Ricardo Noblat
Lula continua encenando o papel
de presidenciável. Sabe que as chances reais de exercê-lo de fato são tão
remotas quanto as de Dilma Roussef voltar à vida pública. LULA É RÉU EM CINCO
PROCESSOS CRIMINAIS - E EM BREVE O SERÁ DE OUTROS MAIS, PODENDO SER PRESO A
QUALQUER MOMENTO.
Queixa-se com frequência de que
já não pode comparecer a locais públicos sem ouvir desaforos. Viajar em aviões
comerciais, nem pensar. Viaja em jatos particulares, cedidos por amigos. Hoje,
só fala a plateias amestradas – e mesmo aí já enfrenta resistências. Na
quinta-feira, por exemplo, num encontro em Brasília, FOI VAIADO PELO PSTU, legenda
da esquerda radical que o considera um traidor da causa. E a causa, óbvio, é a
revolução, abandonada ou negligenciada na medida em que Lula ENRIQUECIA e se ABURGUESAVA.
Com todas essas credenciais
adversas, Lula insiste, como disse esta semana em Salvador, em que, “se for
necessário”, voltará a disputar a presidência da República. Não esclarece que
necessidade seria essa. DO PAÍS, SEGURAMENTE, NÃO É.
O RASTRO DE DESTRUIÇÃO – POLÍTICA, ECONÔMICA, SOCIAL E MORAL - que o período por ele inaugurado, em 2003, e encerrado em 2016
com Dilma, deixou confere-lhe uma das maiores taxas de rejeição de toda a história.
Dilma é parte de sua obra, concluída com um IMPEACHMENT e a revelação do maior
escândalo de corrupção já visto em todo o mundo. CORRUPÇÃO E
MÁ GESTÃO, SOMA FATAL, QUE IMPÔS AO PAÍS A CRISE ATUAL, da qual procura acusar os que a herdaram.
Diante de tal cenário, sua
candidatura a presidente só não é uma PIADA porque serve a uma causa real: sua BLINDAGEM, pessoal e política. Mantendo-se
presente e atuante no cenário público, dá concretude àquilo que dele falou o
presidente Michel Temer, a quem finge odiar, mas com cuja complacência tem
contado.
Temer, numa recente entrevista ao
programa Roda Viva, se disse contrário à prisão de Lula por achar que
tumultuaria a paz pública. Com isso, conferiu-lhe um prestígio que já não tem –
e o transfigurou em salvo conduto, inibindo, de maneira oblíqua, a ação dos que
têm a responsabilidade de fazê-lo pagar por seus delitos.
Não parece ter sido por mera
simpatia que o fez. Temer receia o que está por vir – as delações, sobretudo as
da Odebrecht - e parece inclinado a estabelecer um armistício com o PT, de que
dá testemunho a preservação de aliados da velha ordem em cargos estratégicos da
administração pública.
PMDB E PT, AFINAL, FORAM PARCEIROS. EMBORA O
COMANDO DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA (NAS PALAVRAS DE CELSO DE MELO, DO STF)
COUBESSE AO PT, O PMDB
DESFRUTAVA DE ALGUNS FEUDOS DENTRO DA MÁQUINA PÚBLICA, DE QUE DÃO NOTÍCIAS
OPERAÇÕES DA POLÍCIA FEDERAL.
A mais recente delas, ontem
efetuada, flagrou uma rapina organizada dentro da Caixa Econômica Federal,
entre 2011 e 2013, envolvendo o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o
vice-presidente daquela instituição, Geddel Vieira Lima, até há pouco ministro
do núcleo duro do governo Temer. Para sorte de Temer, Geddel caiu antes desse
escândalo, por outro comparativamente menor. Mas a lama do PT, como é óbvio, salpicou também –
e com frequência - no PMDB.
Lula investe nisso ao atacar o
governo Temer, ao tempo em que busca um protagonismo oposicionista, QUE O
TRANSFIGURE DE MERO (OU POR OUTRA, MEGA) GATUNO EM PERSEGUIDO POLÍTICO.
É um jogo esquizofrênico em que,
de um lado, pede a cabeça do presidente da República e, de outro, manda PT e aliados apoiar o candidato do Planalto à presidência
da Câmara, Rodrigo Maia. Claro está, portanto, que não
postula a presidência para valer; quer apenas tornar mais complexa ou mesmo
impossível a operação de COLOCÁ-LO
ATRÁS DAS GRADES. JOGA SUA CARTADA FINAL. - As imagens e a manchete não fazem parte do texto original -
Nenhum comentário:
Postar um comentário