quarta-feira, 9 de setembro de 2015

CRISES ECONÔMICA, POLÍTICA, MORAL. QUE TAL UMA CRISE MILITAR?


Ricardo Noblat
Quantas vezes você já leu: “O GOVERNO RECUOU”? Pois bem: o governo recuou. Dessa vez para consertar mais uma TRAPALHADA QUE COMETEU. E uma trapalhada das brabas. Que quase produziu uma CRISE MILITAR que viria a se somar às crises econômica, política e moral que o país atravessa.
O ministro Jaques Wagner, da Defesa, assinará uma portaria devolvendo aos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica,  poderes que foram subtraídos pelo decreto 8515 assinado há poucos dias pela presidente Dilma Rousseff. Entre os poderes subtraídos estavam o de editar atos relativos a pessoal militar, como transferência para a reserva remunerada de oficiais superiores, intermediários e subalternos, reformas de oficiais da ativa e transferência para o exterior. Não lhe parece razoável que os comandantes tivessem sido consultados a respeito do decreto antes de Dilma assiná-lo? Pois não foram. E como Wagner estava viajando, ele também não foi.
O decreto saiu assinado por Dilma e pelo comandante da Marinha que substituía Wagner como ministro interino, mas que também não foi ouvido nem cheirado. Usaram o nome dele em vão. COMO TUDO ISSO OCORREU? A secretária-geral do ministério, Eva Maria Chiavon, aproveitou a viagem de Wagner à China para esquentar uma proposta de decreto que dormia há anos em uma gaveta qualquer do Ministério da Defesa. Eva é militante do PT, casada com Francisco Dalchiavon, O BRAÇO DIREITO DE JOÃO PEDRO STÉDILE NA DIREÇÃO DO MOVIMENTO DOS SEM TERRA. Os comandantes militares não a veem com simpatia. Antes, eles se dirigiam diretamente ao ministro da Defesa. Agora, são obrigados muitas vezes a despachar com Eva.
Rolou um stress forte, ontem, entre Dilma e Aloizio Mercadante, chefe da Casa Civil da presidência da República. Foi a Casa Civil que mandou o decreto para Dilma assinar. Depois de ouvir muitas e boas da sua chefe, Mercadante alegou que pensara que estava tudo certo entre ela e Wagner.
Na segunda-feira, um grupo de deputados tentou ser recebido pelos comandantes militares para conversar sobre o decreto. Nenhum os recebeu. Domingos Sávio (PSDB-MG), líder da Minoria na Câmara dos Deputados, fez chegar ontem aos comandantes a informação de que apresentaria um decreto legislativo cassando os efeitos do decreto assinado por Dilma. Sávio foi orientado a esperar o desenrolar da situação. Dilma estava sendo fortemente pressionada a recuar do decreto. À tarde, Sávio foi liberado para apresentar o decreto. Chegou a fazê-lo pelo sistema eletrônico da Câmara. À noite, viu que já não era mais preciso.
A simples delegação de poderes a ser feita por Wagner mediante uma portaria não põe fim ao caso. Quem delega pode suspender a delegação. OS COMANDANTES QUEREM DE VOLTA OS PODERES QUE TINHAM.








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