domingo, 6 de janeiro de 2019
HÁ 80 ANOS VIVIA-SE NO TEMPO DAS DILIGÊNCIAS
Lá se vão oito décadas do filme NO TEMPO DAS DILIGÊNCIAS, que tinha como
trama a narrativa de um bêbado, uma
prostituta, uma grávida, um jogador, um banqueiro e um vendedor que atravessam
o Oeste americano, dividindo a mesma diligência. Dentre esta turma
encontrava-se o jovem JOHN WAYNE(como Ringo Kid) que o diretor John Ford apostara todas
as suas fichas. Como nos afirma o cinéfilo
Antonio Nahud, Esse faroeste é, sem cessar e ao mesmo tempo, uma epopeia
trágica e um drama psicológico, uma aventura coletiva e uma série de aventuras
individuais, destacando-se entre estas a do fora-da-lei heroico e a da
prostituta de bom coração.
Conforme nos confidencia um fã de faroeste,
o médico radiologista de Caruaru-PE, Dr. Joailton, Este gênero já estava
dando sinais de cansaço pela falta de inovação, mesmo assim, o diretor Ford com John Wayne debaixo do
braço fez uma romaria procurando produtores, maior do que aquela que os
nordestinos fazem para Juazeiro do Norte, para pedir a benção do meu
"PADIM PADE CIÇO". Pois não é que, Em 1939, com o filme No Tempo das
Diligências protagonizado pelo grandalhão jovial, John Wayne, começava ali a mais brilhante carreira de um
ator no cinema norte-americano e para sorte nossa, um ator de faroeste.
Obrigado por isso, John Ford!!!
A sinopse do filme resume-se a um grupo de nove pessoas que são obrigadas a
embarcar em uma perigosa jornada em cima de carruagens através do Arizona, em
um território indígena. Sendo levados por cavalos durante bastante tempo, cada
um tem o seu motivo pessoal para realizar tal viagem. No meio do caminho eles
terão que enfrentar os guerreiros apaches, e contra eles contarão apenas com a
ajuda do cowboy Ringo Kid (John Wayne). O grupo de PASSAGEIROS da diligência,
todos sem nome, é formado pela esposa de um oficial da Infantaria, um jogador,
um vendedor de uísque, um criador de gado e um inglês.
Quando os atores do filme estavam sendo escalados, o diretor John Ford
pressionou para que John Wayne entrasse, mas o HOMEM DA GRANA, o produtor Walter Wanger negou. Foi apenas
depois da persistência de Ford que o produtor finalmente cedeu. No tempo das diligências
consagrou-se como um dos melhores filmes Western da história. John Wayne em seu
primeiro grande papel tornou-se no
divisor de águas para o cinema mundial. Um filme com grandes atuações e
um roteiro de 1° qualidade. Através dessa película aconteceu o início de uma longa parceria: a primeira das
muitas colaborações entre John Ford e John Wayne.
O apurado cinéfilo paulista, Darci Fonseca,
é quem melhor descreve todo o desenrolar do brilhante roteiro, donde se discute os conflitos entre as diversas
classes sociais reunidas numa diligência. SENÃO VEJAMOS: A soberba da jovem
Lucy; a cobiça e desonestidade do banqueiro; a altivez e o orgulho do sulista
Hatfield derrotado na Guerra de Secessão, que sucumbem à visão de uma dama
verdadeira que ele não encontra nos meios em que frequenta. Deles, só mesmo
Gatewood é um vilão, seja pelo crime praticado, seja pela doentia superioridade
que julga possuir.
A maioria dos passageiros são seres humanos com mais qualidades, como o
xerife Curley, cuja experiência o faz acreditar na inocência de Ringo. Peacock,
o vendedor de uísque é o menos interessante dos personagens mesmo porque é
difícil crer que um homem tão frágil e inseguro rode o Oeste como sua profissão
obriga. O simpático e beberrão médico-filósofo Dr. Boone é uma das grandes
criações de John Ford, tanto que seria usado em muitos outros filmes do Mestre.
Quanto a Ringo Kid(John Wayne), o
herói da aventura nos conquista por sua inocência e pelo caráter como ao se
solidarizar com a prostituta Dallas. E mais que todos, é Dallas a personagem
principal, a mais comovente, a que sofre a dor da ODIOSA DISCRIMINAÇÃO. O amor
entre ela e Ringo nasce de forma sublime sob a mágica direção de Ford. E “No
Tempo das Diligências” acaba sendo um faroeste também para as mulheres.
Esta película cinematográfica é um
marco do cinema falado, donde John Wayne marca seu primeiro sucesso na
telona como ator principal. Assistir
outra vez esta relíquia é viajar no tempo com a corneta da cavalaria, os emblemáticos
passageiros da diligência e o ataque de apaches. Um dos melhores westerns de
todos os tempos. Aliás, já passou da
hora dos amantes do faroeste vê-lo novamente. Recomendo-o.
https://www.youtube.com/watch?v=RR28bhX3uF8
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Um comentário:
Assim como este colunista/leitor, o filmélico e não cinéfilo, o médico radiologista Joailton de Caruaru-PE e eu de Garanhuns-PE temos um passado filmélico muito parecido em cidades do interior. Na meninice nossas fontes de diversões eram a imagem ruim da televisão preto & branco (na casa do vizinho), circos e filmes de faroestes nos cinemas locais. Fomos, como muitos leitores deste blog, muitas vezes impedido de ver estes filmes, por falta de idade e também pelo excesso de lotação do espaço em dias de exibição de um faroeste famoso.
Naquela época, no interior, poucos de nós estávamos interessados em enumerar e analisar as diferenças entre um faroeste Americano e o Italiano(tendo como diretores: John Ford & Sergio Leone), só queríamos nos divertir e sair do cinema dando tiros. A verdade é que os faroestes Italianos e americanos (com os atores Clint Eastwood & John Wayne) reinaram absoluto no Cine Theatro Jardim de Garanhuns, naqueles tempos de doces recordações: jovens tardes de domingos, velhos tempos, belos dias...
Sempre achávamos que sendo películas faroestes eram novas, nos integrando ao velho conceito, que todo filme que você não viu, é novo e é lançamento. Quando o gênero western já estava sem fôlego em outros mundos, paradoxalmente, no nosso mundo, o das cidades do interior, na década de 70, ainda reinava o faroeste na preferência popular e ainda estava num galope desenfreado nas planícies gramadas da nossa ilusão e nós, simplesmente ignorávamos o conceito de gênero ou subgênero. O que nos interessava era o bandido e o mocinho sacarem as armas num Duelo de Titãs...
P.S.: - Frase que continua na minha cachola, no telão, dentro de uma sala de projeção: CINEMA É A MAIOR DIVERSÃO - THE END.
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