sexta-feira, 28 de junho de 2019

O CRIME DO JUIZ SÉRGIO MORO FOI OUSAR EM COMBATER BANDIDOS DA LAIA DO LULA, GEDDEL, CUNHA, ZÉ DIRCEU...


Plácido Fernandes
No Brasil, trava-se claramente uma guerra jurídica de grandes proporções. De um lado, juízes que parecem determinados a punir bandidos do colarinho-branco, definidos como criminosos que, supostamente, não usam da violência nem põem vidas em risco ao cometer delitos, como afanar dinheiro dos cofres públicos.

Do outro, magistrados que, aparentemente, parecem se agarrar a quaisquer resquícios de legalismo, como privilégios e isenções instituídos no ordenamento jurídico, para favorecer esse tipo de fora da lei, geralmente poderoso, endinheirado e defendido por caríssimos escritórios de advocacia.

LAVA JATO – No país, atualmente, o confronto da vez tem como alvo o ministro da Justiça, Sérgio Moro, que se tornou símbolo da Lava-Jato, a implacável força-tarefa de combate à corrupção, que acabou com a impunidade de bandidos de colarinho-branco no país.

A partir da divulgação de mensagens hackeadas de Moro com integrantes da Lava-Jato — em alguns casos com diálogos editados e tirados de contexto —, tenta-se anular os processos e pôr em liberdade condenados, mesmo com provas apreciadas, validadas e sentenças ratificadas em até três instâncias da Justiça brasileira. É como se quisessem mostrar ao então “juizeco” de Curitiba que “NÃO SE BRINCA” com certos bandidos.

Moro ainda será o alvo principal em, pelo menos, mais duas ocasiões. Uma na Câmara dos Deputados. Outra a mais decisiva: quando a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal voltar a julgar habeas corpus no qual a defesa de Lula pede que seja declarada a suspeição do ex-juiz no caso do triplex.

SEM PROVAS – Não há, até aqui, nas conversas vazadas, nada que desabone a conduta de Moro a ponto de levar a uma anulação do processo. Ainda mais porque as mensagens hackeadas teriam sido obtidas de forma ilegal e porque o próprio Moro não reconhece a autenticidade. Mesmo assim, há quem sustente que podem, sim, ser usadas a favor do ex-presidente. Como se trata do Brasil, o país da insegurança jurídica, tudo é possível, sim.

No STF, o julgamento do habeas corpus a favor de Lula teve início em dezembro de 2018. Acabou suspenso por um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes. À época, o relator, Edson Fachin, e a ministra Cármen Lúcia tinham se posicionado contra a suspeição de Moro, e o placar estava dois a zero contra a concessão do HC.

Os outros dois integrantes da turma são Ricardo Lewandowski e o decano Celso de Mello. Petistas consideram certos, a favor de Lula, os votos de Gilmar e de Lewandowski e apostam que terão também o de Mello, tido como um ministro “garantista”.

ANULAÇÃO – Caso o prognóstico se confirme no julgamento em agosto, a condenação do petista será anulada, dando início ao desmonte da Lava-Jato, um temor que aflige a sociedade brasileira, cansada da impunidade garantida a ricos e poderosos deste país. Aliás, o Brasil é pródigo em narrativas a favor de bandidos.

Como na descrição do “inofensível” crime de colarinho-branco: quem disse que roubar dinheiro de hospitais, de estradas, da segurança pública não mata? E roubar dinheiro da educação, condenando milhares de pessoas ao analfabetismo? E da merenda das crianças?

O MAIOR CRIME DE MORO
  e da Lava-Jato foi ousar combater bandidos que nos condenam à morte nas estradas, nas filas dos hospitais, na falta de segurança. Foi combater quem nos condena ao atraso ao roubar o dinheiro que poderia garantir educação e futuro a nossas crianças. É por isso que Moro pode ser punido. E, também, a maioria da população que apoia a Lava-Jato, segundo demonstraram pesquisas.

O JUIZ SÉRGIO MORO NADA FEZ DE ERRADO. O SUPREMO POLUÍDO POR PETRALHAS É QUE É UMA ESCULHAMBAÇÃO



Mario Cesar Carvalho

O hoje ministro Sergio Moro (Justiça) não fez nada de errado como juiz ao trocar mensagens com o procurador Deltan Dallagnol. Isso não compromete em nada as sentenças da Lava Jato, baseadas em provas irrefutáveis. A OPINIÃO É DO DESEMBARGADOR FEDERAL FAUSTO DE SANCTIS, QUE INTEGRA O TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO, EM SÃO PAULO, DESDE 2010.

“Conversas podem existir desde que não haja desrespeito de parte a parte”, afirma De Sanctis, que não tem perfil no Facebook ou Twitter, por exemplo, por considerar que a sua opinião em rede social pode afetar a sua imparcialidade.

DANTAS E CORRÊA – Antes de subir para o TRF-3, De Sanctis julgara duas das operações mais barulhentas da Polícia Federal, que acabaram desfiguradas pelo Supremo: a Satiagraha, em torno do banqueiro Daniel Dantas, e a Castelo de Areia, sobre a Camargo Corrêa e que foi uma espécie de miniesboço da Lava Jato.

Em entrevista à Folha, Sanctis, 53, diz que os problemas éticos da Justiça não estão no primeiro grau, no qual os juízes são concursados, mas nos tribunais superiores, nos quais chegam por indicação política.
“O Supremo tem sido reconhecido como o primeiro violador da ética judicial. Não se reconhece em muitos ministros a figura de um magistrado, mas de um político”, afirmou à Folha.

O SR. ACHA NORMAL QUE UM JUIZ TROQUE MENSAGENS COM UM PROCURADOR SOBRE QUESTÕES QUE PARECEM COMPROMETER A IMPARCIALIDADE DO JULGADOR? 

Inicialmente eu não falo sobre um fato específico e concreto sobre um colega que foi juiz em um caso que ainda será analisado pela Justiça. O que eu poderia falar é que estamos no bojo de algo absolutamente novo, que é a comunicação via WhatsApp, Facebook, Twitter. Isso deve merecer um treinamento de todos.

TREINAMENTO PARA JUÍZES OU PARA QUEM?
 
Treinamento para todos. Porque as pessoas não estão preparadas para as consequências que as mensagens de âmbito privado têm em caso de uso indevido. Em caso de hacker, você tem um problema adicional: a prova daí derivada é absolutamente ilegítima porque houve um crime.

O MINISTRO GILMAR MENDES, DO SUPREMO, JÁ DISSE QUE PROVAS ILEGAIS PODEM EVENTUALMENTE SER USADAS… 

A prova é absolutamente nula e sequer pode ser produzida uma perícia para confirmar a sua veracidade. Um ambiente assim é imprestável para a Justiça. O invasor pode manipular a informação. É diferente do caso do Wikileaks, em que houve obtenção de documentação que era sigilosa, mas era oficial. O documento por si só é confiável. Quando há a possibilidade de os hackers terem manipulado as informações, nós estamos no campo do nada. Nada é prestável juridicamente. Tudo é nulo do ponto de vista jurídico.
Estamos num campo de discussão ética: há falta de treinamento e falta de orientação. Isso obriga os juízes a serem mais cautelosos. Eu não tenho Facebook e Twitter por uma cautela especial. O juiz precisa ter mais cautela do que o cidadão comum porque o juiz, por si só, pode gerar um viés de parcialidade com seus posicionamentos, seus likes, seus tuítes. O fato de o juiz conversar com advogado pelo WhatsApp não quer dizer que o advogado é amigo do juiz. Amigo virtual não é amigo real.

O JUIZ PODE CONVERSAR COM PROCURADOR NUM CASO QUE ELE VAI JULGAR? ISSO NÃO AFETA A IMPARCIALIDADE? 

Conversas sempre existiram dentro do Judiciário. Fofocas também. Conversas podem existir desde que não haja desrespeito de parte a parte. Já recebi questionamentos de advogados perguntando se ele fizesse tal coisa qual seria a minha posição. Eu imediatamente respondi que não estou aqui como agente de consulta. O juiz decide. É muito perigoso o juiz antecipar o que vai julgar. Ele vai estar dando uma informação que pode ser de uso indevido, até com extorsão de pessoas. Podem dizer que o juiz pediu tanto para isso, quando o que chegou a ele foi um pedido de orientação. Essas conversas geram problemas éticos.

QUE PROBLEMAS ÉTICOS? 

O problema da imparcialidade. O juiz tem de saber os limites, até onde ele pode ir. Em casos de grande repercussão, o Ministério Público fica até inseguro por conta das ações que estão ocorrendo: até onde ele pode ir? Às vezes o Ministério Público pode fazer não uma consulta jurídica, mas tentar sondar os entendimentos do juiz.

O SR. ACHA LEGÍTIMO O PROCURADOR SONDAR O JUIZ? 

Depende do tipo de abordagem e das circunstâncias. As circunstâncias vão determinar o tipo de abordagem. É fundamental que haja respeito pela figura do magistrado. Comigo sempre houve absoluto respeito. Conheço casos de orientação indevida, mas não havia má-fé, mas falta de percepção, ingenuidade de parte a parte. Essas discussões éticas estão muito presentes nos juízes de primeira instância, de segunda instância e até o Supremo Tribunal Federal.
Mais do que discutir os juízes de primeiro grau, a população cobra muito mais uma compostura ética da cúpula do Judiciário. Porque o primeiro grau é reconhecido como a Justiça realmente independente porque não há conexões políticas. O juiz de primeiro grau é necessariamente um concursado. Já os juízes da cúpula são indicados politicamente, seja pelo Executivo ou Legislativo. Isso vira objeto de lobby. Não deveria existir conexão política que justifique as atitudes do Judiciário.

UM DOS DIÁLOGOS REVELADOS MOSTRA QUE MORO TINHA SIMPATIA PELO EX-PRESIDENTE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, DO PSDB. É NORMAL JUIZ TER ESSE TIPO DE APREÇO POLÍTICO? 

Eu não vou comentar o caso, mas o magistrado tem, como a pessoa comum, seu entendimento político sobre as questões da sociedade. Ele não pode agir ou deixar de agir por conta disso. Ora, você está no campo de uma operação com a amplitude de uma Lava Jato, que começou atingindo o político que estava no poder há 16 anos e colocou em xeque esse partido sem descuidar dos outros coligados e até os partidos de oposição, como o PSDB. Eu não vi até agora um viés político nas decisões judiciais do Moro. As decisões judiciais estão muito bem embasadas, com provas, com confissões, com delações, atingindo políticos e empresários.
No Rio de Janeiro a operação prendeu três governadores. Prendeu no Paraná. Em Minas, Aécio está sob investigação. São fatos que ganharam corpo por causa das provas, não por um viés político. Os fatos são muito mais graves e engoliram qualquer viés político. O TRF 4 [Tribunal Regional Federal de Porto Alegre, que julgou recursos de decisões de Moro] tomou decisões técnicas e com uma postura ética que juízes de primeiro grau gostariam de ver nas cortes superiores. O TRF respeita a decisão soberana do juiz. Se formos discutir ética, deveríamos começar de cima para baixo.

O SR. ACHA QUE O SUPREMO TEM PROBLEMAS MAIS GRAVES DO QUE A PRIMEIRA INSTÂNCIA? 

O Supremo tem sido reconhecido como o primeiro violador da ética judicial. Não se reconhece em muitos ministros a figura de um magistrado, mas de um político. Não deveria haver qualquer contato e proximidade política.

O SR. ESTÁ SE REFERINDO AO MINISTRO GILMAR MENDES? 

Não estou falando de ninguém. Alguns são reconhecidos como o exemplo antiético de um magistrado. Esses são os primeiros a apontar o dedo em riste para juízes de primeiro grau. As violações éticas começam, na verdade, ali.
Quando o Supremo, em determinadas decisões, rompeu a barreira do respeito ele não pode exigir respeito por parte da população. Eu costumo dizer que é pelo olhar das instituições que o direito é revelado. Mas é pelo olhar da população que as instituições são reconhecidas.

O SR. ACHA QUE A POPULAÇÃO ESTÁ CERTA AO CRITICAR O SUPREMO? 

Acho que ela tem bastante elementos para se posicionar do jeito que está se posicionado. E ela tem se posicionado contra essa ruptura ética do magistrado, parte deles do Supremo, que são os primeiros a cobrar dos magistrados de primeiro grau aquilo que eles não fazem, que é respeitar os colegas e os fatos.
Tenho defendido que o Supremo devia sair fisicamente de Brasília, para ficar distante desse universo político. Não é bom estar lá. Tem tido interferência política e, como cidadão e juiz, fico triste que isso existe e que pode influenciar decisões. A mensagem passada muitas vezes é que o crime compensa, que a corrupção não é grave no Brasil, que a Lava Jato é empunhada por um bando de juízes justiceiros e inconsequentes.

O QUE O SR. ACHA DA FIGURA DO JUIZ JUSTICEIRO?

Juiz justiceiro é um termo pejorativo. Quer dizer que o juiz vai além dos limites da lei. O Moro foi qualificado assim, como eu já fui, de uma forma indevida. O trabalho do Moro é de excelência. Não concordo com tudo, como é natural, mas o saldo é altamente positivo.
Quando começa a surgir a figura do juiz-herói, não que o juiz esteja empunhando essa bandeira, é sinal de que a Justiça não é reconhecida como imparcial pela população. Isso é muito grave. Se a população reconhece heróis no Judiciário é porque identifica necessariamente vilões.

QUAL A OPINIÃO DO SR. SOBRE O PROJETO DE LEI QUE ALTERA O CRIME DE ABUSO DE AUTORIDADE PARA JUÍZES? 

Esse projeto é estapafúrdio. Isso começou em 2009 para deter aqueles juízes que cuidavam de grandes operações. Em 2008 eu julguei a Satiagraha; em 2009, a Castelo de Areia, que nada mais era do que a Lava Jato antecipada. O projeto de abuso de autoridade surgiu para tolher a independência desses juízes.
O sistema está se rearticulando para tolher as consequências da Lava Jato ou futuras Lava Jato. A Lava Jato foi vitoriosa na primeira e segunda instância. Entre os políticos, só há um condenado pelo Supremo.
A Lava Jato começou em 2014. Que Poder Judiciário é esse que blinda os políticos de certa forma? Não por má-fé, mas por um sistema disfuncional e com absoluta falta de eficácia no combate à criminalidade dos políticos.

quinta-feira, 27 de junho de 2019

JOESLEY BATISTA DA JBS REPASSOU 30 MILHÕES DE REAIS PARA DILMA COMPRAR O PMDB...


Antonio Palocci confirmou em depoimento a reserva de R$ 30 milhões para a compra de apoio do MDB do Senado a Dilma Rousseff em 2014. Segundo o ex-ministro, o valor foi pedido por Guido Mantega e estava em uma conta de propinas do PT mantida nos Estados Unidos por Joesley Batista. O relato foi feito dentro de investigação em curso no STF que apura pagamentos da JBS a Renan Calheiros, Valdir Raupp, Jader Barbalho, Eunício Oliveira e Eduardo Braga naquele ano. O objetivo era evitar que eles apoiassem Aécio Neves na disputa presidencial. No depoimento à PF no último dia 30, Palocci disse que Mantega pediu pressa no pagamento aos senadores, pois havia risco de perda do apoio do PMDB do Senado a Dilma. Ainda segundo Palocci, Joesley Batista, o responsável pela conta, estranhou o pedido de Mantega e teria procurado Dilma para confirmar se o pagamento deveria ser realizado. “Joesley relatou ao depoente [Palocci] que a presidente Dilma disse a seguinte frase: "É PARA FAZER".  Na época, Joesley relatou que estava tendo dificuldades com o grupo de Michel Temer, do MDB da Câmara, porque estaria contribuindo somente com senadores do partido. O empresário disse que os pagamentos ao MDB do Senado eram ajustados com Renan Calheiros e perguntou ao ex-ministro se o senador era de fato uma pessoa que gozava da confiança do PT. Palocci respondeu que sim, “que conhecia a atuação de Renan Calheiros na liderança do Senado e fidelidade ao governo”. - Fonte: Blog O Antagonista. -

CIRO GALO CEGO: “Se tem um brasileiro que sabe que o Lula NÃO É INOCENTE, sou eu”


Em entrevista ao programa Morning Show, da Jovem Pan, nesta terça-feira, Ciro Gomes voltou a atacar Lula. “Se tem um brasileiro que sabe que o Lula não é inocente, sou eu. Pela proximidade. Parte das coisas que eu sei, eu tenho que morrer com elas porque sei em confiança, isso morre comigo”, afirmou. CIRO DISSE MAIS:  “Eu sei que o Lula sabia que Michel Temer era corrupto e botou ele na linha de sucessão. Eu sei que ele sabia que Eduardo Cunha era ladrão e entregou Furnas para ele, Briguei com Lula por isso, e foi ali que ele roubou o dinheiro para comprar deputados e se tornar presidente da Câmara. Eu sei que o Lula sabia o que estava acontecendo na Petrobras, porque eu denunciei o Sérgio Machado na Transpetro e o Eunício de Oliveira. Então, se alguém sabe que o Lula não tem nada de inocente, sou eu.” Entretanto, Ciro repetiu a narrativa petista de que a sentença contra Lula no processo do triplex do Guarujá é “fraca”. “No [caso do] sítio de Atibaia, a sentença [contra Lula] é mil vezes mais consistente.”. Na mesma entrevista, Ciro ainda afirmou que não é “nem Lula, nem anti-Lula”. -  Fonte: Blog O Antagonista. -

PENA DE LULA SERÁ AUMENTADA E TERÁ 78 MILHÕES BLOQUEADOS...


Em parecer, o procurador regional da República da 4ª Região, Mauricio Gotardo Gerum, recomendou ao Tribunal da Lava Jato que aumente a pena do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na ação penal envolvendo as reformas do sítio Santa Bárbara, em Atibaia. O petista foi condenado a 12 anos e 11 meses de prisão pela juíza federal Gabriela Hardt, e terá seu recurso julgado pela Corte, em segunda instância. Ele foi sentenciado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O parecer de Gerum é mais um passo para que Lula seja julgado novamente pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Ele é o procurador responsável por analisar os recursos da Lava Jato e dos réus contra a sentença da juíza Gabriela Hardt. O desembargador Leandro Paulsen, presidente da 8ª Turma da Corte, afirmou que o julgamento pode ocorrer até o fim de 2019.

OBRAS CARAS – Ao sentenciar Lula, a juíza Gabriela Hardt levou em consideração o custeio pela OAS e pela Odebrecht de obras de R$ 1 milhão no sítio, que seria de propriedade de Fernando Bittar, que também foi condenado.

Gerum recomendou, em parecer, que o Tribunal Regional Federal da 4ª Região também o sentencie pelo crime de corrupção passiva ‘decorrência das reformas realizadas por José Bumlai no sítio de Atibaia’.

O procurador ainda pede que a Corte ‘incremente aumento da pena a título de culpabilidade em relação ao réu Luiz Inácio, considerar negativa a conduta social em relação aos réus Luiz Inácio, Leo Pinheiro, Agenor Medeiros, Paulo Gordilho e José Bumlai’, e que considere ‘negativos os motivos em relação a todos os crimes de corrupção praticados pelo réu Luiz Inácio (e não apenas quando as verbas ilícitas se destinaram ao PT)’.

MOTIVOS – Gerum afirma que, quanto aos motivos para os incrementos da pena, ‘a ganância é inerente ao tipo penal’. O que no caso desborda da normalidade é o projeto de poder, que envolveu a manipulação da democracia por parte do réu Luiz Inácio”.

“Para além de seus benefícios pessoais, usou do cargo máximo da nação para coordenar e dar suporte a um esquema que desvirtuou o sistema eleitoral, tudo a garantir que os partidos próximos ao governo fossem constantemente irrigados com dinheiro da Petrobras”, afirmou.

Segundo o procurador, ‘isso foi considerado pela sentença ao negativar os motivos em relação ao crime de corrupção no pagamento de propinas ao PT pela Odebrecht’. “No entanto, também na propina pessoal, consistente nas reformas do sítio, a motivação deve ser considerada negativa para fins de dosimetria”.

ENRIQUECIMENTO – “Prevaleceu aqui o mesquinho interesse da fortuna pessoal que, se até tem uma certa previsibilidade em relação a empresários e servidores públicos ordinários, jamais se pode imaginar em um Presidente da República, que deve representar o norte moral da nação, especialmente em um país como o Brasil, em que a corrupção sempre foi vista com uma certa normalidade”, sustenta.

“Cabível, portanto, a majoração da pena em relação a todos os crimes de corrupção. Em relação à lavagem, não há a mesma singularidade a afastar os motivos da normalidade. Do mesmo modo, em relação aos demais réus. A busca pelo enriquecimento/favorecimento é inerente aos crimes pelos quais foram condenados”, conclui. - Fonte: Blog Tribuna da Internet. -

P.S1.: -  Na busca e apreensão no sítio, a Polícia Federal não conseguiu encontrar nenhum quarto reservado a Fernando Bittar. Aliás, suposto dono do sítio não tinha nenhum pertence, nem mesmo uma escova de dentes, um calção de banho ou uma sandália havaiana. Quando a família Lula deu uma festa lá, Bittar compareceu, mas foi dormir numa pousada próxima. E agora vai ser condenado como laranja de Lula, infantilmente. (C.N.)

P.S2.: - Juiz federal LUIZ ANTONIO BONAT,  responsável pelos processos da Lava Jato em primeira instância em Curitiba, determinou no último dia 18 o sequestro de até R$ 77,9 milhões em bens do ex-presidente Lula, atendendo a um pedido do Ministério Público; neste processo, Lula é acusado de supostamente ter recebido R$ 12,4 milhões em propina da Odebrecht por meio de dois imóveis.


quarta-feira, 5 de junho de 2019

LULA MAIS UMA VEZ SERÁ HUMILHADO POR TER QUE USAR TORNOZELEIRA ELETRÔNICA



Josias de Souza

 

A progressão de regime prisional seria um benefício para qualquer condenado, não para Lula. No caso do presidiário mais ilustre da Lava Jato, a migração da tranca para o semiaberto, na bica de acontecer, REPRESENTARÁ UMA NOVA HUMILHAÇÃO.  Por coerência, Lula deveria recusar o refresco, pois declarou que NÃO deixaria a prisão senão depois do reconhecimento de sua inocência. Sairá como um CORRUPTO DE TERCEIRA INSTÂNCIA corrupto de terceira instância que já cumpriu um sexto de sua pena.

 

Foi esse o ponto de vista defendido pela subprocuradora Áurea Pierre em parecer enviado pelo Ministério Público Federal ao Superior Tribunal de Justiça. Lula PUXAVA uma cadeia de 12 anos e um mês. Mas a pena foi reduzida para 8 anos e 10 meses. Por isso o relógio da progressão do regime foi adiantado.

 

Lula mandara dizer que não autorizaria seus advogados a pleitearem nada que não fosse a restauração de sua alegada ausência de culpa. Era, naturalmente, mais uma lorota. A defesa reivindica não o semiaberto, mas o regime aberto. Escora o pedido na alegação de que não há prisão capaz de assegurar a segurança do ex-presidente para sair e retornar diariamente.

 

"Não trocarei a minha liberdade pela minha dignidade", disse Lula à Folha e ao El Pais. Ao usufruir da progressão do regime, Lula trocará a conversa fiada pelo reconhecimento tácito da legitimidade da investigação, da denúncia, da ação penal, do julgamento e da sentença que o condenou.

 

Para complicar, é muito provável que Lula não consiga usufruir da nova condição por muito tempo. Vem aí a confirmação no TRF-4 da sentença condenatória referente ao caso do sítio de Atibaia.




terça-feira, 4 de junho de 2019

LULA PRESO, ETERNAMENTE....


Guilherme Fiuza
E o mistério permanece: as manifestações em defesa da educação, que voltaram a acontecer, ofereceram um variado cardápio que foi de LULA LIVRE a agressão de jornalista. Teve algumas fogueiras também. Isso talvez tenha sido uma homenagem ao incêndio do Museu Nacional, destruído pela incúria da UFRJ – instituição altamente partidarizada ao longo dos anos, portanto um evidente modelo educacional.
Quando você vê na rua militantes do PT, da CUT, do PSOL e cia, você tem certeza de que a luta é mesmo pela educação. Vale o esclarecimento aos que estão chegando agora ao Brasil: educação, no caso, significa uma plantação de cabides para pendurar sindicalistas e parasitas associados do setor de ensino, movimento muito bem sucedido neste século. Claro que salas de aula por todo o país viraram palanque de autoperpetuação dessa classe unida e gulosa, mas isso nunca foi um problema para os que estão gritando que a democracia está em risco.
Aquela grita do primeiro mortadelaço, quer dizer, do primeiro protesto contra o massacre das verbas da educação não foi ouvida com a mesma dramaticidade no segundo mortadelaç… no segundo protesto. Depois que circularam uns 200 gráficos mostrando que não se tratava de corte, mas de um contingenciamento (contenção) igualzinho aos dos outros governos – incluindo os dos intelectuais Lula da Silva e Dilma Rousseff – esse refrão perdeu um pouco do apelo.
Mas todo mundo sabe que a educação só seria realmente bem gerida num governo Haddad – não apenas pela sólida formação recebida diretamente do decano na cela da Polícia Federal, como porque já transcorreu um bom tempo desde que ele não conseguia aplicar direito uma única prova do Enem (tricampeão de fraudes), e a turma da resistência democrática acredita no aprendizado. Dava para ver nos olhares inconformados dos manifestantes o desejo explícito de que a educação brasileira estivesse neste momento nas mãos de um suplente de presidiário – que até já estivera à frente do MEC e aproveitara para ensinar os brasileiros a escrever “nós pega o peixe”.
Na Presidência da República, possivelmente teria a chance de voltar a conjugar, com o notório saber acadêmico do seu partido, o “nós pega a grana”. Entendeu agora os gritos de Lula livre nas passeatas pela educação?
O que mais surpreendeu nesse show de civismo e valorização do conhecimento foi a postura dos fiscais de passeata. É uma categoria nova, muito operativa e sagaz, que faz uma espécie de meteorologia política. Assim como os responsáveis pela previsão do tempo, que alertam para o risco de grandes tempestades, os fiscais de passeata advertem sobre o risco de autoritarismo na convocação de uma manifestação de rua. Para o ato de 26 de maio, por exemplo, cuja pauta era o apoio às reformas econômicas e da Previdência, os meteorologistas cívicos previram nuvens negras: uma onda fascista se aproximava sob a superfície verde e amarela.
A manifestação transcorreu em paz no país inteiro, concentrada na pauta que a convocara e sem sinais de pregação boçal ou exortação antidemocrática, mas a semente do fascismo devia estar muito bem escondida debaixo de algum chapelão daqueles, porque fiscal de passeata não erra.
Já para o mortadelaço, quer dizer, o ato pela educação, a meteorologia cívica não soltou qualquer boletim prévio. Os sensores e mapas dos fiscais deviam estar apontando só tempo bom e democracia radiante, porque não se ouviu um único alerta como aqueles todos que antecederam o domingo 26. As fogueiras, as hostilidades à imprensa e a defesa ostensiva de criminosos condenados que se viram no mortadel… ato pela educação devem ter sido só uma brincadeira do pessoal irreverente que tirou folga do trabalho e da escola naquela quinta-feira, porque os fiscais de passeata não erram.
Fica combinado assim: quem quiser saber as sutis diferenças semânticas entre educação, politicagem, democracia e vadiagem, procure o fiscal de passeata mais próximo. Ele certamente saberá ajudar.

segunda-feira, 3 de junho de 2019

ESCASSEZ DE COMIDA LEVA A LONGAS FILAS E DESESPERO EM CUBA: “A gente quase se mata para comprar uma língua de porco”


FILA PARA ENTRAR EM SUPERMERCADO DÁ A VOLTA NO QUARTEIRÃO NA CAPITAL CUBANA  Foto: @LENNIERLOPEZ

 


Por BBC News


Maydelis Blanco Rodríguez, uma cubana de 32 anos, diz que toda manhã, quando acorda, só pensa em uma coisa: "O que vou dar de comer ao meu filho hoje?" "É uma situação muito desesperadora, você se sente muito IMPOTENTE porque nem com dinheiro consegue as mercadorias", diz ela à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC, por telefone de Havana. Desde o fim de 2018, Cuba, que ao longo da história sofreu uma série de crises econômicas, enfrenta uma escassez generalizada de alimentos e produtos de higiene (como sabonete e pasta de dente), que se agravou nos últimos meses. As autoridades atribuem o desabastecimento ao embargo e medidas dos EUA contra a ilha, especialmente às novas sanções do presidente americano, Donald Trump. "Esta situação tem entre suas causas o recrudescimento do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos e o aumento das perseguições financeiras", afirmou o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, durante uma reunião da Comissão Agroalimentar do Conselho de Ministros de Cuba em abril. "Além da quebra de equipamentos e outros problemas internos, a falta de alguns produtos nos mercados se deve a essas medidas unilaterais promovidas pelo governo dos EUA, o que também provocou a redução de crédito de financiamento", afirmou. Como reação, o governo anunciou neste mês um plano de racionamento "TEMPORÁRIO" para "conseguir maior equidade na distribuição de alguns produtos" e "evitar a acumulação compulsiva". Desde então, comprar salsicha, frango, arroz, ervilha, feijão, ovo ou óleo se tornou um desafio diário para muitos cubanos, além de motivo de discussão e pancadaria. "Eu tenho pesadelo com as filas. Há fila para tudo. Você perde a vida nas filas", diz Blanco Rodríguez. Enquanto isso, fotografias de frigoríficos vazios, de filas imensas vigiadas por policiais e agentes de segurança (alguns com armas de alto calibre) e até mesmo de confrontos entre cubanos para comprar produtos como frango, começaram a circular nas redes sociais de Cuba, às quais cada vez mais pessoas têm acesso.

 
ENQUANTO ISSO, PRATELEIRAS DE BOTEQUINS COMPLETAMENTE VAZIAS, SEM UMA GRAMA DE ARROZ PRA VENDER. Foto: CORTESÍA DE EL ESTORNUDO
Mas, apesar de as imagens do desabastecimento na capital terem mais visibilidade, a situação em algumas províncias do interior da ilha parece estar pior, segundo vários cubanos relataram à BBC News Mundo. "Outro dia eu estava na fila porque conseguiram cabeça, pata e língua de porco, e dois homens começaram a se agredir. A polícia teve que intervir. É incrível que depois de 60 anos da revolução, as pessoas quase se matem para comprar uma língua de porco", diz Pinar del Rio Teresa García, de 86 anos.


POR QUE ISSO ESTÁ ACONTECENDO?!?!?!  

 "O impacto do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos EUA a Cuba por mais de 60 anos sempre foi um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento econômico e social do país", afirmou a vice-ministra de Comércio Exterior, Ileana Núñez, em entrevista coletiva durante a feira Expocaribe, realizada em Havana. "Sem dúvida, há um recrudescimento palpável", acrescentou Núñez em resposta ao jornalista Will Grant, correspondente da BBC em Cuba. O presidente da Câmara de Comércio de Cuba, Orlando Hernández, lembrou, por sua vez, no mesmo evento que o governo da ilha estima em US$ 4 bilhões o prejuízo que o embargo causa à economia do país.

"Mas muitos dos impactos que Cuba sofre não são medidos em números: quantas pessoas deixaram de investir no país? Quantos turistas teriam vindo e não vieram por causa da natureza intimidadora das medidas dos EUA?" A ministra de Comércio Interior da ilha, Betsy Díaz Velázquez, reconheceu durante um programa oficial de televisão que, além das sanções dos EUA, o racionamento se devia aos problemas financeiros do governo (que é o único que pode importar alimentos). "Por causa das restrições financeiras internas, do bloqueio e das medidas dos EUA contra a nossa economia, começamos a ter problemas com fornecedores e instituições financeiras que não queriam negociar conosco", sinalizou. A ilha, que tem uma população de mais de 11 milhões de habitantes, importa entre 60% e 70% dos alimentos que consome, segundo dados oficiais. Ricardo Torres, pesquisador do Centro de Estudos da Economia Cubana, explica à BBC News Mundo que um fator decisivo nesse sentido foi a crescente perda de capacidade de importação. "Cuba viveu durante três anos uma situação em que as receitas de exportação caíram. Isso, de uma maneira geral, afeta a disponibilidade de divisas do país e, portanto, implica em maiores restrições quando se trata de importações", diz ele.

SEGUNDO O JORNAL CUBANO INDEPENDENTE 'EL ESTORNUDO', A POLÍCIA PRENDEU QUEM TIROU FOTOS DAS FILAS NOS SUPERMERCADOS, COMO ACONTECEU COM O AUTOR DESTA IMAGEM — Foto: BELO PCRUZ / CORTESÍA EL ESTORNUDO

Em 2014, quando o governo cubano anunciou pela última vez o valor da sua dívida, o montante chegava a US$ 18,9 bilhões, embora alguns economistas acreditem tenha sido reestruturada em grande parte nos últimos anos. No entanto, tudo indica que a falta de pagamento também levou alguns fornecedores a fecharem suas portas. "À medida que Cuba não pode pagar seus fornecedores, em determinado momento, os fornecedores param de enviar os itens porque não podem mais acumular dívidas", diz Torres. Outro fator, em sua opinião, diz respeito às relações com o Brasil, onde Cuba fazia parte do Programa Mais Médicos até o fim de 2018, quando Havana cancelou a participação no programa, após a eleição do presidente Jair Bosonaro. "No caso do Brasil, que era um importante fornecedor de alimentos, por alguns problemas nos pagamentos de Cuba, esse crédito não foi ampliado e agora as compras precisam ser em espécie", diz ele. Alguns economistas também sinalizam que a crise na Venezuela, principal parceiro comercial e aliado político da ilha desde a gestão de Hugo Chávez, também é responsável pelo cenário de desolação nas lojas de Havana.

MUITOS CUBANOS FAZEM PIADA COM A CRISE: 'VEJO EM SEU FUTURO VIAGENS, DINHEIRO... MAS E O FRANGO? QUANDO VOU CONSEGUIR UM FRANGO? — Foto: CUBALLAMA / FACEBOOK


QUAL O IMPACTO DAS SANÇÕES DOS ESTADOS UNIDOS?!?!?! 

Depois de uma breve aproximação que levou à reabertura de embaixadas nos dois países, houve um revés nas relações entre Cuba e Estados Unidos com a chegada ao poder do presidente Trump. A Casa Branca, que mantém um embargo à ilha desde a década de 1960, anunciou nos últimos meses novas sanções que incluem restrições de viagem para cidadãos americanos e a ativação da terceira parte da Lei Helms-Burton (que permite a quem perdeu suas propriedades após a revolução processar o governo). Havana considera essas sanções e o embargo como os principais motivos para a atual crise de desabastecimento. "As sanções e as medidas de Trump não têm uma influência direta sobre essa escassez. Mas é certo que isso deixa os bancos estrangeiros mais relutantes em querer negociar com Cuba, e buscar outros bancos encarece o processo de comércio em geral e as importações", avalia Torres. "Mas o desabastecimento começou antes mesmo de Trump anunciar essas medidas", acrescenta. Por uma cláusula especial do Congresso dos EUA, Cuba pode comprar alimentos do país, algo que não foi alterado por Trump. De acordo com dados da organização independente de agricultores American Farm Bureau Federation, dos US$ 2 bilhões que a ilha gasta em produtos agrícolas por ano, cerca de US$ 150 milhões são destinados a compras no país vizinho.

O  "PERÍODO ESPECIAL" PODE VOLTAR?!?!?! 

Os cubanos consultados pela BBC News Mundo dizem que a maior preocupação da população é que o desabastecimento se torne crônico, e a ilha retorne ao chamado "Período Especial", que segundo eles, significa passar fome como em tempos de guerra. Cuba entrou em crise nos anos 1990, quando a queda da União Soviética deixou a ilha sozinha no cenário internacional, perdendo toda a ajuda que recebia do bloco. A partir de então, alimento, transporte, vestuário e eletricidade se tornaram artigos de luxo, até que Havana encontrou em Caracas um novo aliado. O governo cubano nega que a ilha esteja à beira de um novo "período especial" e garante que o desabastecimento será temporário. "Não é uma questão de voltar à fase aguda do Período Especial... Mas temos que estar preparados para a pior variante, precisamos estar alertas e conscientes de que estamos enfrentando problemas adicionais e que a situação poderia piorar no futuro, em alguns meses", anunciou em abril o ex-presidente Raúl Castro. Muitos economistas concordam que a atual crise de desabastecimento não tem solução no curto prazo. Enquanto isso, muitos cubanos se perguntam qual produto estará em falta amanhã ou até onde será que as filas vão chegar. "Você vê as pessoas na frente das lojas, esperando os estabelecimentos abrirem. Ontem a fila dava a volta no quarteirão. As coisas mais básicas voltaram a ser um luxo. Basta imaginar que as pessoas ficam felizes quando conseguem comprar um pedaço de frango", diz Blanco Rodríguez.

PITACO DO BLOG CHUMBO GROSSO: - A esquerdalha imunda ou esquedalha “incarnada”, ADVERTE: É pura estupidez alguém que se mete a fazer cirurgia bariátrica, não?!?!?!  Vá passar "férias" em Cuba, Após 30 dias,  o esqueleto  ficará  fininho, fininho...

 

 


HAVANA VELHA












PRAÇA DE TÁXI EM HAVANA ANTIGA


NESTE COMPLEXO HOTELEIRO CUBANOS NÃO FREQUENTAM E SÓ ENTRAM COM PERMISSÃO DO FALIDO GOVERNO  COMUNISTA DA FAMÍLIA CASTRO.


POBRE CUBA...  ESQUELÉTICA HAVANA...


OS PRÉDIOS DE HAVANAS PARECEM PERTENCER A UMA CIDADE QUE FOI DESTRUÍDA POR UM TERREMOTO.







domingo, 2 de junho de 2019

SERGIO LEONE, MESTRE ABSOLUTO DO WESTERN SPAGHETTI































Por Altamir Pinheiro 

Filho de um antigo industrial do cinema italiano, Sergio Leone, ficou conhecido mundialmente por popularizar o gênero do western spaghetti. Foi só em 1964 que estreou como diretor em  seu primeiro filme de bang bang, ao  realizar o antológico POR UM PUNHADO DE DÓLARES, estrelado pelo novato Clint Eastwood. Foi um dos mais brilhantes cineastas da sua geração e inventor de um estilo em que não faltam lances de pura genialidade. Ele é hoje fonte de inspiração para novos cineastas como Quentin Tarantino e Robert Rodriguez. Seu primeiro faroeste é uma comédia satírica, exuberante e impetuosa sobre a violência em filmes de cowboy sujo e  fora da lei. 

Em primeira mão o  cinéfilo Darci Fonseca nos confidencia que, a imagem do homem solitário vestido com um poncho e com um toco de cigarrrilha no canto da boca em “POR UM PUNHADO DE DÓLARES”  criada por Clint Eastwood é tão importante para o cinema, especialmente para o faroeste, quanto a presença de John Wayne/Ringo Kid em “No Tempo das Diligências”. Se em 1939 John Ford com seu filme deu ao gênero sutileza, lirismo e respeito antes jamais imaginados, Sergio Leone 35 anos depois mudou definitivamente a forma de se fazer westerns. O diretor italiano acrescentou ao faroeste, com “Por um Punhado de Dólares”, padrões tão chocantes no realismo sujo e na extremada violência que o gênero nunca mais voltaria a ser o mesmo. o primeiro faroeste de Sergio Leone antecipou, no entanto, o perfeito domínio fílmico que o diretor alcançaria em seus trabalhos posteriores.

Em uma de suas brilhantes explanações, o estudioso em filmes da modalidade faroeste, Antônio Nahud,  nos informa que  na década de 60, o WESTERN atravessou uma fase de vacas magras nos Estados Unidos, mas na Itália, conhecidos como “spaghetti-westerns”, estavam sendo produzidos a todo vapor, numa abordagem mais contemporânea e operística. O italiano Sergio Leone, mestre exemplar desse estilo, desconstruiu de certa forma o mito ao realizar excitantes tributos, como os inigualáveis Três Homens em Conflito(1966) e Era Uma Vez no Oeste (1968). Com extraordinária trilha sonora do maestro ENNIO MORRICONE, este último resgatou os estilizados personagens do gênero: a prostituta bondosa, o pistoleiro enigmático, o bandido manhoso. Um universo de pistoleiros e bandidos violentamente dominados pelo fascínio do dinheiro fácil e da crueldade sem precedentes.

Uma curiosidade interessante do estudioso e crítico de cinema  Paulo Telles aconteceu em  1968, quando Sergio Leone lançou ERA UMA VEZ NO OESTE, com Charles Bronson, Claudia Cardinale, e Henry Fonda (cowboy Hollywoodiano por excelência que já tinha mais de 30 anos de experiência, que aos 63 anos interpreta o único vilão de sua carreira. Leone era fã deste grande e saudoso astro falecido em 1982). Na época do lançamento, foi um fracasso de bilheteria, mas com o passar dos anos, elevou a obra prima do gênero. O mesmo se sucedeu com o clássico norte-americano RASTROS DE ÓDIO, de John Ford, que ao ser lançado em 1956 não teve boa repercussão de crítica e de público, mas foi reconhecido como obra magistral da Sétima Arte tempos depois.

Com a crise dessa modalidade de cinema  no Oeste norte-americano houve uma debandada em massa dos atores para o país europeu que,  visto no mapa, tem o formato de uma grande bota, Itália. O primeiro da lista foi Clint Eastwood que saiu dos States em direção a Itália para protagonizar a obra triológica que o consagrou definitivamente. Por tabela outros o seguiram como Lee Van Cleef (o mais bem sucedido depois de Clint Eastwood), Richard Boone (da série de TV Paladino do Oeste), Clint Walker (da Série Cheyenne), Burt Reynolds, que como Clint havia começado sua carreira na TV em uma série televisiva, entre outros. Grande parte destes ATORES AMERICANOS seguiram o exemplo de Eastwood e migraram para a “terra prometida” do novo gênero de westerns, muito deles com o objetivo de revitalizarem suas carreiras.

Além dos americanos, o Western europeu contou também com atores de outros países, como a Inglaterra (Stewart Granger); França (Philippe Leroy e Johnny Halliday); Alemanhã (Klaus Kinski); Espanha (Fernando Sancho, um dos bandidos mais feiosos requisitados nos Westerns Europeus); e o BRASIL não estava menos representado sem a presença de ANTHONY STEFFEN, ou melhor, Antonio de Teffé (nascido em 1930, falecido no Rio de Janeiro em 2004),  que fez muito sucesso em território europeu. NORMA BENGELL, nossa atriz brasileira, também participou de um Spaghetti Western: Os cruéis  em 1966. O filme dirigido por Sergio Corbucci e estrelado pelo veterano Joseph Cotten.

No documentário 100 anos de Western escrito pelo autor Primagio Mantovi, ele nos brinda com ricas informações que pinçando uma aqui outra acolá nos defrontamos  com uma boa margem das afinidades de diretores como Leone e Corbucci, surgiram outros diretores do gênero Spaghetti nos faroestes italianos, como Duccio Tessari, que dirigiu Uma Pistola Para Ringo, ou Giorgio Ferroni, com o Dólar Furado, ambos estrelados pelo galã GIULIANO GEMMA (RINGO), outro herói dos faroestes europeus, talvez o menos "sujo" dentre eles. Giuliano Gemma(amigo íntimo do cantor brasileiro Roberto Carlos) perdeu a vida em um trágico acidente de carro, em 2013,  nas proximidades de Roma e morreu após dar entrada em um hospital na cidade de Civitavecchia. Na oportunidade ele estava com 75 anos de idade. Se não bastasse Giuliano Gemma, ainda temos FRANCO NERO (hoje com 77 anos), italiano legítimo  estrelando Django, de Sergio Corbucci, em 1966, e Nero fez tanto sucesso que foi um dos atores mais requisitados para o gênero spaghetti nos 10 anos seguintes.

Praticamente lançado por Sergio  Leone, Clint Eastwood prestou uma homenagem ao gênero que o consagrou, em “Os Imperdoáveis(1992), com Gene Hackman, Morgan Freeman e Richard Harris no elenco, rendendo-lhe o Oscar de Melhor Filme e Direção. O pesquisador Nahud diz categoricamente que, CLINT, em seu último filme de faroeste,  voltou ao bang bang com novos olhos, pois não havia mais glamour em matar, o homem da lei se comporta tão mal quanto o renegado que tenta se regenerar. Ele dedicou essa reflexão notável aos seu mentor SERGIO LEONE. Um lamento ou canto triste ao fim do velho Oeste nos filmes por eles retratados.

Finalmente, por ironia do destino há quem diga que o seu melhor filme que não é bang bang e sim de gangster continua sendo  ERA UMA VEZ NA AMÉRICA(1984), com Robert De Niro e James Woods  e trilha sonora de Ennio Morricone. Não é à toa que, antes, em 1972, ele tinha sido convidado para dirigir o PODEROSO CHEFÃO com Marlon Brando e Al Pacino, porém Sérgio Leone recusou em razão desse seu outro projeto que só veio a realizá-lo em 1984, mas tornou-se, segundo os críticos,  na sua melhor obra cinematográfica.