Por Altamir Pinheiro
Por obscuro dever da ordem natural da vida, Ivo Amaral, uma das mais ilustres figuras políticas do Agreste Meridional, deixou-nos, na passada quinta-feira, dia 17, tendo seguido para outra dimensão; porém, não o fez sem nos legar, para além da saudade, a imagem de homem probo, principalmente quando lidava com a coisa pública. Esse pacato e incomparável homem público, falando-se apenas do nosso quintal, foi um político raro, nascido lá pras bandas de Lajedo tinha um olhar reto e direto para o engrandecimento da cidade que o adotou e a governou com tanto prazer e zelo por quase uma década.
Como diz o ditado, a única certeza que podemos ter na vida é a morte. Complexa, a morte revolta e assusta ao mesmo tempo. A única certeza da vida, ela sempre traz tristeza quando chega. Mas é um dom de Deus, fazer o quê? Mesmo sabendo que um dia a vida acaba, a gente nunca está preparado para perder alguém. Quando, por motivos alheios à nossa vontade, nos desfazemos de um amigo, um conhecido ou um adorado homem público com o passar do tempo essa dor diminui, mas não some por completo.
Com boas e gratas exceções, a sociedade dos nossos dias perdeu completamente a referência do que realmente seja um homem na excelência da palavra. principalmente quando lida com a coisa pública. Ivo sempre foi um modelo de padrão positivo que veio a surgir primeiramente no seio familiar e nesse campo específico a conduta dele foi exemplar. Na verdadeira acepção da palavra ele foi uma REFERÊNCIA para todo aquele político que o procurava. Nesse 17 de novembro, o moralismo político de nossa região perdeu a sua maior e mais autêntica liderança, e a política do Garanhuns perdeu a sua maior referência.
Ivo Amaral, descanse em paz nessa outra vida, se no outro lado ela existir...