J.R. Guzzo
O espetáculo de depravação exibido há poucos
dias por um desembargador do Tribunal Regional Federal de Porto Alegre, com a
cumplicidade de três deputados federais do PT e com a ideia de “SOLTAR” da
cadeia o ex-presidente Lula, teve pelo menos uma vantagem: foi uma lição
perfeita de como seria, na prática, a Justiça brasileira num governo de Lula,
seu partido e os demais agrupamentos que se apresentam como de esquerda neste
país. FOI UMA COISA PRODIGIOSA NA SUA ESTUPIDEZ ─ NÃO
CHEGOU A DURAR DUAS HORAS, DE TÃO MISERÁVEL A QUALIDADE DA ARMAÇÃO POSTA EM
PRÁTICA, E DESCEU A UM NÍVEL DE SAFADEZA TÃO GROSSEIRA QUE, APARENTEMENTE, NEM
MESMO O ADVOGADO-CHEFE DE LULA, CRISTIANO ZANIN, SEMPRE DISPOSTO AO PIOR,
ACEITOU SE METER NA HISTÓRIA. Mas deixou claros os planos que Lula tem para
o Poder Judiciário no Brasil, caso um dia volte a mandar. No seu entendimento,
o sistema de Justiça deve ser uma repartição pública cuja única função é
declarar como “LEGAL” tudo o que o governo manda fazer; seus juízes,
procuradores e demais funcionários devem ser gente “DO
PARTIDO”, com a obrigação permanente de receber e
obedecer ordens. A lei não é o que está escrito. Não é hoje a mesma que foi
ontem ou será amanhã. Não é igual para todos. A lei, por esta visão do mundo, é
apenas O QUE LULA, O PT E OS SEUS SÓCIOS QUEREM QUE
ELA SEJA.
Muito se adverte, no momento, sobre os perigos
que a democracia brasileira está correndo neste momento de paixão eleitoral
extremada, com propostas radicais, promessas explosivas e candidatos que
inquietam as almas moderadas. Mas a verdadeira ameaça à democracia, hoje, é
esse esforço contínuo pela subversão do Judiciário, comandado pelas forças que
precisam eliminar os sistemas de combate à corrupção hoje em funcionamento. Ou
derrotam a resistência à roubalheira, simbolizada e centralizada na Operação
Lava Jato, no juiz Sergio Moro e numa porção decisiva do TRF-4, ou não
sobrevivem politicamente. NÃO HÁ FUTURO NENHUM PARA LULA,
CONDENADO COMO LADRÃO A DOZE ANOS DE PRISÃO EM DUAS INSTÂNCIAS,
nem para o imenso aparelho criminoso que opera a vida pública brasileira de
alto a baixo, se uma parte da Justiça continuar com poderes reais para punir
quem rouba. A guerra para destruir o Judiciário e eliminar a segurança jurídica
já está sendo travada há bom tempo. Seu principal campo de batalha, no fundo, é
o Supremo Tribunal Federal, onde se concentra o grosso dos esforços para matar
a Lava Jato, soltar Lula da cadeia e armar sua volta à Presidência da
República. Só assim, acreditam seus generais, será possível pacificar o
ambiente político no Brasil e liberar as quadrilhas partidárias para que possam
voltar às suas atividades habituais de extorsão, desfrute e roubo do erário
público.
Os inimigos de um sistema de Justiça livre,
íntegro e profissional têm tido vitórias e derrotas em sua caminhada. Contam
com um grupo ativo de servidores no STF ─ recentemente ganharam ali, por
exemplo, a libertação do ex-deputado José Dirceu, condenado a mais de 30 anos
de prisão. NESTE EPISÓDIO DEMENTE DA “SOLTURA DE LULA”, EM
QUE O DESEMBARGADOR ROGÉRIO
FAVRETO ACHOU QUE PELO FATO DE ESTAR NUM PLANTÃO DE
DOMINGO PODERIA ANULAR A SENTENÇA DO TRIBUNAL DO QUAL FAZ PARTE, A TROPA DA
CORRUPÇÃO PERDEU. Tudo saiu errado. O desembargador é um
militante público do PT, nomeado para seu cargo no TRF-4 por Dilma Rousseff sem
nunca ter sido juiz de coisa nenhuma ─ faz parte desta pérola da vigarice
nacional chamada “quinto”, deformação que dá ao governo o direito de nomear
como bem entende 20% de todos os desembargadores brasileiros. Qualquer idiota pode
ser nomeado; basta que tenha um diploma de advogado de uma faculdade qualquer
de subúrbio e, naturalmente, que seja amigo de quem o nomeou.
A trapaça que tentou aplicar espanta por sua
cretinice. Três deputados da área mais desordeira do PT ─ um deles chegou a
propor publicamente o fechamento do STF ─ combinaram com FAVRETO a
apresentação de um pedido de habeas corpus em favor de Lula, em regime de
emergência, aproveitando que ele estaria de plantão no domingo. De imediato, o
desembargador veio com um calhamaço com mais de 30 páginas em que tomava a
extraordinária decisão de derrubar a sentença ─ até agora não reformada, e
portanto absolutamente legal ─ de um colegiado de três desembargadores do
próprio TRF, e mandava que o juiz Moro e a Polícia Federal soltassem Lula
“imediatamente”. Por que? Os deputados petistas e seu desembargador disseram
que havia um “fato novo” ─ Lula quer ser candidato a presidente da República e
não pode fazer campanha se continuar preso. Como assim? Quer dizer que qualquer
brasileiro, entre os mais de 700.00 atualmente na prisão, tem direito de ser
solto para se candidatar a presidente? É muito louco. Naturalmente, essa ordem
não deu em nada, porque não podia ser cumprida. Como disse Moro na resposta à
intimação: soltar o condenado seria desrespeitar a ordem do próprio TRF-4 que
mandou prendê-lo e que está em pleno vigor. Logo em seguida, a autoridade
competente do tribunal mandou que a “SOLTURA” fosse ignorada. FIM
DO GOLPE.
Chama a atenção, no episódio todo, como um
plano tão idiota pode ir adiante. Ninguém, pelo jeito, disse em nenhum momento
que aquilo era uma alucinação ─ ao contrário, chegaram a organizar comemorações
antecipadas da “LIBERTAÇÃO”. O fato é que a tentativa foi realmente executada ─
e isso mostra o quanto Lula e seu sistema de apoio estão dispostos a fazer para
virar a mesa. O que poderia ser mais claro? O golpe do plantão de domingo
revela, com a clareza possível, que é isso que eles entendem por justiça. É
essa a única justiça que lhes interessa; é a que vão fazer se chegarem lá.
Afinal, se um dia chegarem, por que raios começariam a fazer o contrário do que
estão fazendo agora? A justiça do “Lula Livre” é a justiça da Venezuela ─
acaba-se com tudo e monta-se no lugar um Supremo com 11 FAVRETOS. Tem
sido essa, exatamente, a atuação do PT e da esquerda à sua volta desde que
começaram os processos de corrupção contra Lula: um vale-tudo para fraudar,
enganar, corromper e desprezar a ideia de justiça. Em nenhum momento mostraram
o menor interesse em se defender das acusações com base na lei, na razão e nas
provas. Desde o primeiro dia, todo o esforço foi espalhar que o ex-presidente
era a vítima de um “processo político” destinado a impedir que ele voltasse à
presidência do país e pudesse executar de novo as suas “políticas sociais’.
Transformaram o STF num picadeiro de circo, e criaram a situação absurda de
monopolizar em benefício de um único cidadão a maioria das atividades do
principal tribunal do país. ENTRARAM COM MAIS DE 70 RECURSOS DE TODO O
TIPO, GRANDE PARTE DELES CHICANA EM ESTADO PURO PARA PARALISAR, INTERROMPER E
TUMULTUAR OS PROCESSOS. Há mais de ano trabalham o tempo todo para
criar um estado permanente de BADERNA, com o objetivo de jogar a população
contra a Justiça brasileira. Vão continuar assim. Não enxergam outra saída.
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