quinta-feira, 16 de abril de 2020

FUNDO PARTIDÁRIO E ELEITORAL



J.R.GUZZO

Não há nada mais enganador do que um fato óbvio, costumava dizer o criador de “Sherlock Holmes”. Está na frente de todo mundo, já foi discutido por todos e ninguém tem mais nenhuma dúvida a respeito do que significa – mas, assim mesmo, nada é feito para evitar aquilo que ele pode trazer de ruim. É o caso dos “fundos” Partidário e Eleitoral, que deputados federais e senadores criaram para transferir dinheiro do Erário público diretamente para os seus bolsos. A desculpa é que esses bilhões de reais são “indispensáveis” para sustentar, nada mais nada menos, que a própria “democracia” no Brasil, pagando as justas despesas que os políticos têm de fazer para exercer a sua atividade constitucional. O fato óbvio, aí, é o seguinte: isso é mentira. O dinheiro é usado em proveito pessoal e direto dos políticos, do jeito que bem entendem. Mas eles conseguem enganar o País inteiro com a trapaça que montaram em plena luz do sol. Estão simplesmente enfiando o dinheiro em suas contas bancárias, com a bênção da justiça, e ninguém diz nada.

Acaba de vir ao conhecimento do público, neste preciso momento, o que parece ser a primeira demonstração objetiva de que os tais fundos são mesmo um assalto, puro e simples, ao contribuinte brasileiro – se bem que já podem ter acontecido outras, que por enquanto estão escondidas. O ex-presidente Lula, conforme consta de uma prestação oficial de contas do PT ao Tribunal Superior Eleitoral, está recebendo desde janeiro de 2020 um salário mensal de R$ 20.400 do “Fundo Partidário”. Segundo diz o papelório legal do partido, Lula foi contratado pelo PT para fazer trabalhos de “consultoria política”, e desde o começo do ano vem recebendo os seus “honorários” da porção do “fundo” que cabe ao partido. Outras figuras do PT, como o também condenado João Vaccari Netto e o réu Gilberto Carvalho, denunciado na Lava Jato, estão recebendo salários da mesma fonte, por volta dos R$ 15 mil mensais.

Por que raios você, que paga impostos a cada vez que acende a luz de casa, tem de gastar o seu dinheiro para encher o bucho de Lula e dos seus parceiros? Por que eles não vão trabalhar para ganhar a vida? O que poderia ter isso a ver com a “defesa da democracia”, como dizem os políticos para justificar a existência dos “fundos”? Tem a ver, unicamente, com o bem estar material deles próprios. O resto é 100% enganação. O mais bonito, na história toda, é que o Congresso Nacional acaba de entrar em transe, horrorizado com as sugestões de que dessem um pouco do dinheiro que está socado nos “fundos” para o combate à covid-19. Negaram-se a dar, em benefício da população, um único centavo do dinheiro que estão usando para sustentar Lula e seus amigos com salários mensais. Um juiz chegou até a determinar que alguma contribuição fosse feita para ajudar a saúde pública, mas sua decisão foi esmagada nos tribunais superiores de Brasília: é proibido, decretaram eles, mexer nesse dinheiro.

Fatos não param de existir só porque não há ninguém falando deles. Nenhum silêncio pode fazer com que os 20.400 reais por mês recebidos por Lula desapareçam no espaço.

quarta-feira, 15 de abril de 2020

NÃO PERMITA QUE ESSES IMBECIS POSEM DE SALVADORES DA PÁTRIA!!!



João Cesar de Melo

Não venho, mais uma vez, expressar minha revolta em relação à imposição da quarentena. O mal já foi feito. Porém, já iniciaram a segunda fase do projeto de manipulação social: a glorificação dos agentes do pânico e da ruína econômica − “salvaram milhões de vidas!”. NÃO SALVARAM NÃO!!!

Muitas pessoas já estão acordando da hipnose. Logo, precisarão entender plenamente o que foi feito contra elas.

Contando com a ajuda de uma médica que atua na linha de frente do combate ao Covid-19 num importante Estado, venho explicar de forma bem objetiva a razão pela qual o isolamento horizontal foi uma péssima ideia.

Vamos lá! (links no final do texto)

Como qualquer novo vírus, o Covid-19 precisa circular pela sociedade para que se crie o que a medicina chama de imunidade de rebanho, que significa indivíduos saudáveis vencendo de forma assintomática o vírus, impedindo sua disseminação. O isolamento horizontal limita isso porque restringe a interação social. O resultado prático é o alargamento do período de atividade do vírus.

Foi por causa disso que a letalidade do Covid-19 aumentou em alguns países, mesmo depois de várias semanas de quarentena. É por isso que as autoridades brasileiras vêm empurrando as previsões do “pico” da epidemia de uma quinzena para outra – o que antes aconteceria no começo de abril, passou para o final deste mês e agora já estão falando que será em maio ou junho.

Outro problema causado pelo isolamento horizontal foi a retirada da responsabilidade dos governos em conter a epidemia no início. Em vez de adotar medidas massivas de detecção de contaminados, para se isolar de forma precisa e eficiente as pessoas, os governos se restringiram a esperar a doença agir de forma violenta nas pessoas. Em vez de promover testes em larga escala, preferiram construir hospitais de campanha, fazer discursos diários, anunciar verbas para isso e aquilo. Ou seja: em vez de salvar pessoas, preferiram fazer política.

Depois de três semanas de quarentena, o governo brasileiro ainda não testou um número significativo de pessoas. Como se fosse pouca displicência, o Ministro da Saúde ainda incentivou que os governos estaduais e municipais criassem medidas próprias de isolamento preventivo, o que resultou num tsunami de irracionalidade e de arbitrariedade. A economia de um país de dimensões continentais foi em sua maior parte paralisada, a despeito dos dados que indicavam que o vírus se concentrava em duas regiões específicas. Outras, sem casos relevantes, foram submetidas a quarentena como se fossem Wuhan, na China, ou a Lombardia, na Itália.

Conclui-se assim que a tese da quarentena não se sustenta. As pessoas continuam morrendo como se nada estivesse sendo feito contra o vírus.

Estudo recente indica que o vírus passou despercebido pela Califórnia (região que recebe enorme número de turistas chineses) no final do ano passado. Por que, então, milhares de pessoas não morreram? Provavelmente, porque o vírus foi vencido pela imunidade de rebanho antes de ganhar letalidade.

Coreia do Sul, Japão e principalmente Taiwan registraram baixos números de vítimas fatais sem implementar o modelo de quarentena adotado na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil. Exemplos que foram seguidos pela Suécia.

Quando a epidemia começou a dar as caras no Brasil, já tínhamos informações suficientes para embasar medidas mais inteligentes do que a quarentena que ainda está em vigor; mas o Ministério da Saúde e os governos estaduais e municipais preferiram reproduzir cegamente os erros que italianos e espanhóis estavam cometendo.

Não deixa de ser irônico o fato de a imprensa brasileira ter dado notoriedade ao Ministro da Saúde de Jair Bolsonaro como forma de atacar… Jair Bolsonaro.

(Não nos esqueçamos de que Luiz Henrique Mandetta é do mesmo partido do Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, um dos principais opositores de Bolsonaro)

O que precisa ser entendido é que o número de mortes muito inferior ao que foi previsto pelos “especialistas” NÃO é resultado da quarentena, nem de qualquer medida tomada pelos governos. O governo brasileiro sempre foi extremamente incompetente, não teria deixado de ser em um mês.

O que houve foi apenas a confirmação das afirmações de alguns cientistas ignorados pela grande imprensa de que o vírus não progrediria tanto no Brasil por causa das características do clima, da demografia e do perfil de saúde pulmonar da população. Não teve milagre de ninguém!

Portanto, não podemos deixar que os agentes do pânico e da ruína econômica posem como nossos salvadores. Eles devem ser punidos, não aplaudidos.

Hoje, eles habilmente transformam enfermos de diversas doenças graves em vítimas tão somente do Covid-19, mas nós não teremos como contabilizar como vítimas da quarentena as pessoas que morrerão de fome, de infarto, de derrame ou por suicídio. Por isso, precisamos ter na ponta da língua o argumento contra a quarentena, que deve ser reconhecida como maior crime social e econômico já cometido contra os brasileiros.




A CLOROQUINA JÁ SALVOU MUITAS VIDAS. E NÃO MATOU NINGUÉM



Augusto Nunes

Todo mundo sabe que a hidroxicloroquina ajudou a recuperar numerosos infectados pelo coronavírus. Entre eles estão dois médicos célebres — o infectologista David Uip e o cardiologista Roberto Kalil —, a mulher do neurocirurgião Marcos Stávale, o general Augusto Heleno e dezenas de pacientes menos conhecidos espalhados por distintos países. Pelo menos até agora, não se sabe de um único infectado que tenha morrido em consequência de efeitos colaterais do uso do medicamento. Como o paciente só toma esse remédio depois de examinados pelo especialista que o atende as possíveis contra-indicações, os riscos são reduzidos a zero. Também se comprovou que a eficácia da cloroquina aumenta quando associada a outras substâncias usadas no início da infecção. Tudo somado, o que esperam os doutores para render-se às evidências de que a hidroxicloroquina pode salvar muitas vidas? 

HÁ DROGA COMPROVADA CONTRA O VÍRUS CHINÊS?!?!?!



De acordo com um estudo feito pela Universidade do Texas, "nenhuma terapia se mostrou efetiva até agora" contra o novo coronavírus. O resultado foi obtido após os pesquisadores analisarem mais de 100 testes clínicos de medicamentos.

O trabalho de verificação, solicitado pela Associação Médica Americana (AMA), apontou para resultados que se dividem entre iniciativas que não deram certo e outras que ainda deixam os cientistas intrigados, mas que necessitam de testes mais aprofundados.

Publicado recentemente no periódico Jama, o trabalho de análise verificou toda a literatura médica envolvendo o novo coronavírus, e publicada até 25 de março. Até este período, 350 testes foram registrados.

Do total, muitos não eram específicos para a doença, alguns deles ainda se referiam a testes de vacinas, não medicamentos, o que invalidava o enfoque das análises neste momento. Além disso, alguns foram feitos exclusivamente com pacientes pediátricos e casos isolados, o que não era o foco principal. Por fim, restaram 109 iniciativas que registravam a intenção de análise dos pesquisadores.

MEDICAMENTOS UTILIZADOS 

Desde o início da pandemia, drogas como o Tamiflu foram consideradas. Fármaco eficiente contra a gripe, o remédio foi usado em janeiro em pacientes infectados, e que não tinham recebido diagnóstico adequado. No entanto, seu uso foi desencorajado, já que não funcionava de forma efetiva.

Em meio às drogas descartadas, o antiviral Remdesivir, criado para combater o ebola, apresentou resultados que dão certa esperança para pesquisadores. Porém, mesmo com alguns dados positivos em relação ao uso da medicação, sua comercialização ainda não foi aprovada na maioria dos países.

Dados obtidos em pesquisas recentes com o antiviral mostram que, de um grupo de 53 pacientes infectados nos EUA, Itália, Japão e Canadá, 36 deles apresentaram alguma melhora após uso do medicamento. No entanto, os próprios autores das pesquisas reconhecem que ainda faltam evidências de sua eficácia.

Mesmo ganhando bastante atenção ultimamente, a hidroxicloroquina também não se mostrou exatamente eficaz como alguns previam. Na França, por exemplo, testes promissores com o remédio mostram um cenário de aplicação em grupos pequenos, e que não contabilizam pacientes que tiveram algum problema com adaptação ao medicamento.

Recentemente, um estudo brasileiro, realizado em Manaus, e que utilizava a cloroquina em um grupo de pacientes, teve de ser interrompido após possíveis problemas na segurança dos envolvidos. Voluntários que receberam doses muito altas do remédio começaram a desenvolver batimentos cardíacos irregulares.

Por fim, o Kaletra, apontado também como um fármaco promissor, não apresentou os resultados esperados. Na China, em um teste com 199 pacientes hospitalizados, não foi possível observar melhoras significativas em seu uso. No entanto, cientistas acreditam que possa haver efeitos perceptíveis ao aplicar o medicamento em casos mais graves – essa hipótese deve ser testada em seguida.

POSSÍVEIS CANDIDATOS

Mesmo com a incerteza envolvendo os fármacos citados, há alguma esperança em medicamentos desenvolvidos por alguns países fora do eixo dos Estados Unidos e Europa.

Como é o caso do Arbidol, aprovado em países como Rússia e China para tratamento de gripes severas. Em um teste recente, o remédio foi responsável por diminuir a taxa de mortalidade em um estudo feito com 67 pacientes chineses.

O mesilato de camostato também é um possível candidato. A droga, que foi criada no Japão, teve seu uso aprovado para pancreatite, porém, se mostrou eficaz no combate à Covid-19 em testes realizados em um tubo de ensaio. Obviamente, não há nenhuma evidência de que o comportamento do medicamento no organismo humano será o mesmo dos realizados em laboratório.

A droga Ribavirina, usada em testes anteriores conta a Sars e Mers - doenças causadas por outro tipo de coronavírus, mas igualmente agressivas – está sendo reconsiderado. No entanto, cientistas alertam para o histórico de efeitos colaterais do fármaco.

Durante os testes contra Sars, mais de 60% dos pacientes desenvolveram anemia hemolítica após receberem grandes dores do medicamento. Em testes similares contra a Mers, uma combinação de Ribavirina com Interferon fez com que 40% dos voluntários precisassem de transfusões de sangue. Via: O Globo. -

EUA: carreata contra a quarentena? Presidente contra governadores?!?!?!




Vilma Gryzinsky

Um país de dimensões continentais, com sistema federativo, um presidente venerado pelos incondicionais e abominado pelos demais, governadores em pé de guerra e cidadãos comuns que querem trabalhar, principalmente nos estados menos afetados pela economia.

Ah, sim, e o debate, obrigatório e urgente, sobre como fazer a retomada de uma economia estonteada pelo vírus maldito virou uma discussão ideológica absurda, irracional, politizada e, principalmente, prejudicial para o país.

As duas partes se acusam de autoritarismo e comportamento ditatorial, quando não de pura e simples insanidade. Ou, alternativamente, de só pensarem em eleição.

Qualquer comparação não é coincidência, guardadas as enormes diferenças.
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No nível regional, o embate acontece principalmente no Michigan, um dos estados gelados da região dos Grandes Lagos, quase grudado no Canadá.

Hoje, vai ter uma carreata marcada pelo Facebook em frente a assembleia estadual. Está sendo chamada de Operação Gridlock, ou engarrafamento, e é promovido pela Coalizão Conservadora de Michigan.

“Todo mundo, todo cidadão, todo comerciante precisa se levantar da cadeira, sair de casa, pegar o carro ou caminhão ou qualquer coisa que seja de acordo com a lei dirigir em estradas pagas pelos contribuintes”, diz o apelo.

Alguns pequenos grupos já estavam se manifestando, pedindo a reabertura do comércio ou apenas invocando o espírito libertário que está na base da formação dos Estados Unidos, tão extremo e arriado que às vezes descamba para a maluquice.

Também não faltam armas, aquelas enormes, já que o porte ostensivo é permitido no Michigan (ou não é proibido por nenhuma lei).

Michigan não é Nova York, com a concentração assustadora de casos, mas está numa situação mais complicada do que a de outros estados distantes e, por enquanto, pouco afetados pela epidemia. Tem 27 mil casos confirmados e quase 1.800 mortes.

A governadora Gretchen Whitmer, do Partido Democrata, decretou uma quarentena pesada. A diferença entre itens essenciais e não-essenciais provocou reações revoltadas.

Alguns produtos “cercados” nas grandes lojas onde o povão de Michigan sempre se abasteceu com hábitos de fartura americana: mudas e sementes (justa no começo da primavera), móveis, carpetes e pisos de vinil, cadeirinhas de bebê. E até bandeiras americanas.

“Sob qual conceito imperioso de governança a governadora Gretchen Whitmer acredita que tem autoridade para proibir unilateralmente centros de jardinagem de vender mudas e sementes de frutas ou legumes”, escreveu David Harsanyi, um dos principais ideólogos da direita trumpista, briguento e agressivo, mas com argumentos que geralmente devem ser levados em conta por quem gosta de conhecer os múltiplos lados dos debates importantes.

Um exemplo: ele não deixou de notar que os antitrumpistas, que acusavam o presidente não ter feito nada e levado o país para o desastre, agora querem proibir que faça qualquer coisa. Principalmente se a coisa envolver qualquer ato referente à reativação da economia.

“Políticos estão agindo como se uma crise sanitária lhes desse direito de comandar as mais íntimas atividades do povo americano de maneiras que são totalmente inconsistentes com o espírito e a letra da Constituição”, escreveu ele na National Review.

Também estão pensando “naquilo”. A popularidade de Gretchen Whitmer subiu para 60% e o nome dela começou a aparecer nas listas de mulheres que podem ser escolhidas por Joe Biden para compor a chapa democrata com ele.

Desvantagens: é branca e tem um nome como Gretchen, sinônimo nos Estados Unidos de tudo que está relacionado com a cultura majoritária. Vantagens: é da ala progressista e fala com autoridade sobre temas explosivos como aborto – ela mesma sofreu um ataque sexual.

Comprar briga com Donald Trump, como outros governadores democratas estão fazendo a respeito da reativação da economia, vai reforçar a posição de Gretchen Whitmer com um eleitorado mais à esquerda.

Normalmente, o que o chefe de governo de Michigan acha ou deixa de achar tem importância zero na política nacional.

Mas a briga está bombando e virou um tema central, no momento. É uma briga, literalmente, pelo poder. Trump tem autoridade para determinar quando, como e quais atividades devem ser retomadas? 

Sim e não. As paralisações foram determinadas em nível estadual – tanto que oito estados continuam sem elas.

Mas reabrir sem coordenação com o governo federal é prejudicial, em termos práticos, e pode ser contestado.

É isso que estão planejando fazer os governadores da Costa Leste, com Andrew Cuomo à frente, e os da Costa Oeste, com o californiano Gavin Newson.

Como sempre, Trump pegou pesado. Referiu-se diretamente ao filme baseado na história do motim no Bounty.

“Digam aos governadores democratas que A Revolta no Bounty é um dos meus filmes favoritos de todos os tempos”, tuitou.

“É empolgante e revigorante assistir de vez em quando um bom e velho motim, principalmente quando os amotinados precisam tanto do capitão. Super fácil.”

Tudo o que os Estados Unidos não precisam agora é de uma briga feia entre governadores e presidente.

Certamente já vimos isso em outro país.

Todos querem a mesma coisa, nem que seja por puro e simples instinto de sobrevivência: dominar a epidemia, o que parece já estar acontecendo, apesar dos números horríveis, e salvar a economia.

Os governadores conhecem as realidades locais e Trump teve a boa ideia de convidar os mais brilhantes nomes para formar um “conselho de abertura”. 

Quem não gostaria de contar com as propostas de Jeff Bezos, Mark Zuckerberg, Tim Cook, Jamie Dimon, só para ficar nos mais conhecidos?

Não existe no mundo, nem de longe, a concentração de gênios e talentos que tem nos Estados Unidos.

Se não conseguirem trabalhar juntos numa hora dessas, estamos todos ferrados.

E o pessoal de Michigan que quer voltar a trabalhar também tem sua parte. Se a livre manifestação e o confronto de ideias, dentro da lei, ficarem em segundo plano, “para depois”, não voltam nunca.

VARGAS LLOSA: "Com o progresso, acreditamos que a natureza estava dominada".

Em entrevista a El País, o ganhador do Nobel de Literatura passa o confinamento lendo Galdós na sua casa de Madri, e alerta para os efeitos negativos de um retrocesso da globalização e de ter o Governo chinês como modelo:
“Acaba de sair o sol!”, dizia, às cinco da tarde do último sábado, Mario Vargas Llosa, prêmio Nobel de Literatura, com 84 anos recém-completados (em 28 de março). “Assim se levanta um pouco o ânimo.” O autor peruano passa o confinamento em sua casa de Madri, lendo Los Episodios Nacionales, de Benito Pérez Galdós (1843-1920).

Pergunta. Escute isto: “Fiquei sozinho como um cogumelo e tornei a fazer a vida monástica (…). Só continuarei aqui até o fim de mês, felizmente, porque é como viver na Lua (…). Sinto-me menos que um homem, que um animal ou que uma planta, um pedacinho de lixo, umas gotinhas de xixi, às vezes nem sequer isso. Não há um café, nem um cinema, e a ideia de fazer essa longa expedição até os lugares habitados me deprime…”.

Resposta. É a reflexão de um confinado, sem dúvida. De onde saiu isso?

P. É de uma carta que você escreveu ao seu amigo Abelardo Oquendo quando, em 12 de fevereiro de 1966, você estava escrevendo Conversa no Catedral. Como se sente agora?

R. Este confinamento é algo formidável para mim porque tenho um tempo para ler como nunca tive. Geralmente trabalho muito pelas manhãs, mas duas ou três tardes à semana tenho sempre algum encontro, alguma entrevista. Agora não vem ninguém! Posso ler dez horas por dia!

P. E está lendo Galdós.

R. Sim, praticamente já terminei Los Episodios Nacionales. Um trabalho gigantesco, em uma linguagem acessível, divertida. Ele se documentou, mas trabalhou com liberdade. Descreve o caos, as contradições, como são arbitrários alguns dirigentes partidários. E há esse personagem maravilhoso, Mosén Antón, que tem uma raivinha e passa para o lado dos franceses por mau humor. Imagine o que isso significa como caos.

P. Encontra nessa leitura algo que a relacione com a Espanha deste mês, por exemplo?

R. Sem dúvida nenhuma. Tínhamos a impressão de que, com o progresso e a modernidade, tínhamos dominado a natureza. Pois não! Uma grande idiotice. A prova é que isto pegou praticamente todos os países de surpresa. Nenhum estava preparado para um desafio assim. Um chinês come um morcego e isso provoca uma pandemia que aterroriza o mundo. Nenhum país estava preparado para um desafio semelhante. Isto significa como o progresso é relativo, como podemos ter surpresas muito desagradáveis com essa confiança. E uma das lições que será preciso tirar é que temos que estar mais bem preparados para o imprevisível.

P. O aspecto global também fica questionado.

R. Tudo tem um preço, e o preço negativo da globalização é este. Por outro lado, permite aos países pobres derrotarem a pobreza a grande velocidade, algo inesperado há poucos anos. Pela primeira vez hoje os países pobres têm possibilidades de saírem a uma velocidade impensável. Isso é algo que a globalização permite. Seria muito negativo que, como consequência desta pandemia, a globalização retrocedesse e voltássemos a levantar fronteiras que tanto trabalho custou diminuir.

P. Não lhe causa assombro que uma potência como os Estados Unidos seja atacada por um vírus e só possa ser defendida pela ciência, pelo acaso ou pela esperança?

R. Os Estados Unidos, que pareciam estar acima do bem e do mal, estava muito pouco preparados. Prova disso são as 2.000 mortes que ocorreram um dia destes. Havíamos confiado em que o progresso havia trazido tantos benefícios que já não haveria surpresas desagradáveis. Mas não! As surpresas desagradáveis estão à porta. É verdade que alguns países resistiram melhor que outros, mas não foi o caso dos países que acreditávamos estar na ponta do progresso, como os Estados Unidos.

P. Você foi um dos primeiros a levantar a voz em relação à manipulação que a China fez de seu próprio caso.

R. O caso da China é muito interessante, porque tem muita gente surpresa com progressos que a colocavam agora como modelo: sacrificar as liberdades abrindo um mercado livre na economia. Agora ficou demonstrado que o progresso sem liberdade não é progresso, e o caso da China foi flagrante. Um país que se vê sacudido por uma pandemia como esta, que nasce em seu seio e diante da qual os próprios dirigentes agem de maneira autoritária, tentando esconder o que seus melhores médicos denunciaram que iria acontecer. Foi o típico reflexo de um sistema autoritário: negá-lo, obrigar esses médicos a se desmentirem. Muitas vidas poderiam ter sido salvas se um Governo como o chinês tivesse informado imediatamente.

P. Trump, Bolsonaro e Johnson resistiram a entender que isso também acontecia com eles...

R. Isso custou muitas vidas! Agiram de forma irresponsável, pensando que poderiam driblar a ameaça. Acredito que os eleitores dos países democráticos e livres os examinarão, sem dúvida pagarão por isso. Seguiram aquele reflexo autoritário de não dar importância quando se tratava de um perigo tão sério.

P. Como vê a situação da América Latina?

R. Felizmente a pandemia chegou lá no verão. E o calor é dissuasivo para o vírus [ainda não existem estudos concretos que apontem para esta relação]. Ele a está golpeando, mas muitíssimo menos do que se tivesse chegado no inverno [no Brasil e Equador o número de casos não para de aumentar]. Do contrário seria difícil explicar que o Peru, com uma infraestrutura que não está à altura do desafio, ainda não chegou a cem mortos. De qualquer forma, meu país respondeu vigorosa e rapidamente, de modo que o presidente Martín Vizcarra aumentou enormemente sua popularidade.

P. Compartilha as advertências sobre a possibilidade de que as normas para combater a pandemia firam as liberdades civis?

R. Sem dúvida. Infelizmente essa é uma das consequências do pânico generalizado causado pela pandemia... Estava em andamento um processo de dissolução de fronteiras. A globalização estava funcionando muito bem. No entanto, o terror dessa pandemia corre o risco de nos fazer retroceder a essa espécie de retorno à tribo, acreditando que essas fronteiras nos protegerão melhor contra a pandemia. Não é verdade. Acredito que hoje em dia a resposta generalizada da Europa à pandemia está poupando muitas vidas em relação com fatos do passado.

P. Como viu a atitude da Europa?

R. É um pouco injusto criticar os países que fizeram bem a lição de casa e estão expostos a demandas daqueles que nem sempre a fizeram. Finalmente, houve um acordo através de uma negociação difícil. Aceitaram fazer parte de uma unidade como a europeia e vamos compartilhar esse progresso graças à compreensão daqueles que fizeram bem a lição de casa.

P. No final do seu artigo de 18 de março no EL PAÍS [Retorno à Idade Média?], você diz: “O terror à peste é, simplesmente, o medo da morte que nos acompanhará como uma sombra”. Você teve medo?

R. Acredito que é impossível não ter medo da morte se você não estiver muito desesperado ou tiver uma vida demasiado trágica para desejar que ela acabe. Essa é a exceção à regra. O normal é ter medo da extinção. Em uma situação como a que vivemos agora, vendo amigos ou conhecidos que desaparecem arrastados por essa doença, é impossível que o medo da morte não se espalhe. É a reação saudável, natural. Além disso, graças à morte a vida é maravilhosa, tem essas compensações fantásticas, como a leitura, por exemplo. Espero que aumente graças à pandemia!

A EUROPA ESTARÁ MELHOR 

Não se pode aceitar, diz Vargas Llosa, que esta crise represente um retrocesso para a Europa. É preciso corrigir os defeitos, é claro, “mas os países da União Europeia estarão melhores”. Em primeiro lugar, “a paz na Europa continuará, uma realidade sem precedentes porque até agora as pessoas não fizeram nada além de se inimizar”. Essa é uma projeção que incentiva que o futuro “não seja de retrocesso, mas de avanço, com o desvanecimento total das fronteiras, para consolidar um projeto supraestatal que agora traz tantos benefícios”.

terça-feira, 14 de abril de 2020

PARA SE CURAR DO CORONAVÍRUS, NADA DE VACINA OU HIDROXICLOROQUINA. O REMÉDIO É UM SÓ: PUNHETA!!!


Injusta e equivocadamente, as pessoas associam a indústria de filmes pornô à sujeira, à doenças, à promiscuidade, ao abuso de drogas lícitas e ilícitas. Nada mais falso. Puro despeito das barangas muxibentas. Puro despinto dos Davis de Michelângelo.

Antes pelo contrário. Via de regra, os atores e as atrizes pornô têm vidas mais regradas e de hábitos mais espartanos e salutares que os seu colegas dos filmes de suspense, de comédia, das novelas, das séries, dos comerciais de tv e outras obras de ficção. Eles precisam ter. A bem de suas carreiras e de sua arte, precisam estar sempre no gozo pleno de suas faculdades físicas. Para pegar no batente. Para dar duro todos os dias. Tente ficar de pau duro estando de ressaca e entenderá o que estou a dizer.

De modo geral, o ator pornô é muito mais saudável e "limpinho" que os seus colegas de profissão com piroquinha de anjo barroco. Ele pratica atividades físicas regulares, submete-se a exames médicos rotineiramente e tudo.

Não é só. O ator pornô tem que se manter em constante estudo e aperfeiçoamento. Dele, se exige que seja um ator completo. Que bem domine todas as áreas das artes cênicas. Que tenha boa memória, eloquência, dramaticidade e vigor físico para as cenas de ação. Um ator pornô tem que ter memória de elefante : para decorar as extensas falas e diálogos das películas; e rola, idem : para as extensas e exaustivas cenas de ação. O ator pornô ideal seria um híbrido do Paulo Autran com o John Holmes (esta, o pessoal mais novo vai ter que pesquisar). E que fique claro : que reunisse a dramaticidade do Paulo Autran e a rola do John Holmes, nunca o contrário, pois aí o sujeito não serviria para nada.

E não há condescendências neste aspecto. Ou o cara é um ator completo, ou está fora, sem nunca ter ficado dentro. Uma produtora pornô nunca iria, por exemplo, me contratar por minha prodigiosa memória em decorar longos textos e, na hora da ação, cortar a cena e me substituir pelo Kid Bengala. Não há dublê de rola, meus caros. Não há.

E tem mais. O ator comum depende apenas de uma de suas cabeças para bem desempenhar seu ofício, a sua massa encefálica. Caso o ator comum esqueça de uma fala durante a gravação, sempre se pode cortar e voltar a cena. Hoje em dia, existem até os pontos eletrônicos nos ouvidos dos atores, aparatos parecidos com aparelhos de surdez através dos quais o diretor vai lembrando o ator de suas falas. O ator pornô, não. É muito mais difícil para o ator pornô. Durante a sua atuação, as suas duas cabeças devem trabalhar em perfeita sincronia, a sua massa encefálica e sua massa fálica. O ator pornô pode ter lembrado e dito suas falas de maneira impecável, mas se o seu "coadjuvante" se esquecer do roteiro, se falhar em seu script, não tem como voltar a cena, nem de lembrá-lo de suas falas. Não há ponto eletrônico pra rola, meus caros. Não há.

De forma tão injusta e equivocada quanto, a maioria pensa que os atores e as atrizes do cinema pornô são pessoas superficiais, frívolas, levianas, alienadas. Nada mais falso. Não são apenas as subcelebridades da Globo, os cantores de sertanejo universitário, os youtubers e os influencers que possuem compromisso social e preocupação com seus públicos. Nada disso.

Os atores pornô também são bem-dotados de consciência social e zelam pelo seu público. Também estão a "levantar" a bandeira do isolamento social contra o coronavírus. Também estão a erguer o pau da bandeira da quarentena preventiva.

Como eu sei disso? Do engajamento dos atores pornô no combate (ou na fuga, no acovardamento) ao vírus chinês? Bem, vamos lá.

Tenho um amigo... e esse amigo é um aficionado em filmes pornô, um amante do gênero. Dir-lhe-ia, mesmo, um cinéfilo do caralho! Este amigo, hoje, me enviou um link de um vídeo pornô por e-mail, do site XNXX.com. Como todo bom filme que se preza, antes da exibição da película principal, alguns trailers e propagandas.

No caso, antes do filme em si, uma orientação contra o coronavírus, um alerta profilático e de grande utilidade pública, de saúde pública, cuja tela eu capturei e reproduzo abaixo.

Pãããããããta que o pariu!!! Isto sim é um bom conselho e um grande incentivo para não se sair às ruas! As mídias, de forma geral, recomendam que as pessoas aproveitem o isolamento para ler um bom livro, para escutar uma boa música, sugerem que se dediquem a um hobby, jardinagem, gastronomia etc.

A jerkemate.com, não. A jerkemate diz : fiquem em casa tocando punheta! Muito mais convincente, meus caros, muito mais convincente!

É como diz o velho ditado:  uma mão lava a outra. E a que for mais hábil (ou a mariquinha, ou a maricota) toca um punhetão.

Punheta, meus caros, punheta contra o coronavírus. Siririca pra mulherada. E curirica pro ex-boiola.
Agora, é que eu não dou mesmo mais a mão pra ninguém. Pãããããããta que o pariu!!!!! - Este texto foi gentilmente roubado lá no blog do MARRETA DO AZARÃO. - 


HÁ 12 ANOS NASCIA O BLOG CHUMBO GROSSO


DESDE SUA FUNDAÇÃO O BLOG CHUMBO GROSSO JÁ NASCEU DEPRAVADO. ELE FOI O PRIMEIRO E TALVEZ O ÚNICO DA BLOGOSFERA DE GARANHUNS QUE SE ATREVEU A PUBLICAR AO VIVO E EM CORES, JEBA & XIRANHA COMO ESSAS LOGO ABAIXO:






GOVERNADOR DE PERNAMBUCO PERDEU AS RÉDEAS E A VIOLÊNCIA CAMPEIA: O ESTADO VIROU UMA CARNIFICINA...

Magno Martins

Novo levantamento nacional sobre o ranking da violência confirmou, ontem, que o Pacto pela Vida, xodó do ex-governador Eduardo Campos (PSB), que o concebeu e virou referência nacional, sendo copiado para outras unidades da Federação, foi, definitivamente, para as cucuias. O Estado é o terceiro mais violento do País, perdendo a liderança nesse campeonato do terror e da morte apenas para Bahia, o primeiro, e Rio, o segundo, nessa ordem de grandeza. Os dados são do Monitor da Violência, composto pelo G1, Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Nos primeiros três meses deste ano, a Bahia foi o Estado brasileiro que registrou a maior quantidade de mortes violentas em 2019. Ao todo, 5.099 mortes violentas (homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte). Destas, 4.889 foram enquadrados como homicídio doloso, 143 como latrocínio e 67 como lesão corporal seguida de morte, fora as denominadas morte por intervenção policial, que é um sério indicador de violência em qualquer lugar no mundo. O Estado com a segunda maior quantidade de mortes violentas em 2019 foi o Rio de Janeiro, com 4.154 casos. Em seguida vieram Pernambuco (3.466) e São Paulo (3.209). Dessa forma, em comparação com 2018, a Bahia teve uma redução de 521 mortes violentas, quando o Estado baiano registrou 5.620 casos, sendo 5.417 homicídios dolosos, 134 latrocínios e 69 lesões corporais seguidas de morte. No caso de Pernambuco, foram 3.466 homicídios no mesmo período Só no último fim de semana de Páscoa, com bares, restaurantes e inferninhos fechados, 19 pessoas tombaram mortas alvejadas por tiros no submundo da criminalidade. A tragédia urbana não se restringe ao Grande Recife. Em Caruaru, a capital do Agreste, também só neste último fim de semana, foram registrados cinco homicídios. Pelos números, a violência desenfreada está levando mais vidas ao cemitério do que mesmo o coronavírus. Temendo o alastramento da violência, a população ocupa as redes sociais com mensagens de protesto. Uma das frases que chamaram atenção: “Em Pernambuco morreram 56 pessoas por coronavírus. E 306 pessoas assassinadas no mês de março. Devo usar máscara ou colete a prova de bala?”

@@@ - A manchete e a imagem  não fazem parte do texto original.

BLOG CHUMBO GROSSO DE GARANHUNS: HÁ 12 ANOS NO AR

EM 14 DE ABRIL DE 2008 ENTRAVA NO AR O PRIMEIRO BLOG INTRODUZIDO NA BLOGOSFERA DE GARANHUNS. HÁ 5 ANOS O  CHUMBO GROSSO FOI O PRIMEIRO BLOG DO NORDESTE E O TERCEIRO DO BRASIL AO ANUNCIAR EM PRIMEIRA MÃO O ACIDENTE E MORTE DO EX-GOVERNADOR  EDUARDO CAMPOS

segunda-feira, 13 de abril de 2020

PERNAMBUCO NÃO TEM GOVERNADOR E O CORONATIROS CONTINUA A TODO VAPOR!!!

FACA & BALA ESTÃO MATANDO GENTE COMO SE SANGRA PORCO E BODE NO MATADOURO...


Magno Martins

A morte ronda o mundo. No Brasil, já são 1.223 vidas ceifadas pelo coronavírus, o mal do século, que a Medicina ainda não está sendo capaz de deter, apesar de tantos avanços. Mas em meio a tantos velórios e enterros, outra chaga social tem matado mais do que o Covid-19: a violência urbana descontrolada. Em Pernambuco, o vírus da morte já arrastou 85 almas para a eternidade, com 950 casos. Um número assustador, é verdade. Mas a bandidagem continua dizimando mais vidas do que o vírus em Pernambuco, um dos Estados líderes em homicídios no País. Só na última sexta-feira, foram 11 assassinatos, cinco no Interior e seis na Região Metropolitana. Em três meses e dez dias, foram 1.042 vidas encerradas pelo terror da violência, com arma de fogo ou arma branca. Isso num Estado de emergência, de guerra contra uma enfermidade em que a população se esconde em casa. Imagine se o pernambucano estivesse levando a vida normal, com bares e inferninhos funcionando? As estatísticas certamente seriam muito mais dolorosas. Falta uma política de Estado para o combate ao extermínio de tanta gente. Concebido pelo então governador Eduardo Campos (PSB), o Pacto pela Vida virou letra morta, é apenas uma lembrança sem referências nos dias atuais. O que tem levado Pernambuco, mais uma vez, a retroceder na batalha contra a criminalidade? Falta Governo. O Estado está sendo administrado por um governador fraco, sem pulso, sem tesão para o que faz. Quando fala, sua boca treme de insegurança. Não passa firmeza em absolutamente nada no que faz. Agamenon Magalhães dizia que ninguém governa governador. Era uma analogia aos governantes implacáveis, temíveis, que impunham respeito, sabiam a honrar e exercer o poder soberano dado pelo povo nas urnas. Em tempos de coronavírus, assistimos a desmoralização do Estado. Decretos baixados por um chefe débil que ninguém respeita. O mais notável: a proibição de reuniões com grupos acima de cinco ou dez pessoas. Sábado passado, em Santa Cruz do Capibaribe, uma multidão foi filmada numa praça pública a espera do peixe da Páscoa, que segundo o prefeito Edson Vieira (PSDB), não foi obra da sua gestão, mas iniciativa de um empresário local. Ora, quem manda no município? Ele ou o empresário que não citou nome na nota enviado ao blog depois de feita a denúncia? O próprio prefeito do Recife, Geraldo Júlio, aliado de primeira grandeza do governador, já desrespeitou também o decreto estadual distribuindo cestas básicas nas escolas em filas quilométricas, numa ação coordenada pelo secretário municipal de Educação, Bernardo D'Almeida. Se um governador não tem autoridade para que um decreto baixado por ele seja cumprido e respeitado, imagina que a ele falte mais do que autoridade para conter a violência urbana. Falta governar! O que ele não tem feito. Tem deixado fazer por ele. Quanto a quem governa em seu lugar, o povo pernambucano está caduco de saber.

@@@ - A manchete e a imagem não fazem parte do texto original.

A SEITA DA TERRA PARADA

Times Square, em Nova York, vazia em meio à pandemia do novo coronavírus, 6 de abril de 2020

Guilherme Fiuza

Você está em casa assistindo o governador de São Paulo assumir a paternidade da cloroquina, o ministro da Saúde explicar que traficante também é gente, jornais estrangeiros publicarem foto de covas abertas para dizer que o Brasil não tem mais onde enterrar os seus mortos, entre outras referências intrigantes e estridentes ao mesmo assunto. Se você está paralisado e catatônico é porque já sabe que se trata de um SHOW MÓRBIDO, mas está esperando que alguém te diga isso.

Então vamos lá: isto é um SHOW MÓRBIDO. Levanta daí.

Onde estão os MAPAS demonstrando os resultados diretos do isolamento total na contenção da epidemia ou na suavização dos picos? Aqui vai uma notícia real no intervalo da novela: eles não existem. Repetindo: os mapas comprovando o efeito mitigador do confinamento geral sobre o número de infectados, de internados e de mortos não existem. Nova York se trancou em casa e a curva da epidemia seguiu quase como uma reta para cima – dias, semanas, e o gráfico inabalável, mais para subida de foguete que de avião. O que se passa?

Em vez de MAPAS ou modelos comprováveis, o que você vai ouvir é que sem quarentena seria pior. E fim de papo. Os filósofos do lockdown são invencíveis. E falam pouco. É melhor não insistir, porque senão eles gritam com você, seu irresponsável, alienado, assassino.

Aí vem a própria OMS declarar que a nova frente de contágio está se dando dentro de casa – e que as autoridades de saúde têm agora a tarefa de identificar os infectados no interior dos seus lares. Assim eles poderão ser isolados dos seus familiares e finalmente oferecer ao mundo a tão esperada suavização do surto. Notou como está tudo absolutamente sob controle? Eles só não demonstram suas premissas e estratégias de forma científica porque não querem cansar a sua beleza. Eles têm certeza de que você prefere ouvir um bom discurso e ir dormir tranquilo sabendo que está tudo bem.

Tem sempre uma meia-dúzia de chatos que não gostam de discurso e já notaram que os efeitos do confinamento total sobre a evolução da epidemia não estão sendo demonstrados numericamente – ou seja, permanecem como uma hipótese. Fica em casa porque tem um vírus lá fora, e ponto final. Talvez pensando nisso, o governo de São Paulo resolveu inovar e ofereceu à população um modelo matemático pioneiro, montando no fundo do quintal de algum boteco fechado. João Dória disse que se a quarentena não atingisse 75% da população – observe a precisão – em 15 dias a rede hospitalar não terá mais leitos para atender os infectados. Ou seja: iminência de colapso.

Um dia depois o alerta reapareceu com o dado de 70% – sempre “segundo especialistas”. Deve ser um modelo móvel. E, com certeza, revolucionário, porque nem a OMS, nem cientista nenhum no mundo montou uma fórmula partindo do percentual de confinamento (São Paulo deve ter importado um medidor da China) e estabelecendo sua correlação com a progressão exata da epidemia, o número de vulneráveis infectados e a consequente expansão da demanda por leitos – num cronograma tão preciso que possa ser aferido semanalmente. Vem prêmio Nobel aí.

Junto ao modelo matemático inovador, o governador de São Paulo fez o que vários outros governadores e prefeitos do país estão fazendo: ameaçou prender o cidadão na rua. E essa ética da boçalidade já está em prática em vários pontos do território nacional, com cenas edificantes e civilizatórias de policiais capturando passantes, inclusive mulheres, várias delas tratadas de forma animalesca à luz do dia – sob o silêncio protetor dos humanistas, que estão calados em casa assistindo à novela do vírus.

Ou seja: não está sendo gestada apenas uma ruína proverbial com tudo trancado e a vida adiada indefinidamente. A população também está entregando a sua liberdade de bandeja a tiranetes com propósitos inconfessáveis de poder. O mesmo Dória está usando operadoras de telefonia para vigiar os passos dos seus reféns.

Eles dizem que estão salvando vidas. E vocês, por alguma razão insondável, acreditam.

PEQUENOS TIRANOS & DITADORZINHOS SAFADOS



J.R.GUZZO

Um dos aspectos mais perversos da violência social imposta ao Brasil com o combate à epidemia trazida pelo coronavírus é o assalto aberto contra as LIBERDADES PÚBLICAS E INDIVIDUAIS. É chocante. Na cascata sem fim de decretos, ordens e regras adotadas todos os dias pelas autoridades para enfrentar a doença, há restrições de primeiro grau aos direitos do cidadão – algo compreensível, e na verdade inevitável, diante da ameaça real à saúde púbica e ao interesse comum.

Em grande parte, também, não há nenhuma dúvida sobre as boas intenções, a dedicação e a competência de muitos agentes do governo e de organizações privadas no trabalho que entendem ser o melhor para combater o vírus.

Nenhum problema, aí – são pessoas que assumem as suas responsabilidades na crise e tentam, honestamente, fazer o que podem. O problema é que muita gente em posição de mandar está se aproveitando da oportunidade, com malícia intencional e premeditada, para criar DITADURAS PESSOAIS  nos pedaços maiores ou menores em que mandam.

Essas pequenas tiranias não vão durar para sempre, é claro – mas serão aproveitadas até o último suspiro pela surpreendente quantidade de DITADORES DE QUINTAL que apareceu, de uma hora para outra, em todo o território do Brasil. Eles exibem 24 horas por dia o que têm, realmente, dentro de suas almas: uma hostilidade agressiva, rancorosa e ressentida contra os direitos dos cidadãos que governam – e a paixão sem disfarces em mostrar para o mundo que “aqui quem manda sou eu”. Você pode ver, o tempo todo, quem são eles.

Estão entre os 27 governadores, 5.500 prefeitos e milhares de fiscais, para não falar em síndicos de prédio e no guarda da esquina, que se descobriram, de um momento para outro, num limbo legal onde não está claro o que podem ou não decidir. É óbvio que tomaram a opção pela ditadura. Cinco minutos depois de verem que a maior parte da Justiça brasileira abandonou o dever de apreciar a legalidade de seus atos, passaram a agir como quem pode decidir tudo.

É perturbador verificar a rapidez com que a mídia, as entidades encarregadas de vigiar se as liberdades do cidadão estão sendo respeitadas e as personalidades que protestam dia e noite contra qualquer arranhão, real ou imaginário, no estado de direito aceitaram a multiplicação de tiranos por este País afora.

Um bandido, ou outro vagabundo qualquer, que apanha da polícia ao ser preso, vira tema de destaque imediato nas manchetes e nos telejornais; o Ministério Público entra em transe e os governadores exigem a apuração imediata e rigorosa da violência policial. Hoje está tudo permitido. Correram o País as cenas da brutalidade com que a Guarda Municipal de Maringá, cidade do interior do Paraná onde se formou o ministro Sérgio Moro, prendeu, agrediu e algemou o dono de um lava-carros que queria trabalhar. Não houve, fora das redes sociais, a mais tímida objeção a esse crime – que se reproduz, com variações, por toda a parte. Em tempos de peste, qualquer prefeitinho vira o Grande Ditador.

O vírus não é o único perigo para o Brasil de hoje. Tão ruim quanto isso é a cumplicidade do Judiciário, dos meios de comunicação, das classes “liberais” e de tanta gente com os tiranos que a covid-19 trouxe à luz. Quem acha certo trocar liberdade por mais segurança não merece nenhuma das duas coisas. Ser livre exige assumir responsabilidades, e não abandonar sua vida à autoridade – ao contrário, a história da liberdade é a história da limitação do poder no governo, nunca do seu aumento. O diabo é que há gente demais com medo de responsabilidades. É o que estamos vendo neste Brasil da epidemia.