DELATOR
DIZ QUE AJUDOU ADVOGADO DE LULA A OCULTAR QUE ODEBRECHT EXECUTOU REFORMA DE SÍTIO
EM ATIBAIA E DIZ TAMBÉM QUE
COMPROU COFRE PARA GUARDAR DINHEIRO DA OBRA NA PROPRIEDADE FREQUENTADA PELA FAMÍLIA
DE LULA; INSTITUTO LULA AFIRMOU QUE "O SÍTIO NÃO É DE PROPRIEDADE DO EX-PRESIDENTE".
Responsável
pela obra do sítio de Atibaia (SP) frequentado pela família do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, o engenheiro civil Emyr Costa contou à Procuradoria
Geral da República (PGR) que ajudou a elaborar um contrato falso para esconder
que a Odebrecht havia executado a reforma da propriedade rural. Costa relatou
ainda que comprou um cofre para guardar R$ 500 mil repassados, em espécie, pela
empreiteira para executar a obra.
O sítio está registrado em nome dos empresários Jonas
Suassuna e Fernando Bittar, sócios do filho do ex-presidente, Fábio Luis Lula
da Silva. No entanto, os investigadores da Lava Jato dizem que há indícios de
que a propriedade pertenceria ao ex-presidente da República e de que a escritura
apenas oculta o nome do verdadeiro dono. Em janeiro, a Polícia Federal pediu ao
Ministério Público Federal para prorrogar o prazo de encerramento do
inquérito que
investiga o caso. O Instituto Lula afirmou que "o sítio não é de
propriedade do ex-presidente". "SEUS DONOS JÁ PROVARAM TANTO A PROPRIEDADE QUANTO
A ORIGEM LÍCITA DOS RECURSOS QUE UTILIZARAM NA COMPRA DO SÍTIO", diz a nota.
Segundo
Costa – que atuava como engenheiro da Odebrecht Ambiental –, ele usou o
dinheiro para pagar, semanalmente, a equipe de engenheiros e operários e os
materiais de construção da reforma do sítio. Emyr Costa contou detalhes da obra
em depoimento de delação premiada com o Ministério Público. Ele é um dos 78
executivos e ex-dirigentes da empreiteira que fizeram acordo com a PGR para
relatar irregularidades cometidas pela construtora em troca de eventual redução
de pena. Em um
dos trechos do depoimento de 32 minutos à PGR, O
ENGENHEIRO EXPLICOU AOS PROCURADORES COMO AUXILIOU O ADVOGADO ROBERTO TEIXEIRA
– AMIGO DO EX-PRESIDENTE – E O EX-DIRIGENTE DA ODEBRECHT ALEXANDRINO ALENCAR A
REDIGIR UM CONTRATO FALSO PARA MAQUIAR O ENVOLVIMENTO DA CONSTRUTORA NA REFORMA
DO SÍTIO. Conforme o delator, na reunião com
Teixeira e Alexandrino, ele informou que as despesas da obra seriam pagas em
dinheiro vivo e que seria subcontratada uma empreiteira menor para executar o
serviço.
Em
meio à conversa, destacou Costa, Roberto Teixeira sugeriu que o engenheiro
procurasse o empreiteiro para elaborar um contrato de prestação de serviços em
nome do proprietário que aparece na escritura do imóvel, FERNANDO BITTAR. Diante
da proposta do advogado, contou o delator, ele próprio sugeriu que fosse
colocado no contrato um valor inferior aos R$ 700 mil que foram gastos na obra.
Emyr Costa explicou que decidiram definir que a reforma havia custado R$ 150
mil para que ficasse compatível com a renda de Bittar. "EU FUI LÁ PARA QUE NÃO APARECESSE QUE
FOI FEITO PELA ODEBRECHT EM BENEFÍCIO DE LULA. VAI LÁ E FAZ UM CONTRATO ENTRE
BITTAR E CARLOS RODRIGO DO BRATO, QUE TEM UMA CONSTRUTORA E, NESSE MESMO
OBJETO, EU DECLAREI: SAUNA, COLOCA UM VALOR ATÉ MAIS BAIXO PARA SER COMPATÍVEL
COM A RENDA DO BITTAR", observou Costa. "A
GENTE COLOCOU MAIS BAIXO QUE OS 700 MIL [REAIS]. COLOCAMOS 150 MIL E EU FIZ O
CONTRATO PESSOALMENTE, MARQUEI UMA REUNIÃO, LEVEI O CONTRATO, PEDI PARA ELE
ASSINAR E EMITIR UMA NOTA NO VALOR DO CONTRATO. ELE ME DEVOLVEU E EU E EU
VOLTEI UM DIA ANTES PARA O SENHOR ROBERTO TEIXEIRA EU FUI SOZINHO E ME
REGISTREI NOVAMENTE NA PORTARIA", complementou.
COFRE
Emyr Costa afirmou que foi destacado para coordenar a obra do sítio no
final de 2010 em uma conversa com o executivo Carlos Paschoal, responsável
pelas operações da Odebrecht em São Paulo. Segundo o engenheiro, à época ele
comandava os projetos de saneamento da construtora entre São Paulo e São
Caetano do Sul, município do Grande ABC. Ele explicou à PGR que a Odebrecht
entregou a ele R$ 500 MIL EM ESPÉCIE PARA QUE ELE ADMINISTRASSE A REFORMA DO
SÍTIO. O delator disse aos procuradores que nunca tinha visto tanto dinheiro
vivo. A cifra elevada fez com que ele decidisse COMPRAR UM
COFRE PARA GUARDAR O DINHEIRO. Costa destacou que, todas as
semanas, SACAVA R$ 100 MIL DO COFRE para entregar à empresa subcontratada para fazer a reforma.
“EU PEGUEI TODA INFORMAÇÃO E MOSTREI PARA CARLOS PASCHOAL E DISSE QUE
ERA NECESSÁRIO 500 MIL [REAIS]. ELE ME AUTORIZOU A COMEÇAR O TRABALHO E DISSE
QUE IA ENTREGAR O DINHEIRO ATRAVÉS DESSA EQUIPE DE OPERAÇÕES ESTRUTURADAS. ELE
PEDIU PARA LIGAR PARA A SENHORA MARIA LÚCIA SOARES. EU NUNCA TINHA FEITO UMA
OBRA DESSA NATUREZA E COMPREI UM COFRE. SEMANALMENTE, EU ENTREGAVA R$ 100 MIL.
EU RECEBI ESSE DINHEIRO EM ESPÉCIE”, contou o delator.
"[Paschoal] me disse que era para eu destacar um engenheiro de
confiança para mandar até o apartamento do Lula e fosse até o sitio de Atibaia
fazer umas reformas. Essa reunião foi na construtora", disse Emyr Costa
aos procuradores, ressaltando que ouviu de seu chefe que a propriedade também
era utilizada por Lula.
REFORMA
O engenheiro contou no depoimento que a reforma do sítio de Atibaia
incluiu a construção de uma CASA PARA OS SEGURANÇAS da Presidência da República que atuavam na equipe de Lula, SUÍTES NA CASA PRINCIPAL, DUAS ÁREAS DE
DEPÓSITOS PARA ADEGA e QUARTO DE
EMPREGADA, SAUNA, CONSERTO DE
VAZAMENTO DA PISCINA e CONCLUSÃO DE UM
CAMPO DE FUTEBOL.
Dono da Odebrecht, o empresário Emilio Odebrecht afirmou em depoimento,
no acordo de delação premiada, que A REFORMA DO SÍTIO DE ATIBAIA CUSTOU
À CONSTRUTORA CERCA DE R$ 700 MIL. Emílio
afirmou, ainda, que a propriedade sempre foi tratada dentro da empresa como se
pertencesse ao ex-presidente da República. Segundo o empresário, FOI A EX-PRIMEIRA-DAMA MARISA LETÍCIA QUEM PEDIU AJUDA PARA CONCLUIR AS
OBRAS, que já estavam em andamento no
sítio. O pedido, relata Emílio, foi feito em 2010, no último ano do segundo
mandato de Lula na Presidência da República.
No ano passado, o instituto já havia se pronunciado sobre o sítio,
afirmando que o ex-presidente frequenta o local desde que encerrou o mandato
(em 2011); que o sítio pertence a "AMIGOS DA FAMÍLIA"; e que "A
TENTATIVA DE ASSOCIÁ-LO A SUPOSTOS ATOS ILÍCITOS TEM O OBJETIVO MAL DISFARÇADO
DE MACULAR A IMAGEM DO EX-PRESIDENTE". - Fonte: G1 -
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