J.R. Guzzo
Fala-se muito
mal do prefeito JOÃO DORIA nos meios de comunicação, nas redes
sociais, nos ambientes que neste país passam por intelectuais, ou esclarecidos,
e geralmente em todo lugar, situação ou grupo de gente onde for humanamente
possível achar alguma coisa ruim a respeito dele. O PREFEITO DE SÃO PAULO É UMA DESSAS
PESSOAS QUE PARECEM GENETICAMENTE PROGRAMADAS PARA CAUSAR ACESSOS DE IRRITAÇÃO
EXTREMA EM QUEM, SEJA LÁ PELO MOTIVO QUE FOR, NÃO GOSTA DO QUE ELE DIZ, NEM DO
QUE FAZ E NEM DA SUA CARA – PARA FALAR A
VERDADE, PRINCIPALMENTE DA SUA CARA. De outros
personagens da comédia de picadeiro na qual se resume a política de hoje no
Brasil, os adversários discordam, com mais ou menos educação, ou dizem as
coisas que em geral são ditas para quem está do outro lado da gritaria. Mas com
Doria o simples desacordo não é suficiente. ELE DESPERTA A
IRA EM ESTADO BRUTO DOS INIMIGOS – ou, como talvez
dissesse o ex-deputado Roberto Jefferson, repetindo a célebre frase que dirigiu
anos atrás ao ex-ministro José Dirceu, os “sentimentos mais primitivos” do ser
humano.
O que chama a
atenção no caso de João Doria é que ele é detestado por ser JOÃO DORIA. Quase ninguém se dá ao trabalho de julgar o
prefeito pelo que ele faz; QUASE TODOS O JULGAM PELO QUE PENSA, OU DIZ QUE PENSA. NÃO INTERESSA SE
DORIA ESTÁ SENDO UM BOM OU MAU PREFEITO DE SÃO PAULO. O QUE INTERESSA É FALAR
QUE ELE É DO MAL – e que está sempre errado, o tempo todo,
mesmo se disser que o Natal cai no dia 25 de dezembro. É o tipo da coisa que só
emburrece um debate que já é burro o suficiente, como acontece com praticamente
tudo o mais quando se conversa de política hoje em dia neste país. Há um
desprezo cada vez maior, de todos os lados, pelo ato de pensar – parece algo
desnecessário, irritante e ofensivo, sobretudo se você diz alguma coisa,
qualquer coisinha, que não combine com “o que a sociedade está dizendo”.
Nessa desordem
mental, a última preocupação é julgar alguém pelas suas realizações concretas.
Não se ouve a pergunta mais simples: “O que ele fez até agora?” Melhorou alguma
coisa? Piorou? O que? A vida dos contribuintes de São Paulo ficou mais cômoda?
Fala-se pouquíssimo disso tudo – e quando se fala não há nenhum esforço real
para apresentar fatos. No episódio de JOÃO DORIA, seus oponentes talvez fizessem bem
melhor se conseguissem substituir a RAIVA pela LÓGICA. Ele teria dificuldades, por exemplo, para
apontar uma única diferença visível entre a sua administração e a do seu
antecessor Fernando Haddad, em matéria dos cuidados mínimos que uma cidade tem
o direito de receber – o que se chama de “ZELADORIA”. O abandono, a inépcia e a miséria de
resultados continuam os mesmos. A prefeitura não consegue cuidar dos sinais de
trânsito, do calçamento abominável das ruas, do corte de mato nos áreas verdes,
da iluminação pública, do estacionamento abusivo nas ruas, da limpeza dos
bueiros, do lixo largado pelas calçadas. Não conseguiu, nem sequer, eliminar uns
poucos metros nas faixas de ciclismo mais extravagantes que o prefeito anterior
criou, com o propósito de punir “OS RICOS” e dar lições de ideologia viária à
população. Os problemas, na visão da Prefeitura, se dividem em apenas duas
categorias: os muito difíceis e os impossíveis de resolver. O zelador quer ser
síndico, mas não consegue cuidar nem do portão da garagem – não faz,
simplesmente, o serviço para o qual foi eleito. Mas quem está interessado nesse
tipo de detalhe? Nem pensar. É MUITO MAIS
FÁCIL DIZER QUE DORIA É DE DIREITA – e não se fala
mais no assunto.
Um comentário:
O DÓRIA PRECISA ASSUMIR A PREFEITURA DE SÃO PAULO E CUMPRIR SUA PROMESSA DE LIMPA-LA DA CORRUPÇÃO PETISTA LÁ EXISTENTE E REDUZIR IMPOSTOS, SEM O QUE ESTARÁ QUEIMADO.
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