segunda-feira, 17 de novembro de 2014

PT VAI SER CASSADO E TEM QUE DEVOLVER 250 MILHÕES DE REAIS AOS COFRES PÚBLICOS. ISSO MESMO QUE VOCÊ LEU, R$ 250.000.000,00!!!


Quando aquela capa de VEJA veio a público, no dia 24 de outubro, não era só a confissão da roubalheira na Petrobras que chamava a atenção. Havia outra bomba: no âmbito da delação premiada, o doleiro Alberto Youssef se prontificara a ajudar a Polícia Federal a chegar a contas secretas que o PT manteria no exterior. Se a informação for confirmada, o partido pode ter seu registro cassado.
Youssef estaria mentindo? Então vamos ver. Dois executivos da Toyo Setal, que também fizeram delações premiadas — Augusto Mendonça Neto e Júlio Camargo —, confessaram ter pagado entre R$ 50 milhões e R$ 60 milhões de propina a Renato Duque, diretor de serviços da Petrobras e um dos homens do PT na empresa, e US$ 40 milhões a Fernando Soares — o correspondente a R$ 104 milhões — , que é 
apontado como o intermediário do PMDB. Vocês leram direito: dois executivos de uma empresa confirmam ter pagado só a dois diretores propinas que chegam, no mínimo, a R$ 154 milhões. Imaginem agora o tamanho do esquema, quantos eram os envolvidos e a que volume pode chegar a roubalheira.
Segundo Mendonça Neto e Camargo, o petista Renato Duque, em parceria com Pedro Barusco, gerente de serviços e seu braço direito, receberam R$ 6 milhões por obras na Revap (Refinaria Henrique Lage); R$ 3 milhões pelo gasoduto Cabriúna 2; R$ 2 milhões pelo Gasoduto Urucu, em Manaus, e R$ 32 milhões pela refinaria Presidente Getúlio Vargas, no Paraná. Atenção! Segundo a dupla, parte desse dinheiro foi paga no Brasil, em reais; parte foi depositada no exterior. A Polícia Federal conseguiu bloquear, vejam que mimo!, US$ 20 milhões numa conta que Barusco tem na Suíça. A engenharia, de fato, se tornou uma profissão muito lucrativa, né?
Mas isso é muito pouco. Esse tal Barusco, que não foi preso porque fez antes o acordo de delação, já aceitou devolver US$ 97 milhões — R$ 252 milhões. Entenderam o tamanho da coisa? O subordinado de Duque, seu estafeta, aceita devolver R$ 252 milhões!!! Um quarto de bilhão!
A Fernando Soares, que está foragido e apontado como homem do PMDB, os executivos da Toyo Setal dizem ter pagado o correspondente a US$ 40 milhões pela compra de duas sondas de perfuração. O método foi o mesmo: parte saiu em reais, parte foi depositada no exterior, em contas secretas. À Polícia Federal, forneceram números de contas bancárias e data dos depósitos. Os R$ 154 milhões, segundo contaram, foi a propina necessária para que a Toyo Setal fechasse nove contratos com a Petrobras.
Ao Fantástico, o advogado Mário de Oliveira Filho acusou a ilegalidade da decretação da prisão de Soares e disse que ele não vai se entregar. Segundo Oliveira, a defesa encaminhará um pedido de habeas corpus à Justiça para suspender a prisão. Afinal, diz ele, seu cliente nunca se negou a colaborar com a investigação.
Pois é… Por que, num processo de delação premiada, em que a inverdade não só impede qualquer benefício como agrava a pena, os dois mentiriam? Convenham: só a verdade poderá beneficiá-los. Eis aí o que se fez na Petrobras ao longo dos anos do mandarinato petista.
Por Reinaldo Azevedo



domingo, 16 de novembro de 2014

LULA, PAI DO MENSALÃO. DILMA, MÃE DO PETROLÃO...


















































LULA, PAI DO MENSALÃO. DILMA, MÃE DO PETROLÃO...

MANIFESTA«√O CONTRA DILMA ROUSSEFF

Com coro de fora PT e pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff, entre 5 e 6 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, se reuniram na tarde deste sábado, 15, em frente ao vão livre do Masp, em São Paulo. Para evitar o que chamaram de mal entendido, parte dos líderes da manifestação fez questão de ressaltar que não era a favor da intervenção militar.
Entre os manifestantes que ocupavam parte da Avenida Paulista estava o deputado estadual Eduardo Bolsonaro (PSC), que falou em dois dos cinco carros de som que estavam no local. Ele adotou um tom agregador: afirmou que o protesto é democrático e aceita todos os grupos, apesar de se dizer contra a intervenção militar.
Manifestantes que se encontrabam em um dos caminhões defendiam abertamente a volta de um regime militar. Questionado se estava armado neste protesto, a exemplo do ato realizado em 1º de novembro, Bolsonaro disse que dispensou a arma desta vez porque alguns amigos estavam responsáveis por sua segurança.
Além dos gritos contra o PT, os manifestantes rezaram o Pai Nosso. O padre do Rio de Janeiro Carlos de Aguiar, presente no evento, afirmou que o governo estava patrocinando a ditadura ‘gayzista’ no Brasil. “Respeitamos quem não acredita em Deus, mas temos valores cristãos”, disse.
O deputado estadual coronel Telhada (PSDB) também falou aos manifestantes, sob fortes aplausos. Ele gritou “basta à corrupção” e afirmou que “lugar de bandido é na cadeia e não governando”.
A polícia foi uma das protagonistas do evento. Líderes dos manifestantes pediram por várias vezes aplausos aos policiais, que garantiam um evento “ordeiro”. Cerca de 500 policiais militares acompanhavam a manifestação.(Blog do Cláudio Humberto).

A ESCANDALOSA ROUBALHEIRA DOS COFRES PÚBLICOS FOI TURBINADA POR LULA E SEUS SEQUAZES. O OBJETIVO DESSA ORGIA COM O DINHEIRO PÚBLICO É AO FINAL APLICAR O GOLPE COMUNISTA BOLIVARIANO.







O que falta dizer é que nesta reportagem da revista Veja, que transcrevo abaixo, o foco circunscreve-se somente ao roubo do dinheiro público. É claro que isso é crime terrível. Todavia o que deve ser acrescentado é o fato político, isto é, aquilo que vai além do enriquecimento ilícito desses ladrões, sejam eles empresários ou agentes públicos. Explico: O PT não é um partido democrático, mas sim um movimento comunista revolucionário. Para consecução do domínio absoluto do Estado o PT turbinou a corrupção para comprar o apoio irrestrito do Congresso Nacional. Vide o mensalão que não se esgotou com a prisão da quadrilha. E, para comprar esse apoio espúrio contou com os grandes empresários brasileiros fornecedores do governo, que sempre foram sabujos de qualquer governo, já que a eles interessa o lucro seja de onde vem pouco lhes interessando que com essa farra orgiástica com o dinheiro público estejam cavando a sepultura da democracia e da liberdade.
Explica-se também esse modus operandi desses empresários sabujos pelo fato de que lhes interessa um regime comunista bolivariano do tipo que vem sendo implementado na Venezuela. Os empresários chupins do erário são iguais aos seus homólogos boliburgueses venezuelanos que lambiam o rabo do defunto Hugo Chávez e hoje chupam os culhões de Nicolás Maduro. A esses crápulas traidores os comunistas acenam com um Estado do tipo chinês, onde a sociedade é dividida em suas classes: os bilionários e seus amigos da corriola comunista que domina o poder e, do outro, os pobres e miseráveis. A classe média verdadeira neste caso simplesmente desaparecerá e aí se tem o modelo cubano-venezuelano. Uma casta comunista no poder e seus áulicos, esses Odebrecht, Camargo Correa, Bradesco, Itaú e similares.
O que resumi nestas linhas é a mais absoluta verdade que a grande mídia, acumpliciada como esses vagabundos, continua escamoteando. Espero que a revista Veja, que é a única publicação que ainda não se ajoelhou ante Lula e seus sequazes, faça uma grande reportagem escancarando a verdade verdadeira, ou seja, o avanço do projeto de poder do Foro de São Paulo. Por que diabos os jornalistas dos grandes veículos de mídia se negam a fazer esta abordagem? 
E, para concluir, também cabe a pergunta: por que os jornalistas da grande imprensa nacional não tocam no caso da Smartmatic, empresa venezuelana contratada a peso de ouro pelo TSE, quando se sabe que sobre essa empresa pesam denúncias graves de fraudes eleitorais cometidas não só na Venezuela, se é que me entendem.
Transcrevo como segue a reportagem da Veja a respeito da roubalheira. Todavia insisto, esta matéria está pela metade. Falta contar a verdade dos fatos que acabei de apresentar neste preâmbulo. Está faltando contextualizar. E nada acrescenta ouvir sociólogos e acadêmicos correlatos. Constituem um bando de idiotas que quando não são completamente desinformados e burros são agentes do Foro de São Paulo. 
O escândalo de corrupção que levou à prisão de executivos de grandes construtoras e tornou mais evidente a estreita relação entre esse ramo empresarial e políticos de todos os partidos. Levantamento feito pelo site de VEJA mostra que as nove construtoras implicadas nessa etapa da Operação Lava Jato da Polícia Federal desembolsaram mais de 610 milhões de reais nas campanhas de 2010 e 2014. Foram 310, 6 milhões no pleito de quatro anos atrás e, de acordo com os dados preliminares do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 301,3 milhões neste ano – todas doações legais.
A lista das empresas é composta por Odebrecht, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Iesa, UCT, Andrade Gutierrez, OAS, Engevix e pela Galvão Engenharia. Historicamente, os empreiteiros mantêm uma proximidade com o poder – no plano federal e estadual, independentemente de partidos. Operações como a Lava Jato ajudam a explicar os motivos. No caso da Petrobras, contratos firmados com a estatal – que, por um decreto presidencial, não precisa respeitar a lei de licitações – eram superfaturados. Isso permitia que recursos desviados alimentavam uma engrenagem financeira do doleiro Alberto Yousseff, responsável por distribuir recursos para políticos. PT, PP e PMDB faziam o rateio da propina.

R$ 3 BI PARA OS AMIGOS DO LULA

As eleições são parte do calendário financeiro das grandes empreiteiras. Em um mercado com alto grau de competitividade, nenhum empresário aplica milhões de reais em um investimento se não tiver perspectiva de obter ganhos ainda maiores. E os números deixam claro que o apoio financeiro aos candidatos compensa: apenas em 2013, e levando em conta somente as obras contratadas pelo governo federal (o que exclui estatais como a Petrobras), essas nove empreiteiras receberam mais de 3 bilhões de reais de dinheiro público.
Especialmente em áreas mais técnicas e de maiores empreendimentos, é consenso que não bastam bons serviços e um custo adequado para firmar contratos com o governo: é preciso ter intermediários – que, por sua vez, não costumam agir por interesses republicanos. Apesar da infindável lista de escândalos envolvendo obras pública, os corruptores normalmente escapavam ilesos e aptos a firmar novos contratos milionários com o governo. Nesse sentido, a Lava Jato pode estabelecer um marco positivo ao levar acusados de corrupção para a cadeia.
Os custos eleitorais elevados e o papel do Estado como maior tocador de obras no país tornam possível o escambo promíscuo: as empresas dependem do governo para ter grandes lucros e os partidos não conseguem manter suas campanhas sem as vultosas doações empresariais.
O cientista político Rubens Figueiredo, da Universidade de São Paulo, diz que uma medida estrutural teria um efeito benéfico imediato: diminuir o poder dos governantes. "Os políticos brasileiros do alto escalão estão entre os mais poderosos do mundo. Somos a sétima economia do planeta, temos uma carga tributária de 38%, uma concentração fantástica de recursos no governo federal e um controle pequeno. Esse é ambiente que mais favorece esse tipo de prática de corrupção", analisa.

ROUBALHEIRA MONSTRUOSA

Para Figueiredo, a difusão de parcerias público-privadas (PPPs) ajudaria a combater a corrupção: "Seria uma medida espetacular para diminuir drasticamente a possibilidade de corrupção e os valores envolvidos. Porque o Estado seria quase uma agência reguladora dos investimentos privados", diz ele. Problema: Os políticos que têm poder para alterar esse sistema foram eleitos por ele. E abrir mão do próprio poder não é uma tarefa das mais fáceis para um governante.
O escândalo de corrupção que levou à prisão de executivos de grandes construtoras e tornou mais evidente a estreita relação entre esse ramo empresarial e políticos de todos os partidos. Levantamento feito pelo site de VEJA mostra que as nove construtoras implicadas nessa etapa da Operação Lava Jato da Polícia Federal desembolsaram mais de 610 milhões de reais nas campanhas de 2010 e 2014. Foram 310, 6 milhões no pleito de quatro anos atrás e, de acordo com os dados preliminares do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 301,3 milhões neste ano – todas doações legais.
A lista das empresas é composta por Odebrecht, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão, Iesa, UCT, Andrade Gutierrez, OAS, Engevix e pela Galvão Engenharia. Historicamente, os empreiteiros mantêm uma proximidade com o poder – no plano federal e estadual, independentemente de partidos. Operações como a Lava Jato ajudam a explicar os motivos. No caso da Petrobras, contratos firmados com a estatal – que, por um decreto presidencial, não precisa respeitar a lei de licitações – eram superfaturados. Isso permitia que recursos desviados alimentavam uma engrenagem financeira do doleiro Alberto Yousseff, responsável por distribuir recursos para políticos. PT, PP e PMDB faziam o rateio da propina.
As eleições são parte do calendário financeiro das grandes empreiteiras. Em um mercado com alto grau de competitividade, nenhum empresário aplica milhões de reais em um investimento se não tiver perspectiva de obter ganhos ainda maiores. E os números deixam claro que o apoio financeiro aos candidatos compensa: apenas em 2013, e levando em conta somente as obras contratadas pelo governo federal (o que exlui estatais como a Petrobras), essas nove empreiteiras receberam mais de 3 bilhões de reais de dinheiro público.
Especialmente em áreas mais técnicas e de maiores empreendimentos, é consenso que não bastam bons serviços e um custo adequado para firmar contratos com o governo: é preciso ter intermediários – que, por sua vez, não costumam agir por interesses republicanos. Apesar da infindável lista de escândalos envolvendo obras pública, os corruptores normalmente escapavam ilesos e aptos a firmar novos contratos milionários com o governo. Nesse sentido, a Lava Jato pode estabelecer um marco positivo ao levar acusados de corrupção para a cadeia.

GIGANTISMO ESTATAL

Os custos eleitorais elevados e o papel do Estado como maior tocador de obras no país tornam possível o escambo promíscuo: as empresas dependem do governo para ter grandes lucros e os partidos não conseguem manter suas campanhas sem as vultosas doações empresariais.
O cientista político Rubens Figueiredo, da Universidade de São Paulo, diz que uma medida estrutural teria um efeito benéfico imediato: diminuir o poder dos governantes. "Os políticos brasileiros do alto escalão estão entre os mais poderosos do mundo. Somos a sétima economia do planeta, temos uma carga tributária de 38%, uma concentração fantástica de recursos no governo federal e um controle pequeno. Esse é ambiente que mais favorece esse tipo de prática de corrupção", analisa.
Para Figueiredo, a difusão de parcerias público-privadas (PPPs) ajudaria a combater a corrupção: "Seria uma medida espetacular para diminuir drasticamente a possibilidade de corrupção e os valores envolvidos. Porque o Estado seria quase uma agência reguladora dos investimentos privados", diz ele. Problema: Os políticos que têm poder para alterar esse sistema foram eleitos por ele. E abrir mão do próprio poder não é uma tarefa das mais fáceis para um governanteDo site da revista veja

sábado, 15 de novembro de 2014

CUBA NÃO, NUNCA!!!


VAMOS "BUTAR" PRA "FUDER" NO PT!!!


RATOBRAS III


Aroeira
Diga-se pela enésima vez: o PT não inventou a corrupção. É claro que não! O que o partido fez foi transformá-la num sistema e alçá-la à categoria de uma ética de resistência. Nesse particular, sem dúvida, inovou. Se, antes, a roubalheira generalizada era atributo de larápios, de ladrões, de safados propriamente, ela se tornou, com a chegada dos companheiros ao poder, uma espécie de imperativo do “sistema”. Recorrer às práticas mais asquerosas, contra as quais o partido definiu o seu emblema na década de 80 — “Ética na política” —, passou a ser chamado de “pragmatismo”.
Observem que o partido não se tornou “pragmático” apenas nessas zonas em que a ação pública se transforma em questão de polícia. Também a sua política de alianças passou a ter um único critério de exclusão: “Está do nosso lado ou não?”. Se estiver, pouco importa a qualidade do aliado. Inimigos juramentados de antes passaram à condição de fieis aliados. O símbolo dessa postura, por óbvio, é José Sarney. No ano 2000, Lula demonizava Roseana nos palanques; em 2003, os petistas celebraram com a família uma aliança de ferro.
Os demônios que vão saindo das profundezas da Petrobras são estarrecedores. Não se trata, como todos podemos perceber, de desvios aqui e ali, como se fossem exceções a regras ancoradas no rigor técnico. Não! A corrupção era, tudo indica, sistêmica; não se tratava de um corpo estranho; era ela o organismo. E, convenham, parece que não havia valhacouto mais acolhedor e seguro do que a estatal. A Petrobras, com a devida vênia, nunca foi exatamente um exemplo de transparência, já antes de Roberto Campos ter-lhe pespegado a pecha de “Petrossauro”.
Em nome do nacionalismo mais tosco — antes, meio direitoso, com cheiro de complexo burocrático-militar; depois, com o viés esquerdoso, tão bocó como o outro, só que ainda mais falsificado —, há muitos anos a empresa se impõe ao país, não o contrário. Não foram poucas as vezes em que mais a Petrobras governou o Brasil do que o Brasil, a Petrobras. Com a chegada do PT ao poder, o que já era nefasto ganhou ares de desastre.
A empresa passou a ser o “bode exultório” — que é o oposto do “bode expiatório” — da esquerdofrenia petista. E porque o partido é esquerdofrênico? Porque o estatismo advogado pelos “companheiros” só pode ser exercido, como é óbvio, com o concurso do capital privado, com o auxílio de alguns potentados da economia, com o amparo de quem reúne a expertise para tocar a infraestrutura. E o resultado é o que se tem aí.
Não vou livrar a cara das empreiteiras, não. Quem não quer não corrompe nem se corrompe. Mas não dá para esquecer o depoimento de Alberto Youssef ao juiz Sérgio Moro, em que sobressaem duas informações importantes:1) o doleiro afirmou que era pegar ou largar; ou as empreiteiras aceitavam pagar o preço — ou melhor, incluir a propina no preço —, ou estavam fora do jogo; e boa parte preferiu jogar;2) indagado por Moro se as empreiteiras costumavam cumprir a sua parte no acordo, Youssef disse que sim. E explicou os motivos: ela tinham muitos interesses em outras áreas do governo, não apenas na Petrobras. Afinal, também constroem hidrelétricas, estradas, infraestrutura de telecomunicações etc.
Assim, duas conclusões se fazem inevitáveis:1) as empreiteiras, tudo indica, atuaram como corruptoras, sim, mas é razoável supor que falavam a linguagem que o outro lado queria ouvir;2) não há por que o padrão de governança das demais estatais e órgãos públicos federais ser diferente. Como já afirmei neste blog muitas vezes, estamos diante de um método, não de um surto ou de um lapso da razão.

GOVERNO EM PARAFUSO 

Já está mais do que evidente, a esta altura, que Lula e Dilma foram suficientemente advertidos para parte ao menos dos descalabros. Os que se lançaram a tal empreitada, talvez ingenuamente, imaginavam que a dupla não sabia de nada. A questão, meus caros, desde  sempre, é outra: havia como não saber? Tendo a achar que não. O TCU alerta, por exemplo, para os desvios da refinaria de Abreu e Lima desde 2008.
Recorram aos arquivos. A partir de 2010, o então presidente Lula começou a atacar os órgãos de fiscalização e controle, muito especialmente o TCU. No dia 12 de março daquele ano, foi ao Paraná inaugurar a primeira etapa das obras de modernização e ampliação Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, na região metropolitana de Curitiba. O Tribunal de Contas havia recomendado a suspensão de verbas para a Repar justamente por suspeita de fraude e superfaturamento. Lula não deu pelota e ainda atacou o TCU. Leiam:“Sou favorável a toda e qualquer fiscalização que façam, até 24 horas, via satélite. Acontece que as coisas são complicadas. Muitas vezes, as pessoas levantam suspeitas de uma obra, paralisam a obra e, só depois da obra paralisada, chegam à conclusão de que está correta. Quem paga o prejuízo da obra paralisada? Não aparece. O povo brasileiro paga porque não tem obra”.
Pois é… Vejam quanto “o povo brasileiro” está pagando pelo método Lula de fazer política.
O terremoto que está em curso abalou as empreiteiras, aquelas que ou pagavam a propina ou ficavam fora do negócio.. Pesos pesados do setor estão na cadeia, alguns em prisão preventiva, e outros, em prisão provisória. Mas estamos bem longe do topo na escala. Estima-se que o esquema possa enredar nada menos de 70 políticos, muitos deles com mandato. A delação premiada pode devastar parte considerável da classe política brasileira. E, aí sim, talvez saibamos o que é a terra a tremer.
E a gente se espanta ao constatar que o segundo mandato de Dilma ainda não começou. Talvez só em janeiro muita gente se dê conta de que pode haver mais quatro anos de mais do mesmo, só que num cenário à beira do abismo.
Policiais Federais chamaram esta sexta de “Dia do Juízo Final”, que é apenas uma passagem do Apocalipse!
Por Reinaldo Azevedo

REPORTAGEM-BOMBA DA REVISTA REVELA TUDO SOBRE A PRISÃO DOS BILIONÁRIOS DO PETROLÃO QUE ROUBAVAM A PETROBRAS COM A COMPLACÊNCIA DE LULA E DILMA, SEGUNDO ACUSAÇÃO DO DOLEIRO YOUSSEF.


AQUI UM RESUMO DA REPORTAGEM-BOMBA DA REVISTA VEJA
Em um país de instituições mais frágeis, a prisão por suspeita de corrupção de altos executivos das maio­­res empresas nacionais não se efetivaria nunca ou produziria uma crise institucional profunda. Antes, portanto, de entrarmos nos detalhes dessa pescaria da Polícia Federal em águas sujas da elite empresarial, celebremos a maturidade institucional do Brasil — a mesma que foi posta à prova e passou com louvor quando o Supremo Tribunal Federal (STF) mandou para a penitenciária a cúpula do partido no poder responsável pelo escândalo do mensalão.
O 'CAPO', AMIGÃO DO LULA.
CHEFE – Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC, nesta sexta-feira: o "capo" do cartel da Petrobras gostava de repetir que tinha um único amigo no governo – "o Lula"
Esse senhor pesadão, bem vestido, puxando uma maleta com algumas mudas de roupa e itens de higiene pessoal, não está se dirigindo a um hangar de jatos executivos para mais uma viagem de negócios. Ele está sendo conduzido por policiais para uma temporada na cadeia. A foto ao lado mostra o engenheiro Ricardo Pessoa, dono da empreiteira UTC, apontado por investigações da Operação Lava-Jato como o “chefe do clube”. Um clube muito exclusivo, diga-se. Dele só podiam fazer parte grandes empresas que aceitassem as regras do jogo de corrupção na Petrobras. Por mais de uma década, os membros desse clube se associaram secretamente a diretores da estatal e a políticos da base aliada do governo para operar um dos maiores esquemas de corrupção já desvendados no Brasil — e, por sua duração, volume de dinheiro e penetração na mais alta hierarquia política do país, talvez um dos maiores do mundo.
Dono de uma holding que controla investimentos bilionários nas áreas industrial, imobiliária, de infraestrutura e de óleo e gás, Pessoa foi trancafiado numa cela da carceragem da Polícia Federal. Ele e outros representantes de grandes empreiteiras que se juntaram para saquear a maior estatal brasileira e, com o dinheiro, sustentar uma milionária rede de propinas que abasteceu a campanha de deputados, senadores e governadores — e, mais grave ainda, segundo declaração do doleiro Alberto Youssef à Justiça, tudo isso teria se passado sob o olhar complacente do ex-presidente Lula e de sua sucessora reeleita, Dilma Rousseff.

Na ação policial de sexta-feira foram presos dirigentes de empresas que formam entre as maiores e politicamente mais influentes do Brasil: OAS, Camargo Corrêa, Mendes Júnior, Queiroz Galvão, UTC, Engevix, Iesa e Galvão Engenharia. Essas companhias são responsáveis por quase todas as grandes obras do país. Os policiais federais vasculharam as salas das empresas ocupadas pelos suspeitos presos e também suas casas. Embora tendo executivos seus citados por Youssef e Paulo Roberto Costa, o e­­x-diretor da Petrobras preso em março, que está contribuindo nas investigações, não foram alvos das investidas policiais da sexta-feira passada dirigentes de outros dois gigantes do ramo: a Odebrecht e a Andrade Gutierrez. O juiz Sergio Moro recebeu pedido dos procuradores para emitir ordem de prisão contra dois altos executivos da Odebrecht. Negou os dois, mas autorizou uma incursão na sede da empresa em busca de provas.
O ELO – Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, que cobrava 3% de propina para o PT: preso depois que a Polícia Federal descobriu que ele tinha contas secretas no exterior
“Hoje é um dia republicano. Não há rosto e bolso na República”, declarou o procurador Carlos Fernando Lima, integrante da força-tarefa encarregada da Lava-Jato, a origem da investigação.
No rol dos empreiteiros caçados pela polícia estavam megaempresários, como Sérgio Mendes, da Mendes Júnior, João Auler e Eduardo Hermelino Leite, da Camargo Corrêa, Ildefonso Colares Filho e Othon Zanoide, da Queiroz Galvão, Léo Pinheiro, da OAS, e Gerson Almada, da Engevix. Uma parte dos alvos não havia sido localizada pela polícia até o fim da tarde de sexta. Alguns estavam em viagem no exterior e foram incluídos na lista de procurados da Interpol. O juiz Moro bloqueou 720 milhões de reais em bens dos investigados.
O papel central de Ricardo Pessoa, da UTC, no esquema foi detectado logo no princípio das investigações. Não demorou muito para que os policiais e procuradores não tivessem mais dúvida. Aos curiosos com sua prosperidade crescente nos últimos anos, Ricardo Pessoa dava uma explicação que, até o estouro do escândalo, parecia apenas garganta: “Só tenho um amigo no governo: o Lula”. Pessoa coordenava o cartel, do qual participavam treze empreiteiras. Esse grupo de privilegiados se encontrava para decidir o preço das obras na Petrobras, dividir as responsabilidades pela execução de cada uma delas — e, o principal, o valor da propina que deveria sobrar para abastecer os escalões políticos. Tecnicamente, esse era o grupo dos corruptores. Os diretores da Petrobras participantes do esquema eram os corruptos. De cada contrato firmado com a Petrobras, os empresários recolhiam 3% do valor, que se destinava a um caixa clandestino. O pagamento era feito de diversas maneiras: em dinheiro vivo e em depósitos no exterior ou no Brasil mesmo, em operações maquiadas como prestação de serviços, principalmente de consultoria — um termo vazio de significado, mas que transmite um certo ar de austeridade e necessidade.
As empreiteiras do esquema firmavam contratos de consultoria com empresas de fachada que embolsavam o dinheiro e davam notas fiscais para “limpar” as operações, que pareciam protegidas por uma inexpugnável confraria de amigos posicionados nos lugares certos em Brasília e na Petrobras. Os recursos desviados abasteciam o PT, o PMDB e o PP, os três principais partidos da base de apoio do governo federal. A investigação mapeou o caminho da propina paga por várias das integrantes do clube. Entre 2005 e 2014, o grupo OAS, por exemplo, repassou pelo menos 17 milhões em propinas apenas por meio do doleiro Alberto Youssef.
Além dos empreiteiros e de seus principais executivos, também foi preso o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, apontado como o homem que, no fatiamento da propina, cuidava da parte que cabia ao PT. Esse elo que a polícia começa a fechar entre o diretor corrupto e a empresa corruptora tem atormentado deputados, senadores petistas e altos dirigentes do governo. Funcionário de carreira, Duque entrou na Petrobras em 1978 — um ano depois de Paulo Roberto Costa — por concurso. Galgou alguns postos ao longo de sua trajetória, mas sua nomeação como diretor, em 2003, surpreendeu a todos. Duque era, então, chefe de setor, alguns níveis hierárquicos abaixo da diretoria. Nunca antes na história da Petrobras um chefe de setor havia ascendido sem escalas à cúpula. A explicação logo se tornou pública. Duque era o escolhido de José Dirceu, com quem tinha um relacionamento antigo. Discreto e de temperamento afável, Duque procurava não ostentar. Entre 2003 e 2012, ele reinou absoluto na diretoria de Serviços. Paulo Roberto Costa revelou à Justiça que, por lá, 3% do valor dos contratos era repassado exclusivamente ao PT.
EXPLOSÃO – Fernando Baiano: o lobista, que está foragido, ameaça contar o que sabe e elaborou uma lista com beneficiários de propina ligados ao PMDB
A polícia já descobriu onde estão as contas bancárias que receberam parte desses recursos. Elas foram identificadas por Julio Camargo, dirigente da Toyo, outra empreiteira envolvida no escândalo, que também fez acordo com a Justiça para contar o que sabe. E ele sabe muito, principalmente sobre a distribuição de dinheiro ao partido que está no governo há doze anos e a alguns de seus altos dirigentes. Foi com base no depoimento de Julio que a polícia decidiu pedir a prisão temporária de Duque e colocar outro funcionário da Petrobras no radar: Pedro José Barusco, que atuou como gerente de engenharia. Barusco só não foi preso porque propôs um acordo de delação premiada. Os policiais também chegaram a uma personagem que leva o escândalo ao coração do PT: Marice Correa de Lima, cunhada de João Vaccari, tesoureiro do partido, outro investigado. Marice lidava com o que o doleiro Youssef chama de “reais vivos”. 

Em dezembro do ano passado, a cunhada do tesoureiro do PT recebeu no apartamento onde mora, em São Paulo, 110 000 reais. Origem das cédulas: a construtora OAS. Marice é também mais um elo a ligar o petrolão ao mensalão. 

A petista apareceu nas investigações do grande escândalo do governo Lula como encarregada de pagamentos. Outro alvo da operação de sextafeira, o lobista Fernando Soares, o Baiano, é apontado como o arrecadador do PMDB na Petrobras. Baiano estava foragido. Sua prisão vai ajudar a esclarecer outras frentes de corrupção na estatal — entre elas, a rede de propinodutos instalada no negócio da compra da refinaria de Pasadena, no Texas. E os resultados da Operação Lava-Jato estão apenas começando a aparecer. (Toda esta roubalheira e essa safadeza do PT eu vi lá no Blog do Aluízio Amorim).

RATOBRAS II

Aroeira



Augusto Nunes



ELES SABIAM DE TUDO, revelou VEJA na capa da edição distribuída em 24 de outubro, dois dias antes da eleição presidencial. Os dois rostos que compunham a ilustração deixavam claro que “eles” eram Lula e Dilma Rousseff. “Tudo” abrangia o aluvião de maracutaias protagonizadas por um bando de corruptos que, protegido pelo governo ao qual servia, reduziu a Petrobras a uma usina de negociatas bilionárias.
Na mesma sexta-feira, a candidata a um segundo mandato usou seis minutos do último dia da propaganda na TV para enfileirar falácias, pretextos e desculpas que, somadas, davam zero. Durante o palavrório, ameaçou o mensageiro da má notícia com uma ação judicial que jaz no mausoléu das bravatas eleitoreiras.
O fabricante do poste que desgoverna o país esperou alguns dias para jurar que VEJA é um partido político que sonha obsessivamente com o extermínio do PT. O que parece coisa de ombudsman de hospício é só a mais recente invenção do vigarista decadente: o conto da capa golpista. Um grupo de devotos da seita liberticida nem aguardou que fosse criado para desempenhar o papel de otário. Já no dia 24, pichadores companheiros exercitaram a vocação para o vandalismo nas imediações da sede da Editora Abril.
“Lula e Dilma sempre souberam”, ratificou nesta sexta-feira o editorial do Estadão. Exemplares do jornal começavam a chegar aos assinantes quando também começou a ofensiva da Polícia Federal que resultou na captura de outra leva de saqueadores da Petrobras. Desta vez, como se verá no próximo post, juntaram-se à população carcerária figurões de empreiteiras corruptoras, além de outro ex-diretor da estatal apadrinhado por José Dirceu.
O editorial sobre o maior escândalo político-policial ocorrido desde a chegada das caravelas não surpreendeu os leitores de VEJA, que acompanham desde março a cobertura da espantosa procissão de abjeções descobertas pela Operação Lava-Jato. As revelações vêm acelerando perigosamente os batimentos do coração do poder. O fechamento do cerco aos quadrilheiros do Petrolão vai chegando aos chefões. O enfarte parece questão de tempo.
“Em janeiro de 2010, quando ocupava a Presidência da República e Dilma Rousseff era ministra-chefe da Casa Civil, Lula vetou os dispositivos da lei orçamentária aprovada pelo Congresso que bloqueavam o pagamento de despesas de contratos da Petrobrás consideradas superfaturadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Lula sabia exatamente o que estava fazendo, tanto que se empenhou em justificar longamente sua decisão, na mensagem de veto encaminhada ao Congresso. E é impossível que Dilma Rousseff ignorasse o assunto, pois o veto foi encaminhado ao Congresso pela Mensagem n.º 41, de 26/1/2010, da Casa Civil.
Até um cego enxerga que os governos petistas permitiram, quando não estimularam, as irregularidades na Petrobrás. E agora está claro e confirmado que Lula e Dilma não desconheciam o assalto à maior empresa brasileira. Tudo está registrado no Diário Oficial da União.
As evidências são abundantes, resultado do trabalho do TCU, da Controladoria-Geral da União (CGU), da Polícia Federal (PF) e também do Congresso Nacional. E agora a empresa holandesa SBM Offshore, fornecedora da Petrobrás, faz um acordo com o Ministério Público de seu país pelo qual pagará US$ 240 milhões em multas e ressarcimentos para evitar processo judicial por corrupção por ter feito “pagamentos indevidos” para obter contratos no Brasil, na Guiné Equatorial e em Angola. Os pagamentos incluem US$ 139 milhões relativos a contratos com a estatal brasileira. No Brasil, o assunto já é objeto de investigação pela CGU.
Sempre que é questionada sobre os sucessivos escândalos envolvendo a Petrobrás, Dilma alega que os “malfeitos” aparecem porque ela própria “manda investigar”, como se o TCU, a CGU e a PF dependessem de ordem direta da Presidência da República para cumprir suas obrigações constitucionais. Ao contrário de “mandar” investigar, o governo tem feito o contrário, tentando, por exemplo, esvaziar o trabalho das duas comissões de inquérito do Congresso ou vetando medidas profiláticas como as sugeridas pelo TCU.
O vínculo do PT com a corrupção na gestão da coisa pública não se explica apenas pela vocação de notórios larápios, mas principalmente pela marota convicção de que, num ambiente dominado pelos famosos “300 picaretas”, é indispensável dispor sempre de “algum” para ajeitar as coisas. Em outras palavras: a governabilidade exige engrenagens bem azeitadas.
Pois foi exatamente com esse espírito que Lula, com o óbvio conhecimento de Dilma, ignorou solenemente o acórdão do TCU que apontava graves irregularidades em obras da Petrobrás e vetou os dispositivos da lei orçamentária que, acatando a recomendação do Tribunal de Contas, impediam os repasses considerados superfaturados. Só com isso, Lula permitiu a liberação de R$ 13,1 bilhões para quatro obras da Petrobrás, dos quais R$ 6,1 bilhões eram destinados à construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
Ao vetar, “por contrariedade ao interesse público”, os dispositivos da lei de meios que coibiam a bandalheira, Lula argumentou que a aceitação das recomendações do TCU sobre as quatro obras implicaria “a paralisação delas, com prejuízo imediato de aproximadamente 25 mil empregos e custos mensais da ordem de R$ 268 milhões, além de outros decorrentes da desmobilização e da degradação de trabalhos já realizados”. Ou seja, a corrupção embutida nos contratos da Petrobrás, comprovada pelo TCU, seria um mal menor. Perfeitamente aceitável para quem acredita e apregoa que “excessos de moralismo” são coisas de “udenistas” e “burgueses reacionários”.
Mesmo se admitindo – só para argumentar e na mais indulgente das hipóteses – que o veto de Lula, afinal, tenha beneficiado o interesse público, é o caso de perguntar: o que foi feito, daí para a frente, para coibir os notórios “malfeitos” na Petrobrás? Os operadores da bandalheira permaneceram rigorosamente intocados, enriquecendo e distribuindo o dinheiro da Petrobrás para políticos amigos até o fim do mandato de Lula.
Depois de assumir o governo, Dilma jamais deu importância ao assunto publicamente, limitando-se a garantir que “mandou apurar” tudo”. (A manchete e a imagem não fazem parte do texto original).

RATOBRAS...


Aroeira



Josias de Souza
A política brasileira caminhava em direção a um metafórico fundo do poço há muitos anos. Até aqui, tinha-se uma vaga visão do que seria uma cleptocracia perfeita. Imaginava-se que o fundo do poço fosse parecido com o inferno. Um lugar que todos sabiam insuportável. Mas que ninguém desejava conhecer para saber, em detalhes, como funciona. As pessoas se apegavam ao fato de que o Brasil já havia roçado o fundo do poço várias vezes. E nem por isso o brasileiro deixara de tomar o seu café com leite, pagar o seu crediário e assistir à novela das nove.
Pois bem. De tanto adiar, brasileiramente, seu encontro com o impensável, o Brasil ultrapassou o fundo do poço sem perceber. A prospecção da roubalheira nas profundezas da Petrobras levou as sondas da Procuradoria da República e da PF até a camada espessa de lama que se formou numa espécie de pré-sal da corrupção. Fica abaixo do inferno. Nesta sexta-feira, dia 14 de novembro de 2014, ao prender prepostos, operadores e financiadores de políticos, varejando-lhes residências e escritórios, a PF deflagrou uma incursão do Brasil pelo insondável.
A perversão brasileira mudou de patamar. Tudo o que veio antes parece nada perto do muito que está por vir. O brasileiro já havia se acostumado com os escândalos. Quando se imaginava que o lodo terminal e irremediável fora tocado, um novo escândalo tomava o noticiário de assalto para informar à nação que o percurso rumo às profundezas ainda teria novas escalas.
Ao fundo do poço da fisiologia à Sarney sobreveio o fundo do poço da dupla Collor-PC, que foi seguido pelo fundo do poço dos anões do orçamento, que foi anulado pelo fundo do poço das privatizações trançadas “no limite da irresponsabilidade”, ofuscado pelo fundo do poço da violação do painel do Senado, suplantado pelo fundo do poço do mensalão do PT, atenuado pelo fundo do poço dos mensalões do PSDB mineiro e do DEM brasiliense, derrotado pelo fundo do poço da quebra do sigilo do caseiro, sobrepujado pelo fundo do poço do dossiê dos aloprados petistas, ultrapassado pelo fundo do poço do lobista de empreiteira bancando as despesas do presidente do Senado, humilhado pelo fundo do poço do bicheiro Cachoeira…
A cada novo fundo do poço, ouviam-se as vozes do “corte na própria carne”, do “doa a quem doer”. A cada nova onda de lama, afirmava-se que, dessa vez, a apuração seria levada às “últimas consequências”. A abertura de uma ala mensaleira na Papuda estimulara a esperança de que o Brasil tomaria o caminho de volta, rumo à borda do poço. Tolice. A primeira vítima da petrorroubalheira foi a metáfora do fundo do poço. Já não há um poço. Pior: roubaram o fundo.
Logo, logo irão às manchetes os nomes dos políticos que provaram do óleo queimado da Petrobras. E Dilma Rousseff, ex-ministra de Minas e Energia, ex-mãezona da Casa Civil, ex-presidente do Conselho de Administração da Petrobras e presidente reeleita da República virá à boca do palco para repetir Lula mais uma vez: “Eu não sabia”. Nessa hora, o brasileiro talvez se dê conta de que não é um espectador inocente das crises em série que condenam a nação a esse abismo eterno.