Gustavo Nogy
Nas últimas horas, um
escândalo de proporções petistas se deu a conhecer no Twitter. Agências de
publicidade contrataram influenciadores digitais para fazer campanha para o PT.
Isso é o grosso da história, o resto tenho preguiça de esmiuçar, mas vamos lá:
Em linhas gerais, uma
das contratadas denunciou o esquema, por ter se sentido traída. O combinado
seria fazer propaganda de esquerda, em geral, e não do PT, em particular. Ela é
de esquerda mas é limpinha. Decerto mora na Vila Madalena e vota no PSOL.
A moça, de nobreza sem
par, botou o tweet no trombone e ficamos todos sabendo do MENSALINHO
DIGITAL. Já vimos esse filme mais de uma vez na Sessão
da Tarde petista, déjà-vu de nossas mazelas republicanas. É o tipo de coisa que
me deixa sinceramente intrigado.
Nunca sei em quem
acreditar: se em quem CONFESSA
ou em quem NEGA; se na história de fato ou na conspiração.
Considerem o seguinte.
Se de um lado é uma
coisa muito própria da esquerda meter-se em ESQUEMAS, EM CORRUPÇÃO, EM QUADRILHAS, EM BANDOS,
em TRAMOIAS, por outro lado é coisa muito própria da
esquerda fazer campanha gratuita, paga tão somente com a própria alma, com a
própria falta de caráter.
É verdade que
esquerdista em geral, e PETISTA EM PARTICULAR, quase sempre está ganhando alguma
coisa com isso. Porém esquerdista em geral, e petista em particular, quase
sempre está sendo idiota sem ganhar qualquer coisa por isso.
Caso descubram que todo
o imbróglio não passa de teoria conspiratória tramada pelo Sérgio Moro, serei o
primeiro a dar um fio de barba como garantia.
Petista de vez em quando
recebe para sê-lo, mas quase sempre o é por falta de caráter mesmo. E burrice.
É por esse motivo que,
ao contrário de muitos, ACREDITO piamente nas pesquisas
eleitorais que anunciam aproximados 40%
DE VOTOS NO LULA. É bem possível, até
provável, que essas intenções sejam mesmo verdadeiras. De eleitor espero sempre
o pior.
Para ilustrar o
argumento, conto uma história.
Há não muito tempo,
certo ídolo pop publicou seu primeiro livro. Mirei bem a figura, puxei à
memória seus outros feitos artísticos, cravei: ghost writer. Esse daí não é
capaz de fazer o ó com um copo.
Como sou assumidamente
“uma pessoa horrível, uma mistura do mal com atraso e pitadas de psicopatia”,
fui à livraria conferir o cartapácio do celebrado escritor de undécima hora.
Thank Lord! que nessas redes a gente pode se acomodar na poltrona e ler o que
não leria em casa, sem pagar nada pela experiência.
Li uma, duas, dez
páginas. Saltei capítulos, li outras dez.
Pois se antes eu
suspeitava de que o ídolo pop tivesse contratado os serviços de um competente e
protocolar ghost writer, a leitura dissolveu minhas dúvidas e me trouxe a
iluminação: pela meticulosa ruindade do negócio, tenho absoluta certeza de que
o autor anunciado é o autor de fato.
Ruim daquele jeito, só
pode ter sido escrito pelo próprio.
Assim na literatura,
assim no lulopetismo: na dúvida, prefiro apostar que todos fizeram POR LIVRE E ESPONTÂNEA VONTADE. Fazer o pior é o que fazem de melhor. O RESTO É TEORIA DA CONSPIRAÇÃO.
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