Augusto
Nunes
Talvez pela
presença de dois brasileiros entre os sobreviventes dos atentados em Paris,
talvez porque mesmo um neurônio solitário desconfia que há limites até para o
horror, Dilma Rousseff não ousou recomendar ao governo francês que reagisse ao
massacre promovido pelo Estado Islâmico com um convite para uma rodada de
negociações diplomáticas. FOI O QUE SUGERIU A GOVERNANTE
DESGOVERNADA EM SETEMBRO DE 2014, QUANDO BAIXOU EM NOVA YORK PARA ENVERGONHAR
DE NOVO O BRASIL.
Neste
pavoroso 13 de novembro, Dilma tratou de dissimular a simpatia pela seita
extremista mais selvagem do planeta. “Consternada pela barbárie terrorista,
expresso meu repúdio à violência e manifesto minha solidariedade ao povo e ao
governo francês”, declarou pelo Twitter na sexta-feira. Não é lá grande
coisa — faltou, por exemplo, a indispensável menção ao Estado Islâmico, com
todas as vogais e consoantes. Mas a mensagem parece proclamação de estadista se
comparada ao que disse há pouco mais de um ano, na entrevista concedida antes
da discurseira na ONU.
Ao comentar
os ataques aéreos americanos a regiões da Síria subjugadas pelos DEGOLADORES COMPULSIVOS, a entrevistada reiterou a obediência
incondicional à política externa da canalhice. “O uso da força é incapaz de
eliminar as causas profundas dos conflitos”, começou o besteirol. “Lamento
enormemente isso. O Brasil sempre vai acreditar que a melhor forma é o diálogo,
o acordo e a intermediação da ONU”. Em seguida, revelou que no peito de uma
carrancuda sem remédio também bate um coração.
“Nos últimos
tempos, todos os últimos conflitos que se armaram tiveram uma consequência:
perda de vidas humanas dos dois lados”, recitou em dilmês castiço. Dilma chora
seletivamente. Ela só “LAMENTA ENORMEMENTE” a perda de
aliados no combate travado desde a juventude contra o Grande Satã ianque.
Jamais derramou uma única e escassa lágrima, por exemplo, PELA
DECAPITAÇÃO DE CIVIS EM RITUAIS GRAVADOS EM VÍDEOS DIFUNDIDOS PELA INTERNET.
Dilma nunca
emitiu sequer sinais de desconforto com o martírio interminável imposto pelo
Estado Islâmico aos nativos das terras conquistadas. Nunca se solidarizou com
os povos destroçados pela rotina da violência doentia. CHACINAS, ESTUPROS, TORTURAS, MUTILAÇÕES, A DESTRUIÇÃO DE MONUMENTOS
HISTÓRICOS, O DESTERRO DE MILHÕES DE FUGITIVOS, o calvário dos que ficaram para trás —
nada disso, como se viu na entrevista em Nova York, consegue perturbar o sono
da presidente.
O monumento à
cafajestagem erguido pelo poste que Lula fabricou foi implodido no mesmo dia
por uma nota divulgada pelo secretário-geral da ONU. Além de endossar
enfaticamente os bombardeios ordenados pela Casa Branca, Ban Ki-Moon pediu que
fossem intensificados. “ASSASSINOS SÓ ENTENDEM A LINGUAGEM
DA FORÇA”, concordou Barack Obama. Neste sábado, o
presidente François Hollande evocou a frase de Obama ao resumir o que houve em
Paris: “FOI UM ATO DE GUERRA”...
Um ato de
guerra. Ponto. E executado poucos meses depois da execução dos cartunistas do
Charlie Hebdo. Essa espécie de ferocidade insolente não permite aos afrontados
quaisquer recuos, hesitações, dubiedades e outras manifestações de covardia. OU AS GRANDES DEMOCRACIAS REMOVEM O TUMOR JIHADISTA OU O MUNDO
CIVILIZADO SERÁ DEVOLVIDO AO TEMPO DAS CAVERNAS. Já está claro
que bombardeios aéreos não bastarão para consumar-se a missão urgentíssima.
Só uma
portentosa e implacável ofensiva por terra garantirá a libertação dos
territórios ocupados e o extermínio da organização criminosa que faz o que nem
a Alemanha nazista ousou fazer. A aliança das potências ocidentais deve incluir
a Rússia, desafiada pela explosão de um avião de passageiros. Como ensinou o
primeiro-ministro inglês Winston Churchill nos anos 40, ao aceitar a parceria
com a União Soviética, é preciso identificar claramente o alvo principal e
enxergar o mais perigoso inimigo comum.
Governantes dessa
linhagem não erram a escolha ao chegarem à encruzilhada. ELES SABEM
QUANDO É PRECISO PRIMEIRO IR À GUERRA PARA QUE VENHA A PAZ VERDADEIRA. - A imagem e a manchete não fazem parte do texto original -