentava COLAR, ele lhe dava cola na prova de matemática. O seu
melhor amigo era aquele que, quando você jogava bolinha de papel no
quadro-negro, ele não dedurava você para o professor. O seu melhor amigo, era
aquele que na hora do pum dentro da sala de aula, não apontava pra você, com a
mão tapando o focinho. O seu amigo bom e batuta era aquele que considerava você
um amigo bom a batuta e não um dedo duro, filho duma fajuta. Ora, não é por
nada, não... MAS LULA NUNCA DUROU MUITO PELAS
ESCOLAS.
Nunca foi melhor amigo de ninguém. Lula se especializou, desde cedo, em ser
amigo dele mesmo. ENFIM, EM MATÉRIA DE CLASSE DE AULA, LULA NUNCA TEVE LÁ MUITA
CLASSE. Lula
sempre foi aquele cara que sentava a seu lado, colava, aprontava e dizia que
você estava colando dele e você é quem estava aprontando. Ele sempre foi
escorregadio assim; sempre escapou tirando o corpo fora, pulando e andando para
quem não tivesse o dom de trocar de pele e de cor, como faz bem às METAMORFOSES
AMBULANTES. Agora, diz a revista Veja desta semana que “Lula e José Dirceu
se desentendem por causa do petróleo”. E espalha: “os dois líderes históricos
do PT não conversam desde que o escândalo (da Petrobras) ganhou corpo”. E a
revista ainda salienta o que Dirceu choraminga: “VOCÊS ME
ABANDONARAM HÁ TEMPOS”. O que aconteceu agora é que, temendo os efeitos da Lava-Jato,
Dirceu queria se oferecer para montar uma estratégia que blindasse os tubarões
da petroleira e não os lambaris. Conforme conta a revista Veja, Dirceu
telefonou para o Instituto Lula e não foi atendido pelo chefe. Quem teve a
gentileza foi o velho Okamoto de sempre. E ainda botou banca: - DO QUE VOCÊ ESTÁ
PRECISANDO, ZÉ? Ah, deu nos dedos e feriu o orgulho do preso domiciliado. Ele
vituperou de volta, antes de bater com o telefone na orelha acostumada do
vassalo preferido de Lula: - VOCÊ ACHA QUE VOU LIGAR PARA PEDIR ALGUMA COISA? VOCÊS ME
ABANDONARAM HÁ TEMPOS. Ora bolas, carambolas! Grande novidade, Lula ter dado no pé.
Sempre que pode - ele traz de berço - Lula abandona todo e qualquer companheiro
bom e batuta, no campo da luta. Coisa de um bom filho da mãe astuta. QUE MAL
PERGUNTE - Então, inda que mal pergunte: você já viu alguma cena de Lula com
Dirceu, depois que Dirceu pegou cana braba na Papuda? Já viu alguma foto dos
dois juntos, depois que Dirceu foi parar na cadeia? RODAPÉ
–
Então essa história toda não está sendo contada para que você fique com pena de
Dirceu, ou com raiva de Lula. Nem tampouco vice-versa ao contrário e coisa
& loisa. Está sendo contada só para dizer que, em matéria de Lava-Jato,
LULA PODE ESTAR BEM MAIS, MUITO MAIS SUJO QUE DIRCEU. IN
MEMORIAN – A bem da verdade, preciso é que se diga: entre Lula e Dirceu,
quem por último telefonou para o outro foi Lula. Deu-se o contato quando Dirceu
acabava de ser mandado para a Papuda. Lula ligou e disse: - TAMO JUNTO NESSA,
CUMPANHÊRO!
Um comentário:
e isto ai ch
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