O deputado federal Jean Wyllys, (PSOL-RJ) confirmou em entrevista à Folha que vai abrir mão do novo mandato e deixar o país por motivos de segurança. Segundo o parlamentar, que tomou posse recentemente, "está fora do país, de férias— revelou que não pretende voltar ao Brasil e que vai se dedicar à carreira acadêmica" informou a publicação.
Na entrevista , Wyllys se ressente, sobretudo, da falta de liberdade no Brasil. "Como é que eu vou viver quatro anos da minha vida dentro de um carro blindado e sob escolta? Quatro anos da minha vida não podendo frequentar os lugares que eu frequento?", questiona.
Também avisa que vai se desconectar das redes sociais temporariamente e que não pretende acompanhar a repercussão do seu anúncio.
"Essa não foi uma decisão fácil e implicou em muita dor, pois estou com isso também abrindo mão da proximidade da minha família, dos meus amigos queridos e das pessoas que gostam de mim e me queriam por perto", explica o parlamentar que se despede de seu terceiro mandato poucos dias após ser empossado. Acompanhe abaixo um trecho da entrevista de Jean Wyllys.
Folha - Qual é sua expectativa para o governo Jair Bolsonaro e qual deve ser o papel da oposição nos próximos quatro anos?
Jean Wyllys - Não tenho nenhuma expectativa positiva em relação a esse governo. O nível de violência contra as minorias aumentou drasticamente desde que esse sujeito foi eleito. As suas relações pouco republicanas já vieram à tona —dele e de seus filhos. Então, não tenho boas expectativas.
A política econômica também não desenha um bom horizonte. O choque do neoliberalismo em um país desigual como o nosso não será bom. E acho que o Ministro da Justiça [Sergio Moro] deve no mínimo prestar algum tipo de satisfação à população. Então, minhas perspectivas não são as melhores.
E acho que a saída para as esquerdas é a união. Mas, sinceramente, eu não quero mais opinar sobre isso porque estou abrindo mão do mandato justamente para não ter mais que opinar neste momento sobre essa questão. Quero cuidar de mim e me manter vivo.
De acordo com Wyllys, também pesaram em sua resolução de deixar o país as recentes informações de que familiares de um ex-PM suspeito de chefiar milícia investigada pela morte de Marielle trabalharam para o senador eleito Flávio Bolsonaro durante seu mandato como deputado estadual pelo Rio de Janeiro.
"Me apavora saber que o filho do presidente contratou no seu gabinete a esposa e a mãe do sicário", afirma Wyllys. "O presidente que sempre me difamou, que sempre me insultou de maneira aberta, que sempre utilizou de homofobia contra mim. Esse ambiente não é seguro para mim", acrescenta.
Após o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) anunciar que sairá do Brasil por medo de morrer, membros da família Bolsonaro comemoraram a decisão em suas redes sociais.
A primeira mensagem foi postada pelo presidente. "Grande dia!", limitou-se a dizer. A segunda veio do filho e vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ): "Vá com Deus e seja feliz!".
A decisão de Wyllys vem após a intensificação das ameaças de morte, que se tornaram constantes após o assassinato da então vereadora do Rio de Janeiro pelo PSOL Marielle Franco.
O suplente de Jean Wyllys é David Miranda, parceiro do jornalista Glenn Greenwald, do portal The Intercept. - Imprensa Viva -
2 comentários:
O título é genial!!!!
Veja só o depoimento dessa jornalista sobre o real motivo do viadão Jean Wilis estar picando a mula do Brasil. Ela afirma que a baitola do PSOL é quem foi o mandante da facada no Recruta Zero, e que a PF já sabe disso. O esfaqueador esteve com Jean Wylis no dia do atentado, as câmeras da Câmara dos Deputados mostram isso. Rodrigo Maia soube disso desde o início e escondeu. Eis o vídeo:
http://vindodospampas.blogspot.com/2019/01/jornalista-descobre-o-real-motivo-da.html
MARRETÃO.
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