De forma contundente, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, se manifestou contrária ao recurso feito pela defesa do ex-presidente Lula ao STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar suspender sua prisão.
Em um documento de quase 80 páginas enviado ao Supremo anexado ao processo, Dodge fez duras críticas a Lula, dizendo que o ex-presidente "DEMONSTROU DESPREZO AOS IDEAIS
REPUBLICANOS QUE PROMETEU CUMPRIR COMO CHEFE DE ESTADO" e "FRUSTROU
AS EXPECTATIVAS DE MILHÕES DE BRASILEIROS" ao usar o cargo "PARA OBTER VANTAGEM FINANCEIRA". A procuradora-geral defendeu a condenação de 12 anos e um mês dada ao petista pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo a chefe do MPF, não há como sustentar que os desvios praticados por um presidente da República devam ser tratados do mesmo modo que os incorridos por qualquer outro agente público. Raquel Dodge destaca ainda que os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro praticados por Lula tinham também a motivação de manter o esquema de cartel e corrupção na Petrobras funcionando.
"Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito para o mais alto cargo do Executivo Federal com um ferrenho discurso anticorrupção, alardeando sua honestidade e prometendo combate aos dilapidadores dos cofres públicos. Elegeu-se em virtude de sua retórica de probidade e retidão. Tais fatos elevam sobremaneira o grau de censurabilidade da conduta do recorrente e devem ser punidos à altura".
A procuradora-geral refuta os argumentos da defesa de Lula e lembra que "há material probatório farto" segundo o qual a construtora OAS concedeu a Lula "a posse e a propriedade de fato" do tríplex no Guarujá (SP), "bem como a respectiva reforma para adaptá-lo, somente não lhe tendo transferido o bem formalmente como um ardil voltado a ocultar o crime de corrupção passiva anterior".
Raquel Dodge prossegue destacando que "o recebimento indevido, por Luiz Inácio Lula da Silva, de bem imóvel e de sua reforma se deu em retribuição a um conjunto de atos de ofício por ele praticados na então condição de Presidente da República, em especial a indicação e manutenção, em cargos de direção da Petrobrás, de pessoas comprometidas com ato de corrupção."
Dodge não poupou palavras duras contra o condenado que chegou a ser denunciado como chefe de organização criminosa. Segundo ela, se "está diante de crimes praticados por ex-Presidente da República no âmbito do maior escândalo de corrupção que o Brasil já conheceu – e um dos maiores da história mundial. Trata-se de caso que demanda uma punição proporcional a essas características". "É preciso compreender que a lei tem parâmetros mínimos e máximos, pois as condutas ostentam graus de censura. Se há um caso na história em que as penas deveriam se aproximar da máxima, é este". - Fonte: UOL. - As imagens e manchete não fazem parte do texto original -
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